(UNESP - 2017 - 1ª FASE)
Leia o excerto do livro Violência urbana, de Paulo Sérgio Pinheiro e Guilherme Assis de Almeida.
De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem abertos. Evite falar com estranhos. À noite, não saia para caminhar, principalmente se estiver sozinho e seu bairro for deserto. Quando estacionar, tranque bem as portas do carro [...]. De madrugada, não pare em sinal vermelho. Se for assaltado, não reaja – entregue tudo.
É provável que você já esteja exausto de ler e ouvir várias dessas recomendações. Faz tempo que a ideia de integrar uma comunidade e sentir-se confiante e seguro por ser parte de um coletivo deixou de ser um sentimento comum aos habitantes das grandes cidades brasileiras. As noções de segurança e de vida comunitária foram substituídas pelo sentimento de insegurança e pelo isolamento que o medo impõe. O outro deixa de ser visto como parceiro ou parceira em potencial; o desconhecido é encarado como ameaça. O sentimento de insegurança transforma e desfigura a vida em nossas cidades. De lugares de encontro, troca, comunidade, participação coletiva, as moradias e os espaços públicos transformam-se em palco do horror, do pânico e do medo.
A violência urbana subverte e desvirtua a função das cidades, drena recursos públicos já escassos, ceifa vidas – especialmente as dos jovens e dos mais pobres –, Dilacera famílias, modificando nossas existências dramaticamente para pior. De potenciais cidadãos, passamos a ser consumidores do medo. O que fazer diante desse quadro de insegurança e pânico, denunciado diariamente pelos jornais e alardeado pela mídia eletrônica? Qual tarefa impõe-se aos cidadãos, na democracia e no Estado de direito?
(Violência urbana, 2003.)
O trecho “As noções de segurança e de vida comunitária foram substituídas pelo sentimento de insegurança e pelo isolamento que o medo impõe.” (2º parágrafo) foi construído na voz passiva. Ao se adaptar tal trecho para a voz ativa, a locução verbal “foram substituídas” assume a seguinte forma:
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(UFRGS - 2017)
É preciso estabelecer uma distinção radical entre um “brasil” escrito com letra minúscula, nome de um tipo de madeira de lei 1ou de uma feitoria interessada em explorar uma terra como outra qualquer2, 3e o Brasil que designa um povo, uma 4nação, um conjunto de valores, escolhas e ideais de vida. O “brasil” com b minúsculo é apenas um objeto sem vida5, pedaço de coisa que morre e não tem a menor condição de 6se reproduzir como sistema. 7Mas o Brasil com B maiúsculo é algo muito mais complexo.
Estamos interessados em responder esta pergunta: afinal de contas, o que faz o brasil, BRASIL? Note-se que se trata de uma pergunta relacional que, tal como faz a própria sociedade brasileira, quer juntar e não dividir. Queremos, 8isto sim, descobrir como é que eles se ligam entre 9si10; como é que cada um depende do outro; e 11como os dois formam uma realidade única que existe concretamente naquilo que chamamos de “12pátria”.
13Se a condição humana determina que todos os homens devem comer, dormir, trabalhar, reproduzir-se e rezar, essa determinação não chega ao ponto de especificar também qual comida ingerir, de que modo produzir e para quantos deuses 14ou espíritos rezar. É precisamente aqui, nessa espécie de zona indeterminada, mas necessária, que nascem as diferenças e, nelas, os estilos, os modos de ser e estar; os “15jeitos” de cada grupo humano. 16Trata-se, sempre, da questão de identidade.
Como se constrói uma identidade social? Como um povo se transforma em Brasil? 17A pergunta, 18na sua discreta singeleza, permite descobrir algo muito importante. É que, no meio de uma multidão de experiências dadas a todos os homens e sociedades, algumas necessárias à própria sobrevivência – como comer, dormir, morrer, reproduzir-se etc. – outras acidentais ou históricas –, 19o Brasil ter sido descoberto por portugueses e não por chineses, a geografia do Brasil ter certas características, falarmos 20português e não 21francês, a família real ter se transferido para o Brasil no início do século XIX etc. –, cada sociedade (e cada ser humano) apenas se utiliza de um número limitado de “22coisas” (e de experiências) 23para se construir como algo único.
24Nessa perspectiva, a chave para entender a 25sociedade brasileira é uma 26chave dupla. 27E, 28para mim, a capacidade relacional — do antigo com o moderno – tipifica e singulariza a sociedade brasileira. Será preciso, 29portanto, discutir o Brasil como uma 30moeda. Como algo que tem dois lados. 31E mais: como uma realidade que nos tem 32iludido, precisamente porque 33nunca lhe propusemos esta questão relacional e reveladora: afinal de contas, como se ligam as duas faces de uma mesma moeda? O que faz o 34brasil, 35Brasil?
Adaptado de: DAMATTA, R. O que faz o brasil, Brasil? A questão da identidade.
In:_____. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 9-17.
Assinale a alternativa que apresenta a correta passagem de segmento do texto da voz ativa para a voz passiva.
