(Pucsp 2016) “Em 1822, a América espanhola, de independência conquistada em oposição a uma metrópole e suas Cortes em muitos aspectos tidas por opressoras, agora plenamente reconhecida por uma potência de primeira grandeza como eram os Estados Unidos, ofereceria um modelo para a independência do Brasil.”
João Paulo Pimenta. A independência do Brasil e a experiência hispano-americana (1808-1822). São Paulo: Hucitec, 2015, p. 448.
O caráter exemplar que a independência da América espanhola representou, segundo o texto, para aqueles que lutavam pela independência do Brasil pode ser identificado, por exemplo, na
capacidade de manter a coesão territorial da antiga colônia, que acabou por gerar uma única e poderosa nação.
subserviência imediata aos interesses comerciais e políticos norte-americanos, que rapidamente se impuseram sobre toda a América.
disposição de defender princípios emancipacionistas e enfrentar militar e politicamente as forças da metrópole.
possibilidade de estabelecer laços comerciais imediatos e lucrativos com as antigas colônias portuguesas do litoral africano.
Gabarito:
disposição de defender princípios emancipacionistas e enfrentar militar e politicamente as forças da metrópole.
O enunciado questiona onde pode ser identificada a influência da emancipação da América espanhola sobre aqueles que lutavam pela independência do Brasil.
A independência da América espanhola foi um processo ocorrido ao longo do século XVIII. Nesse período desenvolveu-se o iluminismo, que defendia a liberdade dos povos e a queda dos regimes políticos que privilegiavam determinadas classes sociais, e surgiram nas colônias hispânicas movimentos questionadores do pacto colonial e do autoritarismo das monarquias. Assim, os criollos, desprovidos de direitos políticos nas instituições do mundo colonial espanhol, viram na nova corrente de pensamento uma resposta aos entraves legitimados pelo domínio espanhol. Além do movimento das elites coloniais, houve a mobilização dos setores populares das colônias hispânicas, motivada pela pesada rotina de trabalho dos índios, escravos e mestiços e suas péssimas condições de trabalho, assim como a situação de miséria. As revoltas emancipatórias nas colônias espanholas foram caracterizadas por uma forte resistência, símbolo de força da população quando tanto as elites quanto as classes baixas se uniram contra as forças da metrópole, política e militarmente.
A: a América espanhola não manteve a coesão territorial da antiga colônia, formando não uma única e poderosa nação, mas sim diversas nações, fragmentadas ao longo do continente.
B: não houve submissão imediata aos interesses norte-americanos, nem por parte da América espanhola nem da portuguesa. Essa alternativa não constitui uma influência da emancipação colonial hispânica sobre a portuguesa.
C: os princípios emancipacionistas a que a alternativa se refere são os ideais iluministas de liberdade e igualdade que chegaram à América no séc XVIII e foram defendidos por aqueles que buscavam o fim da colonização europeia. O enfrentamento militar e político das forças metropolitanas foi a principal característica das lutas de independência tanto das colônias espanholas quanto do Brasil, e o fato de a emancipação vir primeiro às espanholas demonstra a influência delas sobre a independência brasileira.
D: não houve estabelecimento de laços comerciais imediatos e lucrativos com países africanos, nem parte das colônias espanholas nem do Brasil. De novo, essa alternativa não pode ser considerada uma influência da emancipação colonial hispânica sobre a portuguesa.
(PUC-SP-2001)
A QUESTÃO É COMEÇAR
Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.
No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar. Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais.
Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo.
Não me deixe falando sozinho.” Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.
(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).
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Observe a seguinte afirmação feita pelo autor:
“Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.”
Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”.
Indique a alternativa que explicita essa função.
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(Pucpr 2004)
"Aula de Português"
A linguagem na ponta da língua,
tão fácil de falar e de entender.
A linguagem na superfície estrelada das estrelas,
sabe lá o que ela quer dizer?
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo. In: "Poesia e Prosa". Rio: Nova Aguilar,1988.)
Em relação às duas estrofes do poema "Aula de Português", de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA:
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(Puccamp 2016) Comenta-se corretamente sobre o que se tem no trecho.
A questão a seguir refere-se ao trecho do capítulo 2 da obra Ginástica doce e yoga para crianças: método La Douce.
CAPÍTULO 2 (O CORPO)
Conhecer bem o corpo para fazê-lo trabalhar melhor
Cinco extremidades: a cabeça, as mãos, os pés
Para comunicar-se com tudo que a cerca, a criança usa a cabeça, as duas mãos e os dois pés. A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis. Sede do cérebro, ela fornece os recursos necessários para bem compreender seu ambiente. É igualmente através desta parte do corpo que penetram duas fontes de energia: o ar e o alimento. A cabeça se articula através do pescoço. Corredor estreito entre o cérebro e a parte inferior do corpo, o pescoço deve ser flexível para facilitar a qualidade das trocas. As mãos e os pés são verdadeiras antenas. Sua riqueza em terminações nervosas e vasos sanguíneos, assim como a possibilidade das inúmeras articulações, fazem deles instrumentos de extraordinária precisão.
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(Puccamp 2016)
Editorial
Na rotina de mãe de quatro filhos, a escritora israelense Ayelet Waldman começou a detectar em si mesma e em outras mães que conhecia uma ansiedade persistente, disparada pela frustração de não corresponder às próprias expectativas em relação à maternidade. Para piorar seu tormento, 1aonde quer que fosse, encontrava mulheres sempre prontas a apontar o dedo para seus defeitos, numa espécie de polícia materna, onipresente e onisciente. Em uma conversa deliciosa com a Revista em Dia, Ayelet discorre sobre as agruras das mães ruins, categoria na qual hoje se encaixa, e com orgulho. 2E ajuda a dissipar, com humor, o minhocário que não raro habita a cabeça das mães. Minhocário que, aliás, se não for bem administrado, pode levar a problemas muito mais sérios. 3É o que você verá na reportagem da página 14, que traz o foco para a depressão durante a gravidez. Poucos sabem, mas a doença pode ser deflagrada nessa fase e é bom que tanto as gestantes como outras pessoas ao redor fiquem atentas para que as mulheres nessa situação possam receber o apoio necessário. A revista também traz temas para quem a maternidade já é assunto menos relevante 4nesse momento da vida. Se você é daquelas que entraram ou consideram entrar na onda da corrida, terá boas dicas na página 18. 5Caso já esteja reduzindo o ritmo, quem sabe encontre inspiração para espantar a monotonia na crônica da página 8. Esperamos, com um grãozinho aqui, outro ali, poder contribuir um pouco para as várias facetas que compõem uma mulher saudável e de bem consigo mesma.
Comenta-se com correção:
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