Questão 22561

(UECE - 2009)

Manuel Sicuri, indio aimará, era de corazón ingenuo como un niño; y de no haber sido así no se habrían dado los hechos que le llevaron a la 1cárcel en La Paz. Además, podía seguir las huellas de un hombre 3hasta en las pétreas vertientes de los Andes. El factor importante, en esta historia, es que el cholo Jacinto Muñiz 7tuvo que huir del Perú y entrar en Bolivia por el Desaguadero, lo cual le llevó a irse corriendo, como un animal asustado, por el confín del altiplano, obsedido por la visión de un 2paisaje que le daba la impresión de no avanzar jamás.

Jacinto Muñiz fue perseguido de manera implacable, primero en el Perú, y después por los carabineros de Bolivia que recibían de tarde en tarde noticias de su paso por las desoladas aldeas de la Puna. Jacinto Muñiz no podia liberarse de esa persecución, pues había robado las joyas de una iglesia, y eso no se lo perdonarían ni en el Perú ni en Bolivia; y para fatalidad suya era fácil de identificar porque tenía uma cicatriz en la 10frente. Cuando llegó a la choza del indio Manuel Sicuri, Jacinto Muñiz contó que ésa era la huella de una caída.

Regresemos un poco al pasado. Uno de esos atardeceres, cuando la luz de julio en el altiplano era limpia y el aire cortante, los perros de Manuel Sicuri comenzaron a ladrar. Ladraban insistentemente, pero no a la manera en que lo hacían cuando corrían 4tras una oveja o cuando 14algún 13cóndor volaba sobre el lugar, dejando su sombra en la tierra, sino que sus ladridos eran de sorpresa y 11cólera. Entonces Manuel fue a ver lo que pasaba. Dio la vuelta a la casa y al corral.

Allá, a la distancia, hacia la caída del sol, se veia avanzar un hombre. Este hombre era Jacinto Muñiz. Por primera vez en 15mucho tiempo aparecía por allí un ser humano. Ése hacía esfuerzos para caminar, lo cual comentaron Manuel y su mujer. De haber sido un conocido, o siquiera un indio como ellos, que usara sus ropas y tuviera su aspecto, Manuel hubiera corrido a darle encuentro y tal vez a ayudarle.

Pero era un extraño y 5nadie sabía qué le llevaba a tan desolado sitio a esta hora. Lo mejor sería esperar.

Cuando 8estuvo a cincuenta pasos, el hombre saludó en aimará, si bien notaba que no era su lengua. Manuel se le acercó poco a poco. María espantó los perros con pedruscos y pudo oír a los dos hombres hablar. El forastero explicó que se había perdido y que se sentía muy enfermo; dijo que tenía sed y 16hambre y que queria dormir. Su ropa estaba cubierta de 17polvo y su escasa 12barba muy crecida. Pidió que le dejaran descansar esa noche, y antes de que su marido respondiera María 9dijo que en la vivienda no había dónde. 18Aunque hablaba aimará se apreciaba a simple vista que ese hombre no era de su raza ni tenía nada en común con ellos; pero su instinto de mujer le decía que había algo siniestro y perverso en su rostro. Manuel, 6sin embargo, no era como su mujer; él era confiado, de corazón ingenuo, y sabía que muchas veces Nuestro Señor se disfrazaba de caminante y salía a pedir posada; eso había ocurrido siempre, desde que Dios había resucitado, y debido a ello era un gran pecado negar hospitalidad a quien la pidiera. En suma, aquella noche el cholo peruano Jacinto Muñiz, prófugo de la justicia en dos países, durmió sobre pieles de oveja en la choza de Manuel Sicuri.

BOSCH, Juan. Cuentos Más que Completos. Perú: Alfaguara, 2001, pp. 240-244. Texto adaptado.

El sustantivo HAMBRE (ref. 16) es precedido del artículo definido EL (ejemplo: Era enorme el hambre que estaba sintiendo)

A

porque es del género masculino.   