(FATEC - 2017)
Mais escolarizadas, mulheres ainda ganham menos e têm dificuldades de subir na carreira
As mulheres brasileiras já engravidam menos na adolescência, estudam mais do que os homens e tiveram aumento maior na renda média mensal, segundo mostram as Estatísticas de Gênero do IBGE, retiradas da base de dados do Censo de 2010, mas elas ainda ganham salários menores e tem dificuldades em ascender na carreira.
<http://tinyurl.com/gnbsmbs> Acesso em: 29.08.2016. Adaptado.
O título do artigo – "Mais escolarizadas, mulheres ainda ganham menos e têm dificuldades de subir na carreira" – poderia ser substituído, sem causar prejuízo de sentido, por:
(IFSP - 2017) Conjunções são palavras que ligam orações independentes; elas podem apresentar ideias conclusivas, alternadas, explicativas, dependendo do contexto e conjunção utilizada. Observe a oração abaixo:
Joana estudou o ano inteiro, logo foi bem nas provas finais.
Assinale a alternativa cuja conjunção destacada apresenta a mesma função da conjunção destacada na oração.
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(ALBERT EINSTEIN - 2017)
Violência à saúde
Mauro Gomes Aranha de Lima
Jornal do Cremesp, agosto de 2016
O aumento da violência contra médicos e enfermeiros finalmente passou a ser encarado como questão de Estado. Graças às denúncias do Cremesp [Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo] e do Coren-SP [Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo], a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) mantém agora um grupo de trabalho que se debruça na busca de soluções para o problema.
Em recente reunião, o secretário adjunto da SSP-SP, Sérgio Sobrane, comprometeu-se a tomar providências. A Secretaria de Saúde (SES-SP) também participou dos debates que culminaram com proposta do Cremesp e do Coren de um protocolo para orientar profissionais da Saúde a lidar com situações em que o usuário/familiar se mostre agressivo ou ameaçador.
Simultaneamente, a SSP-SP preparará um piloto de intervenção baseado em registros de ameaças ou de truculência na Capital. Se bem sucedido, será multiplicado ao restante do Estado.
São medidas oportunas e as levaremos em frente. Contudo, tal empenho não será o bastante. A violência emerge de raízes profundas: governos negligenciam a saúde dos cidadãos, motivo pelo qual a rede pública padece de graves problemas no acesso ou continuidade da atenção; hospitais sucateados e sob o contingenciamento de leitos e serviços; postos de saúde e Estratégia Saúde da Família com equipes incompletas para a efetivação de metas integrativas biopsicossociais.
O brasileiro é contribuinte assíduo e pontual, arca com uma das mais altas tributações do mundo, e, em demandas por saúde, o que recebe é o caos e a indiferença.
Resignam-se, muitos. Todavia, há os que não suportam a indignidade. Sentem-se humilhados. Reagem, exaltam-se. Eis que chegamos ao extremo. Em pesquisa encomendada pelo Cremesp, em 2015, com amostra de 617 médicos, 64% tomaram conhecimento ou foram vítimas de violência. Ouvimos também os pacientes: 41% dos entrevistados atribuíram a razão das agressões a problemas como demora para serem atendidos, estresse, muitos pacientes para poucos médicos, consultas rápidas e superficiais.
Ser médico é condição e escolha. Escolhemos a compreensão científica do mecanismo humano, revertida em benefício do ser que sofre. Vocação, chamado, desafio, e o apelo da dor em outrem, a nos exigirem fôlego, serenidade e dedicação. Estamos todos, médicos e pacientes, em situação. Há que se cultivar entre nós uma cultura de paz. E um compromisso mútuo de tarefas mínimas.
Aos pacientes, cabe-lhes o cultivo de uma percepção mais refletida de que, em meio à precariedade posta por governos cínicos, o Estado não é o médico. Este é apenas o servidor visível, por detrás do qual está aquele que se omite.
Aos médicos, a compreensão de que os pacientes, além de suas enfermidades, sofrem injustiças e agravos sociais.
A tolerância não é exatamente um dom, uma graça, ou natural pendor. É esforço deliberado, marco estrutural do processo civilizador.
Tarefas e esforços compartilhados: a solução da violência está mais dentro do que fora de nós.
In: Jornal do Cremesp. Órgão Oficial do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Nº 339, agosto 2016. [Adaptado]
Ao longo do texto, estão evidenciados elementos de coesão textual. Assinale a alternativa que apresenta a relação de sentido por eles estabelecida, de acordo com a ordem em que se apresentam.
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(Uerj 2017)
Com base nas informações do gráfico, a pirâmide etária que representa a população mundial no ano de 2016 é:
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(Fgv 2017) Na representação gráfica do sistema de equações no plano cartesiano, uma das soluções é (0, –2). A distância entre os pontos que representam as duas outras soluções desse sistema é igual a
(Pucsp 2017) Considere os números complexos z1 = –1–i, z2 = k+i, com k um número real positivo e z3 = z1 · z2. Sabendo que , é correto afirmar que
(Uece 2017) Se i é o número complexo cujo quadrado é igual a –1, e é um número natural maior do que 2, então, pode-se afirmar corretamente que
é um número real sempre que