(UFU - 2001)
A respeito da distinção entre o conhecimento puro e o conhecimento empírico, tal como são apresentados na Crítica da Razão Pura de I. Kant, analise as assertivas abaixo:
I. O conhecimento empírico resulta da experiência sensível e é expresso pelas impressões, portanto, trata-se de um conhecimento a priori.
II. O conhecimento a priori é um conhecimento puro e independente de todas as impressões dos sentidos, portanto, livres dos elementos empíricos.
III. O conhecimento puro, a priori, é um juízo pensado com universalidade rigorosa, de modo que tal juízo não aceita nenhuma exceção.
IV. O conhecimento empírico, a posteriori, é um juízo analítico, pois ele só é possível por intermédio de um conhecimento analítico dos conceitos.
Assinale a alternativa que contém as assertivas verdadeiras:
II e III
I, II e IV
I, III e IV
III e IV
Gabarito:
II e III
a) II e III
I. Incorreta. O conhecimento empírico resulta da experiência sensível e é expresso pelas impressões, portanto, trata-se de um conhecimento a priori.
O conhecimento empírico resulta da experiência sensível e é expresso pelas impressões, portanto, trata-se de um conhecimento a posteriori. O conhecimento empírico é aquele obtido através da experiência sensível e não pode ser desvinculado das impressões sensíveis. Na afirmação, “a parede é branca”, o conhecimento específico sobre a percepção sensível daquele fenômeno expõe um conhecimento que é pontual, isto é, contingente e particular – característica própria dos conhecimentos sintéticos a posteriori.
II. Correta. O conhecimento a priori é um conhecimento puro e independente de todas as impressões dos sentidos, portanto, livres dos elementos empíricos.
O conhecimento puro é aquele obtido através unicamente de uma atividade intelectual sem qualquer influência da experiência sensível. Na afirmação, “todo corpo é extenso”, o conhecimento específico não depende de qualquer maneira do conhecimento sensível, pois o conceito de corpo pressupõe o conceito de extensão de tal modo que um é simplesmente impensável sem o outro – todavia, o conhecimento contido na tal afirmação é tautológico, ou seja, é um juízo analítico e os juízos deste tipo não são interessantes para a ciência, pois não enriquecem o conhecimento.
III. Correta. O conhecimento puro, a priori, é um juízo pensado com universalidade rigorosa, de modo que tal juízo não aceita nenhuma exceção.
O conhecimento puro, a priori, deve se orientar pela necessidade e universalidade, ou seja, um conhecimento, para sê-lo, deve ser universal (em todas as situações) e necessário (deve ocorrer como ocorre).
IV. Incorreta. O conhecimento empírico, a posteriori, é um juízo analítico, pois ele só é possível por intermédio de um conhecimento analítico dos conceitos.
O conhecimento empírico, a posteriori, é um juízo sintético, pois ele é possibilitado mediante a experiência.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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