Questão 15440

(Uel 2007) Segundo Antônio Cândido: “[...] o caipira não vive como antes em equilíbrio precário, segundo os recursos do meio imediato e de uma sociabilidade de grupos segregados; vive em franco desequilíbrio econômico, em face dos recursos que a técnica moderna possibilita. [...] O desenvolvimento da economia baseada na exportação dos gêneros tropicais acentuou a diferenciação dos níveis econômicos, que foram aos poucos gerando fortes distinções de classe e cultura. Quando este processo avultou, o caipira ficou humanamente separado do homem da cidade, vivendo cada um o seu tipo de vida. Mas em seguida, [...] graças aos recursos modernos de comunicação, ao aumento da densidade demográfica e à generalização das necessidades complementares, acham-se frente a frente homens do campo e da cidade, sitiantes e fazendeiros, assalariados agrícolas e operários – bruscamente reaproximados no espaço geográfico e social, participando de um universo social que desvenda dolorosamente as discrepâncias econômicas e sociais”.
Fonte: CÂNDIDO, A. Os Parceiros do Rio Bonito. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1982. p. 223.


De acordo com o texto e os conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:

A

Grupos sociais rurais e urbanos foram separados no Brasil em decorrência da diferenciação cultural, resultado do desequilíbrio econômico e do uso de técnicas modernas de produção.

B

Grupos sociais rurais são segregados culturalmente e, desta forma, a cultura urbana não consegue aproximar-se dos homens do campo, resultando em aumento do desequilíbrio econômico no campo.

C

A aproximação entre homem do campo e o homem rural ocorre nos momentos em que os grupos sociais rurais deixam de segregar a cultura urbana e aceitam as melhorias tecnológicas advindas dos modernos meios de comunicação.

D

Os desequilíbrios econômicos dos grupos sociais rurais são consequência da segregação feita pelo homem da cidade.

E

Os grupos sociais rurais viviam em uma situação de equilíbrio precário quando isolados da cidade e passaram a viver em desequilíbrio econômico quando se reencontraram com a vida urbana, devido à modernização e à expansão demográfica.

Gabarito:

Os grupos sociais rurais viviam em uma situação de equilíbrio precário quando isolados da cidade e passaram a viver em desequilíbrio econômico quando se reencontraram com a vida urbana, devido à modernização e à expansão demográfica.



Resolução:

A questão traz um texto de Antônio Cândido sobre os fatores que aprofundaram as diferenças entre os grupos sociais urbanos e rurais no Brasil. O autor afirma que, antes, o caipira brasileiro vivia em equilíbrio precário, ou seja, tinha uma condição de vida básica, sucinta, mas suficiente para seu sustento e prosperidade; hoje, vive em "franco desequilíbrio econômico", em face dos adventos da modernidade que aprofundam as fendas sociais. 

O desenvolvimento da economia baseada na exportação de produtos agrícolas tropicais provocou uma grande mudança no setor produtivo primário, com a grande mecanização do trabalho e a implantação de outras técnicas modernas. Esse fator acentuou as diferenças entre os níveis econômicos, provocando também uma forte distinção de classe e cultura entre o rural e o urbano, separando totalmente a vida do homem do campo e do homem da cidade.

O desenvolvimento dos meios de comunicação, o aumento da densidade demográfica e a expansão das necessidades complementares (produtos do campo na cidade, produtos da cidade no campo) levaram à uma brusca reaproximação desses dois grupos sociais ("homens do campo e da cidade, fazendeiros e sitiantes, assalariados agrícolas e operários"). O universo social formado por esses grupos, antes distantes um do outro em praticamente todas as esferas, reúne, num espaço geográfico (no mesmo lugar) e social (uma mesma sociedade), todas as discrepâncias econômicas e sociais fomentadas entre eles, sem nenhuma forma de amenização ou reparo.

Assim, é possível entender que os grupos sociais rurais, antes isolados da cidade e em uma situação de equilíbrio precário, tornaram-se vítimas de um desequilíbrio econômico quando reencontraram a vida urbana, em face da modernização e da expansão demográfica que acentua as diferenças sociais.

 

A e B: "O desenvolvimento da economia baseada na exportação dos gêneros tropicais acentuou a diferenciação dos níveis econômicos, que foram aos poucos gerando fortes distinções de classe e cultura."

C: O texto aponta que as "melhorias tecnológicas", como os avanços na produção agrícola e a modernização dos meios de comunicação, serviram para fomentar e aprofundar a distância entre o homem do campo e o homem da cidade. Os grupos sociais rurais são excluídos pela cultura urbana, e não o contrário.

D: Os desequilíbrios econômicos dos grupos sociais rurais são fruto da aproximação com a vida urbana.



Questão 1841

(Uel 2010) Observe a frase: “Os deputados decidiram errar onde não poderiam” e assinale a alternativa que corresponde ao uso correto do termo “onde”.

 

O labirinto da internet

 

Um paradoxo da cultura contemporânea é a incapacidade da maioria dos políticos de entender a comunicação política. Essa disfunção provoca, muitas vezes, resultados trágicos. É o caso da lei votada pela Câmara dos Deputados para regular o uso da internet nas eleições. Se aprovada sem mudanças pelo Senado, vai provocar um forte retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo – sua legislação de comunicação eleitoral. Sim, a despeito da má vontade de alguns e, a partir daí, de certos equívocos interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas legislações de comunicação eleitoral do mundo. O nosso modelo de propaganda gratuita, via renúncia fiscal, é tão conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns anacronismos da lei, como o excesso de propaganda partidária em anos não eleitorais ou a ridícula proibição de imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde não poderiam. Mas era um erro previsível. A internet é o meio mais perturbador que já surgiu na comunicação. Para nós da área, ela abre fronteiras tão imprevisíveis e desconcertantes como foram a Teoria da Relatividade para a física, a descoberta do código genético para a biologia, o inconsciente para a psicologia ou a atonalidade para a música. Na comunicação política, a internet é rota ainda difícil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expressão política tem dado pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...] Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rádio, pelo cinema e pela TV na forma e no modo de fazer política. Mas nada perto dos efeitos que trará a internet. Não só por ser uma multimídia de altíssima concentração, mas também porque sua capilaridade e interatividade planetária farão dela não apenas uma transformadora das técnicas de indução do voto, mas o primeiro meio na história a mudar a maneira de votar. Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor não vai ser apenas persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele simplesmente vai votar pela internet de forma contínua e constante.

(Adaptado de: SANTANA, João. O labirinto da internet. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009).

 

 

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Questão 1842

(Uel 2010) Considerando as frases a seguir:

I. “Minha nova bolsa da Luiz Vitão”.

II. “Pelo tamanho, deve caber todos os seus sonhos”.

 

 

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Questão 1854

(UEL - 2010) 

FOLHA – Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a corrupção. O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor. Como explicar? ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.

(Adaptado de: GOIS, Antonio. Mais conscientes, menos mobilizados. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br//fsp/mais/fs2607200914.htm>. Acesso em: 26 jul. 2009)

Considere o trecho:

“Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.”.

As palavras grifadas são

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Questão 1859

(Uel 1997) PERTO DE mil pessoas estiveram PRESENTES ao festival DE INVERNO. As expressões em destaque na frase anterior são, respectivamente,

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