(UFU - 2009)
No texto que se segue, Marilena Chauí comenta a estrutura da sensibilidade em Kant.
“A forma da sensibilidade é o que nos permite ter percepções, isto é, a forma é aquilo sem o que não pode haver percepção, sem o que a percepção seria impossível.”
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995. p. 78.
Marque a alternativa que explicita corretamente a forma da sensibilidade para Kant.
A forma da sensibilidade é constituída por impressões e sensações, a partir das quais captamos todos os conteúdos da experiência possível.
A forma da sensibilidade é retirada da experiência, com a qual aprendemos as noções fundamentais de número e extensão.
A forma da sensibilidade é constituída pelos cinco sentidos, que produzem todas as imagens possíveis da experiência.
A forma da sensibilidade não é dada pela experiência, mas possibilita a experiência, sendo constituída pelo espaço e pelo tempo.
Gabarito:
A forma da sensibilidade não é dada pela experiência, mas possibilita a experiência, sendo constituída pelo espaço e pelo tempo.
d) Correta. A forma da sensibilidade não é dada pela experiência, mas possibilita a experiência, sendo constituída pelo espaço e pelo tempo.
A forma da sensibilidade, ou seja, a definição do que ela seja, é o espaço e tempo, pois é condição da sensibilidade, que torna-a possível. Não é possível sentir algo fora do espaço e do tempo, sempre sentimos algo que se encontre dentro de um lugar, no decorrer do tempo. Isso não é dado pela experiência, pois é anterior a ela, segundo Kant. Isto é, o espaço e o tempo é anterior à experiência e condição para que ela ocorra.
Quanto às noções de espaço e tempo, são duas categorias universais intuídas puramente pela razão, como formas puras, e não pela experiência, pois são condições para o entendimento da experiência. Por que? Pode-se imaginar uma cadeira ou um livro sem um espaço no qual possa situar, por isso o espaço é condição de toda sensação. Da mesma maneira, não se pode imaginar algo fora da realidade temporal, dessa estrutura de mudança e movimento.
O espaço é uma condição subjetiva para que os objetos sejam intuídos externamente pela sensibilidade, segundo o fenômeno e não a coisa em si. A representação do espaço é uma condição subjetiva.
O tempo é a condição de possibilidade de movimento, uma intuição por meio da qual o ser humano percebe transformações na natureza, mudanças de estado dos objetos mundanos. O tempo é uma forma pura da intuição sensível, ou seja, o tempo não se atribui a um objeto específico, a sua representação é ilimitada. É, portanto, condição para unificação da diversidade, tanto dos fenômenos internos quanto dos fenômenos externos.
a) Incorreta. A forma da sensibilidade é constituída por impressões e sensações, a partir das quais captamos todos os conteúdos da experiência possível.
A forma da sensibilidade não é constituída por impressões e sensações, pois deve ser denominada aprioristicamente.
b) Incorreta. A forma da sensibilidade é retirada da experiência, com a qual aprendemos as noções fundamentais de número e extensão.
A forma da sensibilidade não é é retirada da experiência, pois deve ser denominada aprioristicamente, com a qual apreendemos as coisas sensíveis no espaço e tempo.
c) Incorreta. A forma da sensibilidade é constituída pelos cinco sentidos, que produzem todas as imagens possíveis da experiência.
A forma da sensibilidade não é constituída pelos cinco sentidos, pois deve ser determinada por categorias a priori que possibilitem a experiência.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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