FUVEST 2019

Questão 32498

EL ELEFANTE ENCADENADO

— No puedo –le dije— ¡NO PUEDO!  

— ¿Seguro? –me preguntó el gordo.

— Sí, nada me gustaría más que poder sentarme frente a ella y decirle lo que siento... pero sé que no puedo.  El gordo se sentó a lo Buda en esos horribles sillones azules de consultorio, se sonrió, me miró a los ojos y  bajando la voz (cosa que hacía cada vez que quería ser escuchado atentamente), me dijo:

— ¿Me permites que te cuente algo? Y mi silencio fue suficiente respuesta. Jorge empezó a contar:

 CUANDO yo era chico me encantaban los circos, y lo que más me gustaba de los circos eran los animales.También a mí como a otros, después me enteré, me llamaba la atención el elefante. Durante la función, la enorme bestia hacía despliegue de peso, tamaño y fuerza descomunal... pero después de su actuación y hasta un rato antes de volver al escenario, el elefante quedaba sujeto solamente por una cadena que aprisionaba una de sus patas a una pequeña estaca clavada en el suelo. Sin embargo, la estaca era sólo un minúsculo pedazo de madera apenas enterrado unos centímetros en la tierra. Y aunque la cadena era gruesa y poderosa me parecía obvio que ese animal capaz de arrancar un árbol de cuajo con su propia fuerza, podría, con facilidad, arrancar la estaca y huir. El misterio es evidente: ¿Qué lo mantiene entonces? ¿Por qué no huye? Cuando tenía cinco o seis años, yo todavía confiaba en la sabiduría de los grandes. Pregunté entonces a algún maestro, a algún padre, o a alguna tía por el misterio del elefante. Alguno de ellos me explicó que el elefante no se escapaba porque estaba amaestrado— Hice entonces la pregunta obvia: —Si está amaestrado ¿por qué lo encadenan? No recuerdo haber recibido ninguna respuesta coherente. Con el tiempo me olvidé del misterio del elefante y la estaca... y sólo lo recordaba cuando me encontraba con otros que también se habían hecho la misma pregunta. Hace algunos años descubrí que por suerte para mí alguien había sido lo bastante sabio como para encontrar la respuesta: El elefante del circo no escapa porque ha estado atado a una estaca parecida desde que era muy, muy pequeño. Cerré los ojos y me imaginé al pequeño recién nacido sujeto a la estaca. Estoy seguro de que en aquel momento el elefantito empujó, tiró y sudó tratando de soltarse. Y a pesar de todo su esfuerzo no pudo. La estaca era ciertamente muy fuerte para él. Juraría que se durmió agotado y que al día siguiente volvió a probar, y también al otro y al que le seguía... Hasta que un día, un terrible día para su historia, el animal aceptó su impotencia y se resignó a su destino. Este elefante enorme y poderoso, que vemos en el circo, no escapa porque cree – pobre — que NO PUEDE. Él tiene registro y recuerdo de su impotencia, de aquella impotencia que sintió poco después de nacer. Y lo peor es que jamás se ha vuelto a cuestionar seriamente ese registro. Jamás... jamás... intentó poner a prueba su fuerza otra vez...  

— Y así es, Demián. Todos somos un poco como ese elefante del circo: vamos por el mundo atados a cientos de estacas que nos restan libertad. Vivimos creyendo que un montón de cosas “no podemos” simplemente porque alguna vez, antes, cuando éramos chiquitos, alguna vez, probamos y no pudimos. Hicimos, entonces, lo del elefante: grabamos en nuestro recuerdo: NO PUEDO... NO PUEDO Y NUNCA PODRÉ. Hemos crecido portando ese mensaje que nos impusimos a nosotros mismos y nunca más lo volvimos a intentar. Cuando mucho, de vez en cuando sentimos los grilletes, hacemos sonar las cadenas o miramos de reojo la estaca y confirmamos el estigma: ¡NO PUEDO Y NUNCA PODRÉ! Jorge hizo una larga pausa; luego se acercó, se sentó en el suelo frente a mí y siguió: Esto es lo que te pasa, Demián, vives condicionado por el recuerdo  de que otro Demián, que ya no es, no pudo. Tu única manera de saber, es intentar de nuevo poniendo en el intento todo tu corazón... ...TODO TU CORAZÓN.

(Adaptado de: BUCAY, J. Recuentos para Demián: los cuentos que contaba mi analista. Ciudad de México: Editorial Océano, 2010, p. 15-18.)

 

Sobre o conto “El elefante encadenado”, considere as afirmativas a seguir.