B

para evitar un sonido desagradable.   

C

porque admite los dos géneros.   

D

por una licencia poética.   

Gabarito:

para evitar un sonido desagradable.   



Resolução:



Questão 1860

(UECE - 2014)

Os dois superlativos (ref. 2 e 3) emprestam ao poema um tom de

O portão fica bocejando, aberto
para os alunos retardatários.
Não há pressa em viver
nem nas ladeiras duras de subir,
1quanto mais para estudar a insípida cartilha.
Mas se o pai do menino é da oposição,
à 2ilustríssima autoridade municipal,
prima por sua vez da 3sacratíssima
autoridade nacional,
4ah, isso não: o vagabundo
ficará mofando lá fora
e leva no boletim uma galáxia de zeros.
A gente aprende muito no portão fechado.

ANDRADE, Carlos Drummond de. In: Poesia e Prosa. Editora Nova Aguilar:1988. p. 506-507.

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Questão 1861

(Uece 2014) Atente para as seguintes afirmações sobre alguns dos elementos do texto.

 

O texto a seguir é um excerto retirado do primeiro parágrafo do artigo de opinião “Com um braço só”, escrito por J. R. Guzzo, que trata da corrupção na política. 1Um dos aspectos menos atraentes da personalidade humana é a tendência de muitas pessoas de só condenar os vícios que não praticam, ou pelos quais não se sentem atraídas. Um caloteiro que não fuma, não bebe e não joga, por exemplo, é frequentemente a voz que mais grita contra o cigarro, a bebida e os cassinos, mas fecha a boca, os ouvidos e os olhos, como 6os três prudentes macaquinhos orientais, quando o assunto é honestidade no pagamento de dívidas pessoais. É a velha história: 2o mal está 4sempre na alma dos outros. Pode até ser verdade, 5infelizmente, quando se trata da política brasileira, em que continua valendo, mais do que nunca, a máxima popular do 3“pega um, pega geral”.

Extraído do artigo ”Com um braço só”, de J.R. Guzzo. VEJA. 21/08/2013.

 

I. Os gramáticos modernos distinguem os advérbios frásicos (aqueles advérbios que modificam um elemento da frase, como em Ele correu muito.) dos advérbios extrafrásicos (aqueles que são exteriores à frase, estão no âmbito da enunciação, como em Ele, naturalmente, passou de primeira, não foi?). Esse segundo grupo congrega os advérbios avaliativos, isto é, que indicam uma avaliação do enunciador acerca do conteúdo enunciado. No texto em estudo, temos um advérbio frásico (ref. 4): “sempre”; e um advérbio extrafrásico (ref. 5): “infelizmente”.

II. Na expressão “os três prudentes macaquinhos orientais” (ref. 6), o artigo definido “os” confere a “três macaquinhos orientais” o status de informação conhecida.

III. O texto, embora constitua apenas um excerto do parágrafo original, apresenta a estrutura paragráfica canônica: tópico frasal ou introdução, desenvolvimento e conclusão.

 

Está correto o que se diz em

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Questão 1862

(UECE - 2008)

Assinale a alternativa em que todas as expressões destacadas têm valor de adjetivo.

