(Uel 2007) "É inegável que a concepção dos ciclos de inovação constitui um avanço importante diante de uma visão linear do crescimento da economia, em geral predominante. (...) Não são poucas as análises que centralizam o foco nas 'revoluções tecno-científicas' como motrizes do desenvolvimento humano, sejam elas marxistas ou funcionalistas, muitas delas incapazes de ocultar o mito do 'Prometeu desacorrentado' que lhes dá substrato e que confere à ciência e à tecnologia uma falsa neutralidade social, que alimenta a crença positivista na ordem natural como via necessária para o progresso humano."
Fonte: EGLER, C. A. G. "Que fazer com a Geografia Econômica neste final de século?". Trabalho apresentado no Simpósio Internacional "Lugar sócio-espacial, mundo". São Paulo: setembro de 1994 e publicado nos Textos LAGET, 5, p. 5-12. Disponível em http://www.laget.igeo.ufrj.br/egler/pdf/Que%20fazer.pdf. Acessado em 10 de out de 2006.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir:
I. A teoria das ondas longas de inovações em sua concepção original partia do ciclo "natural" de substituição dos bens de capital de longo período de amortização, que repercutia diretamente no comportamento, também cíclico, do mercado financeiro.
II. Para a teoria dos ciclos de inovação, o processo de expansão/retração da base produtiva ocorreria em períodos regulares de aproximadamente cinquenta anos, divididos em uma fase "A" expansiva e em uma fase "B" recessiva.
III. O relevo conferido à mudança tecnológica confere também caráter automático à saída de qualquer crise econômica, pois a difusão das chamadas "novas tecnologias" possibilita que os mentores e executores da política econômica e da gestão do território atuem no sentido de retirar obstáculos e criar condições favoráveis para o desenvolvimento regional.
IV. A importância desta concepção está no rompimento com a visão marxista de que a dinâmica do capitalismo é marcada pela não estabilidade econômica. Entretanto seus principais críticos, embora concordem com a instabilidade dos investimentos, acreditam na regularidade "natural" de cerca de cinquenta anos na ocorrência do processo de crise e reestruturação da economia mundial.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
I e II
I e III
III e IV
I, II e IV
II, III e IV
Gabarito:
I e II
I) Nas teorias de mercado temos que os bens mais rústicos, de menor sofisticação, menos trabalhados (bens de capital) vão ser substituídos por inovações tecnológicas, certo? Essa substituição, inovação, também aconteceria no mercado financeiro (olha hoje, só usamos cartão, pix, muito difícil usar dinheiro físico). Mas essas questões são cíclicas, ou seja, tem a previsão de um colapso em algum momento onde retornaremos ao "básico", pode ser pela questão da escassez de recurso ou outras situações. O conto da Aia fala de um mundo que retornou, é utópico, mas interessante.
II) Como falamos na primeira alternativa tudo é cíclico, é em um ciclo temos fases, no capitalismo a expansão não é contínua nem para as maiores economias e potências, vemos o caso de alguns membros da UE (saída do Reino Unido para proteger sua economia nacional), ou até mesmo dos EUA, com a volta de suas indústrias e fechando o mercado para a China, é uma fase.
III) A tecnologia não pode simplesmente acabar com uma crise, sabemos que o mercado não é "automático" envolve políticas, negociações, processos demorados, não dá para apenas produzir dinheiro e sair da crise.
IV) O capitalismo é marcado por instabilidades e os ciclos de "renovação" não tem um temporalidade concreta, para alguns países (potências) estarem no top da cadeia econômica e de mercado outros precisam estar abaixo, essa é a DIT, sempre vai haver crise nos menores e menos instabilidade nos maiores.
Para entender o processo dinâmico do ciclo, foquemos, inicialmente, no primeiro deles. Segundo esta concepção, o PRIMEIRO CICLO LONGO teria se originado em 1790, nos primórdios da Primeira Revolução Industrial. A máquina a vapor, invenção graúda do período, cria novas perspectivas de lucro, suscitando vultosos investimentos no setor industrial.