I. O uso de maiúsculas no texto, em expressões como: “NO PUEDO...NO PUEDO Y NUNCA PODRÉ” e “NO PUEDE” serve para destacar, respectivamente, algo que o elefante pensa de si próprio e os pensamentos que são comuns aos seres humanos.
II. O narrador usa a imagem do elefante acorrentado para ilustrar como as pessoas vivem presas a experiências frustradas do passado, sem perceber que podem vencer ao “[...]intentar de nuevo poniendo en el intento todo tu corazón... ...TODO TU CORAZÓN”.
III. A frase “Si está amaestrado ¿por qué lo encadenan?” é a pergunta que o narrador da história do elefante faz aos mais velhos, quando estes tentam explicar por que o elefante permanece acorrentado a uma pequena estaca sem fugir.
IV. O exemplo do elefante acorrentado é usado pelo narrador da história para estimular uma reflexão sobre a capacidade adormecida que todos têm e que, frequentemente, não usam por acreditar que: “NO PUEDO... NO PUEDO Y NUNCA PODRÉ”.

 

Assinale a alternativa correta. 
 

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Questão 32499

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: 
Leia o texto e a tirinha a seguir e responda à(s) questão(ões).

A palavras “becario”, em espanhol, costumava ter somente o significado de bolsista, em português, pois se referia a alguém que recebia uma “beca”, ou bolsa de estudos. Contudo, na atualidade, a palavra pode ser usada para referir-se ao estudante recém-formado que aceita estagiar numa empresa sem remuneração.
 

 

 

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, um resumo das ideias apresentadas na tirinha. 

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Questão 32697

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Três teses sobre o avanço da febre amarela

 

Como a febre amarela rompeu os limites da Floresta Amazônica e alcançou o Sudeste, atingindo os grandes centros urbanos? A partir do ano passado, o número de casos da doença alcançou níveis sem precedentes nos últimos cinquenta anos. 1Desde o início de 2017, foram confirmados 779 casos, 262 deles resultando em mortes. Trata-se do maior surto da forma silvestre da doença já registrado no país. Outros 435 registros ainda estão sob investigação.

 

Como tudo começou? Os navios portugueses vindos da África nos séculos XVII e XVIII não trouxeram ao Brasil somente escravos e mercadorias. 2Dois inimigos silenciosos vieram junto: o vírus da febre amarela e o mosquito Aedes aegypti. A consequência foi uma série de surtos de febre amarela urbana no Brasil, com milhares de mortos. Por volta de 1940, a febre amarela urbana foi erradicada. Mas o vírus migrou, pelo trânsito de pessoas infectadas, para zonas de floresta na região Amazônica. No início dos anos 2000, a febre amarela ressurgiu em áreas da Mata Atlântica. Três teses tentam explicar o fenômeno.

 

Segundo o professor Aloísio Falqueto, da Universidade Federal do Espírito Santo, “uma pessoa pegou o vírus na Amazônia e entrou na Mata Atlântica depois, possivelmente na altura de Montes Claros, em Minas Gerais, onde surgiram casos de macacos e pessoas infectadas”. O vírus teria se espalhado porque os primatas da mata eram vulneráveis: como o vírus desaparece da região na década de 1940, não desenvolveram anticorpos. Logo os macacos passaram a ser mortos por seres humanos que temem contrair a doença. 3O massacre desses bichos, porém, é um “tiro no pé”, o que faz crescer a chance de contaminação de pessoas. Sem primatas para picar na copa das árvores, os mosquitos procuram sangue humano.

 

De acordo com o pesquisador Ricardo Lourenço, do Instituto Oswaldo Cruz, os mosquitos transmissores da doença se deslocaram do Norte para o Sudeste, voando ao longo de rios e corredores de mata. Estima-se que um mosquito seja capaz de voar 3 km por dia. 4Tanto o homem quanto o macaco, quando picados, só carregam o vírus da febre amarela por cerca de três dias. Depois disso, o organismo produz anticorpos. Em cerca de dez dias, primatas e humanos ou morrem ou se curam, tornando-se imunes à doença.

 

Para o infectologista Eduardo Massad, professor da Universidade de São Paulo, o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), em 2015, teve papel relevante na disseminação acelerada da doença no Sudeste. A destruição do habitat natural de diferentes espécies teria reduzido significativamente os predadores naturais dos mosquitos. A tragédia ambiental ainda teria afetado o sistema imunológico dos macacos, tornando-os mais suscetíveis ao vírus.

 

Por que é importante determinar a “viagem” do vírus? Basicamente, para orientar as campanhas de vacinação. Em 2014, Eduardo Massad elaborou um plano de imunização depois que 11 pessoas morreram vítimas de febre amarela em Botucatu (SP): “Eu fiz cálculos matemáticos para determinar qual seria a proporção da população nas áreas não vacinadas que deveria ser imunizada, considerando os riscos de efeitos adversos da vacina. Infelizmente, a Secretaria de Saúde não adotou essa estratégia. Os casos acontecem exatamente nas áreas onde eu havia recomendado a vacinação. A Secretaria está correndo atrás do prejuízo”. Desde julho de 2017, mais de 100 pessoas foram contaminadas em São Paulo e mais de 40 morreram.

