Questão 15209

(UFU - 2005)

Hegel, em seus cursos universitários de Filosofia da História, fez a seguinte afirmação sobre a relação entre a filosofia e a história: “O único pensamento que a filosofia aporta é a contemplação da história”.

HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. 2 ed. Brasília: Editora da UnB, 1998, p. 17.

De acordo com a reflexão de Hegel, é correto afirmar que

I. a razão governa o mundo e, portanto, a história universal é um processo racional.
II. a ação dos homens obedece a vontade divina que preestabelece o curso da história.
III. no processo histórico, o pensar está subordinado ao real existente.
IV. a ideia ou a razão se originam da força material de produção e reprodução da história.

Assinale a alternativa que contém somente assertivas corretas.

A

III e IV.

B

I e II.

C

II e III.

D

I e III.

Gabarito:

I e III.



Resolução:

d) I e III.

I. Correta. a razão governa o mundo e, portanto, a história universal é um processo racional.
Hegel propõe propõe uma relação entre razão e história, não meramente a partir de uma perspectiva histórica, mas uma filosofia da história. O que ele distingue na filosofia da história é a história como um processo racional, como um desenvolvimento da razão e do Espírito, isto é, ele dá um sentido à história em direção a uma finalidade, a um destino, que é a manifestação da razão e do Espírito, num sentido metafísico, na própria história.

II. Incorreta. a ação dos homens obedece a vontade divina que preestabelece o curso da história.
Não é a vontade divina que preestabelece o curso da história externamente à ação dos homens, segundo Hegel, mas a própria razão subjetiva dos homens respondem ao processo do desenvolvimento do Espírito.

III. Correta. no processo histórico, o pensar está subordinado ao real existente.
Hegel afirma que o real é racional e o racional é real, vinculando realidade e o espírito em sua proposta idealista. Dessa forma, ele concebe a verdade como desenvolvimento do Espírito, a partir de uma dialética na qual o Espírito toma consciência de si mesmo no desenvolver da história. Ele, então, busca a totalidade e a construção de um sistema que compreenda e explique toda a realidade; a totalidade que se revela no Espírito. O Espírito possui primazia e é absoluto, e tem o seu desenvolvimento a partir do espírito subjetivo (alma, consciência, fatos psíquicos) ao espírito objetivo (direito, costumes, moralidade) e ao espírito absoluto (através da arte, da religião) até chegar à filosofia, forma última na qual é integralizada a arte e a religião. O absoluto, assim, é tanto o ser como resultado, objetivo da consciência, realidade do Espírito.

IV. Incorreta. a ideia ou a razão se originam da força material de produção e reprodução da história.
Essa é uma concepção do materialismo dialético de Marx e não de Hegel.



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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