A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL

Fernanda Colavitti

2A era digital trouxe inovações e facilidades para o homem que superou de longe o que 16a ficção previa até pouco tempo atrás. 1Se antes precisávamos correr em busca de informações de nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos assediam: resultados de loterias, dicas de cursos, variações da moeda, ofertas de compras, notícias de atentados, ganhadores de gincanas, etc. 11Por outro lado, 6enquanto cresce a capacidade dos discos rígidos e a velocidade das informações, o desempenho da memória humana está ficando cada vez mais comprometido. Cientistas são unânimes ao associar 3a rapidez das informações geradas pelo mundo digital com a restrição de nosso "disco rígido" natural. 10Eles ressaltam, porém, que 7o problema não está propriamente 4nas novas tecnologias, mas 5no uso exagerado delas, o que faz com que deixemos de lado atividades mais estimulantes, como a leitura, que envolvem diversas funções do cérebro. Os mais prejudicados por esse processo têm sido crianças e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal acaba sendo moldado preguiçosamente. Responda sem pensar: qual era a manchete do jornal de ontem? Você lembra o nome da novela que 12antecedeu o Clone? E quem era o técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1994? Não ter uma resposta imediata para essas perguntas não deve ser causa de preocupação para ninguém, mas exemplifica bem o problema constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a relação entre audição e recordação. A pedido de duas empresas, 8ela realizou uma pesquisa para saber o que estava ocorrendo com os funcionários que reclamavam com frequência de lapsos de memória. Foram entrevistados 71 homens e mulheres, com idade de 18 e 42 anos. 9A maioria dos esquecimentos era de natureza auditiva, como nomes que acabavam de ser ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso, responda sem olhar no parágrafo anterior: você lembra o nome da pesquisadora citada?) Ana Maria 13descobriu que os lapsos de memória resultavam basicamente do excesso de informação em consequência do tipo de trabalho que essas pessoas exerciam nas empresas, e do pouco tempo que 14dispunham para processá-las, somados à angústia de querer saber mais e ao excesso de atribuições. "Elas não se detinham no que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e, consequentemente, não 15conseguiam gravar os dados na memória", afirma.

(Fonte Internet: Superinteressante, 2001).

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Questão 1974

(UECE-2007)

A PEDREIRA

Daí à pedreira, restavam apenas uns cinqüenta passos e o chão era já todo coberto por uma farinha de pedra moída que sujava como a cal.
Aqui, ali, por toda a parte, encontravam-se trabalhadores, uns ao sol, outros debaixo de pequenas barracas feitas de lona ou de folha de palmeira. De um lado cunhavam pedra cantando; de outro a quebravam a picareta; de outro afeiçoavam lajedos a ponta de picão; mais adiante faziam paralelepípedos a escopro e macete. E todo aquele retintim de ferramentas, e o martelar da forja, e o corpo dos que lá em cima brocavam a rocha para lançar-lhe fogo, e a surda zoada ao longe, que vinha do cortiço, como de uma aldeia alarmada; tudo dava a idéia de uma atividade feroz, de uma luta de vingança e de ódio. Aqueles homens gotejantes de suor, bêbedos de calor, desvairados de insolação, a quebrarem, a espicaçarem, a torturarem a pedra, pareciam um punhado de demônios revoltados na sua impotência contra o impassível gigante que os contemplava com desprezo, imperturbável a todos os golpes e a todos os tiros que lhe desfechavam no dorso, deixando sem um gemido que lhe abrissem as entranhas de granito. O membrudo cavouqueiro havia chegado à fralda do orgulhoso monstro de pedra; tinha-o cara a cara, mediu-o de alto a baixo, arrogante, num desafio surdo.
A pedreira mostrava nesse ponto de vista o seu lado mais imponente. Descomposta, com o escalavrado flanco exposto ao sol, erguia-se altaneira e desassombrada, afrontando o céu, muito íngreme, lisa, escaldante e cheia de cordas que, mesquinhamente, lhe escorriam pela ciclópica nudez com um efeito de teias de aranha. Em certos lugares, muito alto do chão, lhe haviam espetado alfinetes de ferro, amparando, sobre um precipício, miseráveis tábuas que, vistas cá de baixo, pareciam palitos, mas em cima das quais uns atrevidos pigmeus de forma humana equilibravamse, desfechando golpes de picareta contra o gigante.

(AZEVEDO, Aluísio de. O Cortiço. 25a ed. São Paulo. Ática, 1992, 48-49)

Marque a alternativa na qual o sufixo eiro/eira está empregado com o mesmo sentido que em “pedreira” (linha 01).

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