(UFU - 2016 - 1ª FASE)
A Sociologia surge no século XIX, momento marcado por uma intensa crise social na Europa. Émile Durkheim não deixou de ser influenciado por esse contexto. Nesse sentido, um dos seus objetivos era fazer da Sociologia uma disciplina científica capaz de criar repostas aos desafios enfrentados pela sociedade moderna.
Entre os desafios, colocava-se a crescente contradição entre capital e trabalho, entendida pelo autor como um exemplo dos efeitos de um estado de anomia, caracterizado
pela excessiva regulamentação estatal sobre as atividades econômicas.
pela intensificação dos laços de solidariedade mecânica no interior das corporações.
pela ausência de instituições capazes de exercerem um poder moral sobre os indivíduos.
pelo aprofundamento da desigualdade econômica.
Gabarito:
pela ausência de instituições capazes de exercerem um poder moral sobre os indivíduos.
a) pela excessiva regulamentação estatal sobre as atividades econômicas.
Incorreta. O estado de anomia se dá por uma falta de regulamentação das atividades econômicas
b) pela intensificação dos laços de solidariedade mecânica no interior das corporações.
Incorreta. A "intensificação dos laços de solidariedade mecânica no interior das corporações" não caracteriza os efeitos de um estado de anomia. A anomia se caracteriza pela ausência de regras morais e sociais entre os indivíduos ou em determinada situação; um dos efeitos desse estado se caracteriza pela ausência de uma instituição que imponha essas regras sobre todos os indivíduos. A anomia dentro das corporações seria evidenciada pelo enfraquecimento da solidariedade orgânica, o que caracterizaria um evento anormal e prejudicial à estrutura social.
c) pela ausência de instituições capazes de exercerem um poder moral sobre os indivíduos.
Correta. Para Durkheim, a sociedade industrial, marcada pela intensificação da divisão do trabalho, estava mais propícia a passar por quadros de anomia social. A crescente contradição entre capital e trabalho e, consequentemente, acirramento da luta de classes evidenciava para o autor um quadro de enfraquecimento dos laços de solidariedade entre os membros necessários à harmonia do organismo. Assim, essa situação revelava, entre outras coisas, uma dificuldade das instituições integradoras em exercer um freio moral sobre os ímpetos egoísticos dos indivíduos o que claramente indicava uma situação de anomia social.
d) pelo aprofundamento da desigualdade econômica.
Incorreta. O enunciado pede uma característica do estado de anomia. Este é a ausência de regras morais e sociais entre os indivíduos ou em determinada situação; um dos efeitos desse estado se caracteriza pela ausência de uma instituição que imponha essas regras sobre todos os indivíduos. A desigualdade econômica aprofundada pode existir fora do estado de anomia.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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