Questão 17903

(UNICAMP - 2017 - 1ª FASE)

O documento abaixo foi redigido pelo governador de Pernambuco, Caetano de Melo e Castro, em 18 de agosto de 1694, para comunicar ao Rei de Portugal a tomada da Serra da Barriga.
“ (...) Não me parece dilatar a Vossa Majestade da gloriosa restauração dos Palmares, cuja feliz vitória senão avalia por menos que a expulsão dos holandeses, e assim foi festejada por todos estes povos com seis dias de luminárias. (...) Os negros se achando de modo poderosos que esperavam o nosso exército metidos na serra (....), fiando-se na aspereza do sítio, na multidão dos defensores. (...) Temeu-se muito a ruína destas Capitanias quando à vista de tamanho exército e repetidos socorros como haviam ido para aquela campanha deixassem de ser vencidos aqueles rebeldes pois imbativelmente se lhes unir-se os escravos todos destes moradores (....)”.

Sobre o documento acima e seus significados atuais, é correto afirmar que

A

foi escrito por uma autoridade da Coroa na colônia e tem como principal conteúdo a comemoração da morte de Zumbi dos Palmares. A data de 20 de novembro, como referência ao líder do quilombo, tem uma conotação simbólica para a população negra em contraponto à visão oficial do 13 de maio de 1888.

B

o feito da tomada de Palmares, em 1694, pelos exércitos da Coroa, é entendido como menos glorioso quando comparado à expulsão dos holandeses de Pernambuco, em 1654. Os dois eventos históricos não têm o mesmo apelo para a formação da sociedade brasileira na atualidade.

C

o texto de Caetano de Melo e Castro indica que Palmares não gerou temor às estruturas coloniais da Capitania de Pernambuco. A comemoração oficial do Dia da Consciência Negra é uma invenção política do período recente.

D

o Quilombo de Palmares representou uma ameaça aos poderes coloniais, já que muitos eram os rebeldes que se organizavam ou se aliavam ao quilombo. A data é celebrada, na atualidade, como símbolo da resistência pelos movimentos negros.

Gabarito:

o Quilombo de Palmares representou uma ameaça aos poderes coloniais, já que muitos eram os rebeldes que se organizavam ou se aliavam ao quilombo. A data é celebrada, na atualidade, como símbolo da resistência pelos movimentos negros.



Resolução:

a) foi escrito por uma autoridade da Coroa na colônia e tem como principal conteúdo a comemoração da morte de Zumbi dos Palmares. A data de 20 de novembro, como referência ao líder do quilombo, tem uma conotação simbólica para a população negra em contraponto à visão oficial do 13 de maio de 1888. 

Incorreta. O documento foi escrito em 1694, ano em que Zumbi ainda era vivo, portanto, não tinha como o principal conteúdo do documento ser a comemoração da morte de Zumbi dos Palmares.

b) o feito da tomada de Palmares, em 1694, pelos exércitos da Coroa, é entendido como menos glorioso quando comparado à expulsão dos holandeses de Pernambuco, em 1654. Os dois eventos históricos não têm o mesmo apelo para a formação da sociedade brasileira na atualidade.

Incorreta. A alternativa infere algo que contradiz o texto, ao descrever a tomada de Palmares como menos gloriosa que a expulsão dos holandeses em 1654.

c) o texto de Caetano de Melo e Castro indica que Palmares não gerou temor às estruturas coloniais da Capitania de Pernambuco. A comemoração oficial do Dia da Consciência Negra é uma invenção política do período recente.

Incorreta.  Palmares notadamente proporcionava um sério temor às autoridades coloniais.

d) o Quilombo de Palmares representou uma ameaça aos poderes coloniais, já que muitos eram os rebeldes que se organizavam ou se aliavam ao quilombo. A data é celebrada, na atualidade, como símbolo da resistência pelos movimentos negros.

Correta. 



Questão 2440

(Unicamp 2016)

Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas.

(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)

Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que:

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Questão 2558

(UNICAMP - 2016 - 1ª fase)

É possível fazer educação de qualidade sem escola

É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).

Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.

O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”

Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.

Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro”  biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.

Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as  erramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.

"Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala,  recisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os  nstrumentos possíveis que levem o menino a aprender.”

Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se  entir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política e  governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.

(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.)

 

A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que:

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Questão 2559

(Unicamp 2016)

 

Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar

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Questão 2560

(Unicamp 2015)

 

Dados numéricos e recursos linguísticos colaboram para a construção dos sentidos de um texto.

Leia os títulos de notícias a seguir sobre as vendas do comércio no último Dia dos Pais.

 

Venda para o Dia dos Pais cresceu 2% em relação ao ano passado.

Adaptado de O Diário Online, 15/08/2014. Disponível em http://www.odiarioonline.com.br/noticia/26953/. Acessado em 20/08/2014.

 

Só 4 em cada 10 brasileiros compraram presentes no Dia dos Pais.

Época São Paulo, 17/08/2014. Disponível em http://epoca.globo.com/regional/sp/Consumo. Acessado em 20/08/2014.

 

 

Podemos afirmar que:

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