 

O Ministério da Saúde afirmou em nota que, desde 2016, os estados e municípios vêm sendo orientados para a necessidade de intensificar as medidas de prevenção. A orientação é que pessoas em áreas de risco se vacinem.

 

NATHALIA PASSARINHO

Adaptado de bbc.com, 06/02/2018.

Estima-se que um mosquito seja capaz de voar 3,0 km por dia, como informa o texto.

 

Nessas condições, a velocidade média do mosquito corresponde, em km/h, a:

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Questão 34688

(UNESP - 2019 - 1 FASE ) O solo amazônico é naturalmente rico em mercúrio na sua forma inorgânica. Na bacia do Rio Negro, todos os anos, na época chuvosa, os rios transbordam, invadem a floresta e formam ecossistemas fechados que permanecem inundados por até 130 dias. Nesse processo, o mercúrio inorgânico é liberado na água e bactérias anaeróbias convertem-no em metilmercúrio, que entra na cadeia alimentar aquática desses ecossistemas.

(http://revistapesquisa.fapesp.br. Adaptado.)

 

Na situação descrita,

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Questão 34689

(UNESP - 2019 - 1 FASE )

– Então, todos os alemães dessa época são culpados?

– Esta pergunta surgiu depois da guerra e permanece até hoje. Nenhum povo é coletivamente culpado. Os alemães contrários ao nazismo foram perseguidos, presos em campos de concentração, forçados ao exílio. A Alemanha estava, como muitos outros países da Europa, impregnada de antissemitismo, ainda que os antissemitas ativos, assassinos, fossem apenas uma minoria. Estima-se hoje que cerca de 100000 alemães participaram de forma ativa do genocídio. Mas o que dizer dos outros, os que viram seus vizinhos judeus serem presos ou os que os levaram para os trens de deportação?

(Annette Wieviorka. Auschwitz explicado à minha filha, 2000. Adaptado.)

Ao tratar da atitude dos alemães frente à perseguição nazista aos judeus, o texto defende a ideia de que

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Questão 34690

(UNESP - 2019 - 1 FASE ) A profilaxia pré-exposição (PrEP) ao vírus HIV é um tratamento que consiste no consumo diário do antirretroviral Truvada® e tem como público-alvo pessoas com maior vulnerabilidade a adquirir o vírus. Segundo o Ministério da Saúde, o uso correto do medicamento reduz o risco de infecção por HIV em mais de 90%. Esse uso, porém, não barra a entrada do vírus no organismo, apenas bloqueia a ação da enzima transcriptase reversa.

(https://g1.globo.com. Adaptado.)

 

O tratamento com Truvada®

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Questão 34691

(UNESP - 2019 - 1 FASE ) A construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu durante os anos 1970 e 1980

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Questão 34692

(UNESP - 2019 - 1 FASE ) A proteína transmembrana de um macrófago apresenta aminoácidos constituídos pelos radicais polares R1 e R2, presentes em dois dos aminoácidos indicados pelas fórmulas estruturais presentes na figura.

 

 

Um antígeno fora do macrófago liga-se a um dos radicais por interação dipolo permanente-dipolo permanente. Uma enzima produzida no citosol do macrófago interage com o outro radical por ligação de hidrogênio.

Os radicais R1 e R2 constituem, respectivamente, os aminoácidos

 

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Questão 34693

(UNESP - 2019 - 1 FASE )

O presidente da Colômbia anunciou, em 25.05.2018, que o país ingressará em um bloco de cooperação militar. O país, que não possui vínculo histórico ou geográfico com o bloco, será o primeiro da América Latina a tornar-se membro. Esse bloco consiste em um sistema de defesa coletiva, em que os participantes estão de acordo em defender qualquer um de seus integrantes que seja atacado por forças externas ao seu país. Liderado por Washington, o bloco recebe vultosos recursos para cuidar dos objetivos militares dos Estados Unidos.

(www.operamundi.com.br. Adaptado.)

De acordo com o excerto, a Colômbia, na condição de país parceiro, passou a integrar

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Questão 34694

(UNESP - 2019 - 1 FASE ) Ao meio-dia, a areia de um deserto recebe grande quantidade de energia vinda do Sol. Aquecida, essa areia faz com que as camadas de ar mais próximas fiquem mais quentes do que as camadas de ar mais altas. Essa variação de temperatura altera o índice de refração do ar e contribui para a ocorrência de miragens no deserto, como esquematizado na figura 1.

 

Para explicar esse fenômeno, um professor apresenta a seus alunos o esquema da figura 2, que mostra um raio de luz monocromático partindo do topo de uma palmeira, dirigindo-se para a areia e sofrendo refração rasante na interface entre as camadas de ar B e C.

 

Sabendo que nesse esquema as linhas que delimitam as camadas de ar são paralelas entre si, que n_A,n_B e n_C são os índices de refração das camadas A, B e C, e sendo alpha o ângulo de incidência do raio na camada B, o valor de sen(alpha) é

 

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