Questão 15109

(UFU - 2008)

Leia atentamente o texto a seguir.

A partir dessa intuição primeira (a existência do ser que pensa), que é indubitável, Descartes distingue os diversos tipos de ideias, percebendo que algumas são duvidosas e confusas e outras são claras e distintas.

ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando. Introdução à Filosofia.
São Paulo: Moderna, 1993. p. 104.

A primeira ideia clara e distinta encontrada por Descartes no trajeto das meditações é

A

a ideia do cogito (coisa pensante), pois na medida em que duvida, aquele que medita percebe que existe.

B

a ideia de coisa extensa, porque tudo aquilo que possui extensão é imediatamente claro e distinto.

C

a ideia de Deus, porque Deus é a primeira realidade a interromper o procedimento da dúvida, no qual se lança aquele que se propõe meditar.

D

a ideia do gênio maligno, porque somente através dele Descartes consegue suprimir o processo da dúvida radical.

Gabarito:

a ideia do cogito (coisa pensante), pois na medida em que duvida, aquele que medita percebe que existe.



Resolução:

a) Correta. a ideia do cogito (coisa pensante), pois na medida em que duvida, aquele que medita percebe que existe.
Essa ideia confirma aquela frase, Penso logo existo, pois, segundo Descartes, quem é enganado, que medita, é um sujeito, é alguém enquanto pensa.

 

b) Incorreta. a ideia de coisa extensa, porque tudo aquilo que possui extensão é imediatamente claro e distinto.
A coisa extensa — res extensa — não é a primeira ideia a ser adquirida, antes, como coisa sensível, é adquirida depois, após o estabelecimento da coisa pensante — res cogitan — e da ideia de Deus.

c) Incorreta. a ideia de Deus, porque Deus é a primeira realidade a interromper o procedimento da dúvida, no qual se lança aquele que se propõe meditar.
A ideia de Deus é recuperada após o estabelecimento indubitável da coisa pensante.

d) Incorreta. a ideia do gênio maligno, porque somente através dele Descartes consegue suprimir o processo da dúvida radical.
O argumento do gênio maligno, na verdade, serviu para fundamentar a dúvida no saber matemático e aprofundar a experiência hiperbólica da dúvida.



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

Ver questão

Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

Ver questão

Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

Ver questão

Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

Ver questão