Questão 14775

(UFU - 2009)

Santo Tomás de Aquino, nascido em 1224 e falecido em 1274, propôs as cinco vias para o conhecimento de Deus. Estas vias estão fundamentadas nas evidências sensíveis e racionais. A primeira via afirma que os corpos inanimados podem ter movimento por si mesmos. Assim, para que estes corpos tenham movimento é necessário que algo os mova. Esta concepção leva à necessidade de um primeiro motor imóvel, isto é, algo que mesmo não sendo movido por nada pode mover todas as coisas.

Sobre a primeira via, que é a do movimento, marque a alternativa correta.

A

Para que os objetos tenham movimento é necessário que algo os mova; dessa forma, entende-se que é necessário um primeiro motor. Logo, podemos entender que Deus não é necessário no sistema.

B
Para Santo Tomás, os objetos inanimados movem-se por si mesmos e esse fenômeno demonstra a existência de Deus.
C

A demonstração do primeiro motor não recorre à sensibilidade, dispensando toda e qualquer observação da natureza, uma vez que sua fundamentação é somente racional.

D

Conforme o argumento da primeira via podemos concluir que Deus é o motor imóvel, o qual move todas as coisas, mas não é movido.

Gabarito:

Conforme o argumento da primeira via podemos concluir que Deus é o motor imóvel, o qual move todas as coisas, mas não é movido.



Resolução:

d) Correta. Conforme o argumento da primeira via podemos concluir que Deus é o motor imóvel, o qual move todas as coisas, mas não é movido.
Tomás de Aquino se apropria da noção aristotélica do primeiro motor imóvel para estabelecer a evidência da existência de Deus, pois é pela necessidade de um motor imóvel que não é movido por nada, mas que mova todas as coisas, já que, pelo problema do regresso ao infinito, se todas as coisas movem-se e não podem mover a si mesmas, logo é necessário que haja um motor imóvel que as mova, esse motor imóvel, não mutável e perfeito, é Deus.

 

a) Incorreta. Para que os objetos tenham movimento é necessário que algo os mova; dessa forma, entende-se que é necessário um primeiro motor. Logo, podemos entender que Deus não é necessário no sistema.
O uso de Tomás de Aquino da noção aristotélica do primeiro motor imóvel para a defesa de Deus está corretamente desenvolvida nas duas premissas, porém a conclusão não.

b) Incorreta. Para Santo Tomás, os objetos inanimados movem-se por si mesmos e esse fenômeno demonstra a existência de Deus.
Não, pois é a necessidade do motor imóvel que demonstra a existência de Deus.

c) Incorreta. A demonstração do primeiro motor não recorre à sensibilidade, dispensando toda e qualquer observação da natureza, uma vez que sua fundamentação é somente racional.
Na verdade, a demonstração parte da verificação de coisas sensíveis, por meio da percepção da mutabilidade destas que indica o sinal de movimento nelas, que é sempre causada por algo, e, por isso, a necessidade de motor imóvel, isto é, de Deus.



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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