Questão 14570

(UEL - 2014)

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Observe a figura a seguir e responda à(s) questão(ões) seguinte(s).

Leia o texto a seguir.

Descartes, na segunda parte do Discurso do Método, apresenta uma crítica às cidades antigas por serem caóticas. Tais cidades, por terem sido no início pequenos burgos e havendo se transformado, ao longo do tempo, em grandes centros, são comumente mal calculadas. Suas ruas curvas e desiguais foram obra do acaso e não uma disposição da vontade de alguns homens que se utilizaram da razão.

(Adaptado de: DESCARTES, R. Discurso do Método. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p.43-44. (Coleção Os Pensadores.))

Com base no texto, nos conhecimentos sobre o racionalismo cartesiano e sobre uma possível relação com o tema do planejamento e da construção das cidades, assinale a alternativa correta.

A

A arquitetura das cidades compreende as edificações planejadas, em que coincidem a ordem racional e a ordem da realidade objetiva.

B

A experiência sensível era o princípio capaz de fundamentar as leis do conhecimento, permitindo certo ordenamento das construções nas cidades.

C

A mente é como uma folha em branco, isenta de impressões, assim, o conhecimento que nos permite edificar as cidades inicia-se na execução.

D

O conhecimento se constrói num processo que vai do particular para o universal, o que valoriza o caráter indutivo na construção das cidades.

E

Os engenheiros e os mestres de obras se utilizam do conhecimento empírico para a edificação e o planejamento de nossas cidades.

Gabarito:

A arquitetura das cidades compreende as edificações planejadas, em que coincidem a ordem racional e a ordem da realidade objetiva.



Resolução:

a) Correta. A arquitetura das cidades compreende as edificações planejadas, em que coincidem a ordem racional e a ordem da realidade objetiva.
O conhecimento, segundo Descartes, possui uma unidade e ordenação racional, apesar de sua variedade intrínseca; essa ordenação é fundada na unidade do espírito humano. Esse conhecimento uno fundamentado no espírito se dá pelo método, necessário para a construção de um saber sólido, que procede por princípios de evidência, análise, ordem e enumeração. Nesse sentido, há a elaboração de um conhecimento que se estrutura aliado à matemática, como se expressa no plano cartesiano, que demonstra a necessidade de planejamento das edificações, coincidindo a razão e a matéria objetiva.

 

b) Incorreta. A experiência sensível era o princípio capaz de fundamentar as leis do conhecimento, permitindo certo ordenamento das construções nas cidades.
A experiência sensível não é capaz de fundamentar leis segundo o racionalismo cartesiano, ao contrário, é a consciência, como fundamento do saber, que pode elaborar as leis naturais para ordenar as construções. A matéria e as coisas sensíveis são compreendidas a partir de um mecanicismo que pode ser submetido às exigências do espírito.

c) Incorreta. A mente é como uma folha em branco, isenta de impressões, assim, o conhecimento que nos permite edificar as cidades inicia-se na execução.
A noção de mente como folha em branco advém de Locke, a partir de um empirismo que relega à razão o papel de ordenar ou instrumentalizar às impressões externas. Nesse sentido, não haveria conceitos inatos na mente humana, o que contraria a posição cartesiana.

d) Incorreta. O conhecimento se constrói num processo que vai do particular para o universal, o que valoriza o caráter indutivo na construção das cidades.
O método indutivo, que parte do particular para o universal, considera as coisas sensíveis para a obtenção do conhecimento e se alia ao empirismo, tradição à qual Descartes se opõe com o seu racionalismo. Não é pelo método indutivo que se pode construir cidades, mas por critérios inatos na mente humana.

e) Incorreta. Os engenheiros e os mestres de obras se utilizam do conhecimento empírico para a edificação e o planejamento de nossas cidades.
Os engenheiros e os mestres não devem utilizar do conhecimento empírico para edificar e planejar cidades, mas regras e leis do pensamento.



Questão 1841

(Uel 2010) Observe a frase: “Os deputados decidiram errar onde não poderiam” e assinale a alternativa que corresponde ao uso correto do termo “onde”.

 

O labirinto da internet

 

Um paradoxo da cultura contemporânea é a incapacidade da maioria dos políticos de entender a comunicação política. Essa disfunção provoca, muitas vezes, resultados trágicos. É o caso da lei votada pela Câmara dos Deputados para regular o uso da internet nas eleições. Se aprovada sem mudanças pelo Senado, vai provocar um forte retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo – sua legislação de comunicação eleitoral. Sim, a despeito da má vontade de alguns e, a partir daí, de certos equívocos interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas legislações de comunicação eleitoral do mundo. O nosso modelo de propaganda gratuita, via renúncia fiscal, é tão conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns anacronismos da lei, como o excesso de propaganda partidária em anos não eleitorais ou a ridícula proibição de imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde não poderiam. Mas era um erro previsível. A internet é o meio mais perturbador que já surgiu na comunicação. Para nós da área, ela abre fronteiras tão imprevisíveis e desconcertantes como foram a Teoria da Relatividade para a física, a descoberta do código genético para a biologia, o inconsciente para a psicologia ou a atonalidade para a música. Na comunicação política, a internet é rota ainda difícil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expressão política tem dado pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...] Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rádio, pelo cinema e pela TV na forma e no modo de fazer política. Mas nada perto dos efeitos que trará a internet. Não só por ser uma multimídia de altíssima concentração, mas também porque sua capilaridade e interatividade planetária farão dela não apenas uma transformadora das técnicas de indução do voto, mas o primeiro meio na história a mudar a maneira de votar. Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor não vai ser apenas persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele simplesmente vai votar pela internet de forma contínua e constante.

(Adaptado de: SANTANA, João. O labirinto da internet. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009).

 

 

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Questão 1842

(Uel 2010) Considerando as frases a seguir:

I. “Minha nova bolsa da Luiz Vitão”.

II. “Pelo tamanho, deve caber todos os seus sonhos”.

 

 

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Questão 1854

(UEL - 2010) 

FOLHA – Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a corrupção. O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor. Como explicar? ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.

(Adaptado de: GOIS, Antonio. Mais conscientes, menos mobilizados. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br//fsp/mais/fs2607200914.htm>. Acesso em: 26 jul. 2009)

Considere o trecho:

“Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.”.

As palavras grifadas são

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Questão 1859

(Uel 1997) PERTO DE mil pessoas estiveram PRESENTES ao festival DE INVERNO. As expressões em destaque na frase anterior são, respectivamente,

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