Este ambiente de superlucro acaba acarretando na fase expansionista do ciclo, a fase a. Aos poucos, porém, o capitalista começa a frear seus investimentos. Começa a existir uma superprodução e uma concorrência que desarticulam a lucratividade de outrora. Inicia-se, assim, em meados de 1820, a fase recessiva, ou fase b, do Ciclo Longo.
Tais fases recessivas, porém, são acompanhadas pelo surgimento de invenções que, quando aplicadas no mercado, serão impulsionadoras de uma nova fase ascendente. A principal invenção da fase depressiva do primeiro ciclo foram os meios de transporte movidos a vapor, como o trem e o navio, que abriram um novo leque de oportunidades para os investidores. Tal dinâmica pode ser entendida melhor com o esquema abaixo.
Assim funciona a teoria dos ciclos longos.
Agora fica mais fácil te apresentar a teoria de ondas de inovação. Ela é difundida principalmente por Shumpeter, baseada nos "ciclos de Kondratief" (ambos economistas), que se distingue do marxismo principalmente por não entender/aceitar que o capitalismo tende a uma "crise final", contra isso, defendem que as crises são momentos de "destruição criativa", quando a inovação ganha força e a sociedade progride, não havendo, portanto, necessidade de superação do capitalismo enquanto modelo, por mais crises que possam ocorrer. Separei dois artigos que explicam um pouco mais dessa teoria caso queira se aprofundar. A imagem a seguir sintetiza também como essa concepção enxerga o desenvolvimento econômico. Segue um vídeo muito bem feito sobre tais ondas e ciclos. Acredito vai te ajudar quem estiver com muita dificuldade.
https://www.youtube.com/watch?v=YNhO5wHib98
(Uel 2010) Observe a frase: “Os deputados decidiram errar onde não poderiam” e assinale a alternativa que corresponde ao uso correto do termo “onde”.
O labirinto da internet
Um paradoxo da cultura contemporânea é a incapacidade da maioria dos políticos de entender a comunicação política. Essa disfunção provoca, muitas vezes, resultados trágicos. É o caso da lei votada pela Câmara dos Deputados para regular o uso da internet nas eleições. Se aprovada sem mudanças pelo Senado, vai provocar um forte retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo – sua legislação de comunicação eleitoral. Sim, a despeito da má vontade de alguns e, a partir daí, de certos equívocos interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas legislações de comunicação eleitoral do mundo. O nosso modelo de propaganda gratuita, via renúncia fiscal, é tão conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns anacronismos da lei, como o excesso de propaganda partidária em anos não eleitorais ou a ridícula proibição de imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde não poderiam. Mas era um erro previsível. A internet é o meio mais perturbador que já surgiu na comunicação. Para nós da área, ela abre fronteiras tão imprevisíveis e desconcertantes como foram a Teoria da Relatividade para a física, a descoberta do código genético para a biologia, o inconsciente para a psicologia ou a atonalidade para a música. Na comunicação política, a internet é rota ainda difícil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expressão política tem dado pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...] Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rádio, pelo cinema e pela TV na forma e no modo de fazer política. Mas nada perto dos efeitos que trará a internet. Não só por ser uma multimídia de altíssima concentração, mas também porque sua capilaridade e interatividade planetária farão dela não apenas uma transformadora das técnicas de indução do voto, mas o primeiro meio na história a mudar a maneira de votar. Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor não vai ser apenas persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele simplesmente vai votar pela internet de forma contínua e constante.
(Adaptado de: SANTANA, João. O labirinto da internet. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009).
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(Uel 2010) Considerando as frases a seguir:
I. “Minha nova bolsa da Luiz Vitão”.
II. “Pelo tamanho, deve caber todos os seus sonhos”.
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(UEL - 2010)
FOLHA – Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a corrupção. O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor. Como explicar? ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.
(Adaptado de: GOIS, Antonio. Mais conscientes, menos mobilizados. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br//fsp/mais/fs2607200914.htm>. Acesso em: 26 jul. 2009)
Considere o trecho:
“Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.”.
As palavras grifadas são
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(Uel 1997) PERTO DE mil pessoas estiveram PRESENTES ao festival DE INVERNO. As expressões em destaque na frase anterior são, respectivamente,
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