Questão 22019

(UNICAMP - 2018 - 1ª FASE)

Olaudah Equiano (1745 –1797) foi um escritor abolicionista africano do século XVIII que viveu na pele os horrores da escravidão nas Américas. Leia o trecho abaixo, retirado da sua autobiografia

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Hitherto I had thought only slavery dreadful; but the state of a free negro appeared to me now equally so at least, and in some respects even worse, for they live in constant alarm for their liberty; and even this is but nominal, for they are universally insulted and plundered without the possibility of redress; for such is the equity of the West Indian laws, that no free negro's evidence will be admitted in their courts of justice. In this situation is it surprising that slaves, when fairly treated, should prefer even the misery of slavery to such a mockery of freedom?

Adaptado de Olaudah Equiano, The Interesting Narrative of the Life of Olaudah Equiano or Gustavus Vassa, the African. Peterborough, Canada: Broadview Press, 2001, p. 250.

Segundo o testemunho de Olaudah Equiano,

A

embora tivessem direitos assegurados no tribunal, os ex-escravos não podiam requerer indenizações pelo tempo passado no cativeiro. 

B

os ex-escravos eram, em princípio, protegidos pelas leis das Índias Ocidentais Britânicas, que previam tratamento igualitário aos cidadãos livres.

C

os escravos libertos dispunham de uma falsa liberdade, pois não gozavam dos mesmos direitos nos tribunais que os cidadãos nascidos livres.  

D

muitos ex-escravos preferiam voltar à antiga condição, mesmo sob patrões severos, levando em conta a maneira como viviam depois de libertos. 

Gabarito:

os escravos libertos dispunham de uma falsa liberdade, pois não gozavam dos mesmos direitos nos tribunais que os cidadãos nascidos livres.  



Resolução:

C: O seguinte trecho confirma que os escravos libertos dispunham de uma falsa liberdade, pois não gozavam dos mesmos direitos nos tribunais que os cidadãos nascidos livres: "[...] the state of a free negro appeared to me [...] in some respects even worse, for they live in constant alarm for their liberty; [...] for such is the equity of the West Indian laws, that no free negro's evidence will be admitted in their courts of justice." = O estado de um negro livre me pareceu em alguns aspectos ainda pior, porque eles vivem em constante atenção por sua liberdade; porque é tanta a equidade das leis das Índias Ocidentais, que as evidências de um negro livre não serão admitidas em seus tribuais de justiça.

 

A: Os ex-escravos não tinham seus direitos assegurados no tribunal.

B: As leis das Índias Ocidentais Britânicas não previam tratamento igualitário aos cidadãos livres e, assim, não protegiam os ex-escravos.

"In this situation is it surprising that slaves, when fairly treated, should prefer even the misery of slavery to such a mockery of freedom?" = Nessa situação, é surpreende que os escravos, quando tratados de forma "justa", prefiram a miséria da escravidão à essa piada de liberdade? —> Esse trecho indica que os escravos viam na escravidão uma condição menos pior do que a liberdade, pois a liberdade que lhes era dada não passava de uma "piada". Isso significa que os escravos preferiam se manter nessa condição, mas os que foram libertos não necessariamente voltavam à antiga condição.



Questão 2440

(Unicamp 2016)

Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas.

(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)

Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que:

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Questão 2558

(UNICAMP - 2016 - 1ª fase)

É possível fazer educação de qualidade sem escola

É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).

Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.

O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”

Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.

Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro”  biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.

Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as  erramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.

"Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala,  recisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os  nstrumentos possíveis que levem o menino a aprender.”

Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se  entir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política e  governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.

(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.)

 

A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que:

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Questão 2559

(Unicamp 2016)

 

Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar

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Questão 2560

(Unicamp 2015)

 

Dados numéricos e recursos linguísticos colaboram para a construção dos sentidos de um texto.

Leia os títulos de notícias a seguir sobre as vendas do comércio no último Dia dos Pais.

 

Venda para o Dia dos Pais cresceu 2% em relação ao ano passado.

Adaptado de O Diário Online, 15/08/2014. Disponível em http://www.odiarioonline.com.br/noticia/26953/. Acessado em 20/08/2014.

 

Só 4 em cada 10 brasileiros compraram presentes no Dia dos Pais.

Época São Paulo, 17/08/2014. Disponível em http://epoca.globo.com/regional/sp/Consumo. Acessado em 20/08/2014.

 

 

Podemos afirmar que:

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