(Pucpr 2017) Em 2010, 817,9 mil pessoas, segundo o IBGE (2010), se autodeclararam indígenas quando questionadas sobre sua cor ou raça. Outras 78,9 mil disseram ser de outra cor (principalmente parda), mas, quando questionadas se se consideravam indígenas de acordo com aspectos como tradições, costumes, cultura e antepassados, disseram que sim. Essa segunda pergunta foi feita apenas às pessoas que habitavam terras indígenas, porque em pesquisas piloto o Censo do IBGE percebeu que muitos não associavam a condição de indígena à cor ou raça (Folha de São Paulo, 2012).
Adaptado de Folha de São Paulo. Censo aponta que índios eram 0,47% da população em
2010. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2012/08/1135044-censo-aponta-queindios-eram-047-da-populacao-em-2010.shtml . Acesso em: 30 mar. 2016.
O IBGE (2012) afirma que “o crescimento de 10,8% ao ano da população que se declarou indígena, no período 1991/2000, principalmente nas áreas urbanas do País, foi atípico. Não existe nenhuma explicação plausível para tal fenômeno. Muitos demógrafos atribuíram o fato a um momento mais apropriado para os indígenas, em que estavam saindo da invisibilidade pela busca de melhores condições de vida, mais especificamente, os incentivos governamentais.”
A singularidade registrada pode ser atribuída
à metodologia de pesquisa adotada pelo IBGE, na qual o entrevistado se autodeclara como pertencente à determinada raça ou cor, fato que explica a taxa de crescimento demográfico indígena de mais de 50% ao ano.
ao fim dos conflitos entre indígenas e posseiros, fazendeiros, garimpeiros etc., pois, após a Constituição de 1988, cessaram as constantes invasões em terras indígenas.
à taxa de natalidade, maior entre os indígenas que entre os não indígenas, e ao aumento do número de pessoas que, no último censo, se autodeclararam como indígenas.
ao questionamento indutivo do IBGE que, em terras consideradas indígenas, rotula todo cidadão, independentemente da cor ou raça autodeclarada, como sendo indígena.
ao maior número de demarcações de terras indígenas, sobretudo a partir da Constituição 1988, que contribuiu para o aumento da taxa de crescimento demográfico da população indígena, inalterada desde os dois últimos censos (2000 e 2010).
Gabarito:
à taxa de natalidade, maior entre os indígenas que entre os não indígenas, e ao aumento do número de pessoas que, no último censo, se autodeclararam como indígenas.
A) Incorreta. O ritmo de crescimento, no período 1991/ 2000, foi da ordem de 10,8% ao ano.
B) Incorreta. Conflitos entre indígenas e não indígenas ainda são comuns no Brasil, sobretudo na região de fronteira agrícola na região Norte do país.
C) Correta. A população indígena tem uma taxa de natalidade (nascimentos) superior a população brasil eira não indígena. Além disso, o ritmo de crescimento anual, no período 1991/2000, foi da ordem de 10,8% , que incorpora muito mais a mudança na autoidentificação de um contingente de pessoas anteriormente identificadas em outras categorias, que um efeito demográfico.
D)Incorreta. Os recenseadores registram as respostas do entrevistado, não o que estão visualizando. Mesmo dentro dos territórios indígenas, são registradas as pessoas que se autodeclaram como pertencentes a outra cor ou raça.
E) Incorreta. As t axas de crescimento da população indígena foi de 10, 8% ao ano, na década de 1990, e de 1,1% ao ano, durante a década de 2000.
(PUC-SP-2001)
A QUESTÃO É COMEÇAR
Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.
No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar. Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais.
Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo.
Não me deixe falando sozinho.” Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.
(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).
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Observe a seguinte afirmação feita pelo autor:
“Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.”
Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”.
Indique a alternativa que explicita essa função.
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(Pucpr 2004)
"Aula de Português"
A linguagem na ponta da língua,
tão fácil de falar e de entender.
A linguagem na superfície estrelada das estrelas,
sabe lá o que ela quer dizer?
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo. In: "Poesia e Prosa". Rio: Nova Aguilar,1988.)
Em relação às duas estrofes do poema "Aula de Português", de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA:
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(Puccamp 2016) Comenta-se corretamente sobre o que se tem no trecho.
A questão a seguir refere-se ao trecho do capítulo 2 da obra Ginástica doce e yoga para crianças: método La Douce.
CAPÍTULO 2 (O CORPO)
Conhecer bem o corpo para fazê-lo trabalhar melhor
Cinco extremidades: a cabeça, as mãos, os pés
Para comunicar-se com tudo que a cerca, a criança usa a cabeça, as duas mãos e os dois pés. A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis. Sede do cérebro, ela fornece os recursos necessários para bem compreender seu ambiente. É igualmente através desta parte do corpo que penetram duas fontes de energia: o ar e o alimento. A cabeça se articula através do pescoço. Corredor estreito entre o cérebro e a parte inferior do corpo, o pescoço deve ser flexível para facilitar a qualidade das trocas. As mãos e os pés são verdadeiras antenas. Sua riqueza em terminações nervosas e vasos sanguíneos, assim como a possibilidade das inúmeras articulações, fazem deles instrumentos de extraordinária precisão.
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(Puccamp 2016)
Editorial
Na rotina de mãe de quatro filhos, a escritora israelense Ayelet Waldman começou a detectar em si mesma e em outras mães que conhecia uma ansiedade persistente, disparada pela frustração de não corresponder às próprias expectativas em relação à maternidade. Para piorar seu tormento, 1aonde quer que fosse, encontrava mulheres sempre prontas a apontar o dedo para seus defeitos, numa espécie de polícia materna, onipresente e onisciente. Em uma conversa deliciosa com a Revista em Dia, Ayelet discorre sobre as agruras das mães ruins, categoria na qual hoje se encaixa, e com orgulho. 2E ajuda a dissipar, com humor, o minhocário que não raro habita a cabeça das mães. Minhocário que, aliás, se não for bem administrado, pode levar a problemas muito mais sérios. 3É o que você verá na reportagem da página 14, que traz o foco para a depressão durante a gravidez. Poucos sabem, mas a doença pode ser deflagrada nessa fase e é bom que tanto as gestantes como outras pessoas ao redor fiquem atentas para que as mulheres nessa situação possam receber o apoio necessário. A revista também traz temas para quem a maternidade já é assunto menos relevante 4nesse momento da vida. Se você é daquelas que entraram ou consideram entrar na onda da corrida, terá boas dicas na página 18. 5Caso já esteja reduzindo o ritmo, quem sabe encontre inspiração para espantar a monotonia na crônica da página 8. Esperamos, com um grãozinho aqui, outro ali, poder contribuir um pouco para as várias facetas que compõem uma mulher saudável e de bem consigo mesma.
Comenta-se com correção:
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