Questão 23096

(UFU - 2001)

A respeito da distinção entre o conhecimento puro e o conhecimento empírico, tal como são apresentados na Crítica da Razão Pura de I. Kant, analise as assertivas abaixo:

I. O conhecimento empírico resulta da experiência sensível e é expresso pelas impressões, portanto, trata-se de um conhecimento a priori.
II. O conhecimento a priori é um conhecimento puro e independente de todas as impressões dos sentidos, portanto, livres dos elementos empíricos.
III. O conhecimento puro, a priori, é um juízo pensado com universalidade rigorosa, de modo que tal juízo não aceita nenhuma exceção.
IV. O conhecimento empírico, a posteriori, é um juízo analítico, pois ele só é possível por intermédio de um conhecimento analítico dos conceitos.

Assinale a alternativa que contém as assertivas verdadeiras:

A

II e III

B

I, II e IV

C

I, III e IV

D

III e IV

Gabarito:

II e III



Resolução:

a) II e III

 

I. Incorreta. O conhecimento empírico resulta da experiência sensível e é expresso pelas impressões, portanto, trata-se de um conhecimento a priori.
O conhecimento empírico resulta da experiência sensível e é expresso pelas impressões, portanto, trata-se de um conhecimento a posteriori. O conhecimento empírico é aquele obtido através da experiência sensível e não pode ser desvinculado das impressões sensíveis. Na afirmação, “a parede é branca”, o conhecimento específico sobre a percepção sensível daquele fenômeno expõe um conhecimento que é pontual, isto é, contingente e particular – característica própria dos conhecimentos sintéticos a posteriori.

II. Correta. O conhecimento a priori é um conhecimento puro e independente de todas as impressões dos sentidos, portanto, livres dos elementos empíricos.
O conhecimento puro é aquele obtido através unicamente de uma atividade intelectual sem qualquer influência da experiência sensível. Na afirmação, “todo corpo é extenso”, o conhecimento específico não depende de qualquer maneira do conhecimento sensível, pois o conceito de corpo pressupõe o conceito de extensão de tal modo que um é simplesmente impensável sem o outro – todavia, o conhecimento contido na tal afirmação é tautológico, ou seja, é um juízo analítico e os juízos deste tipo não são interessantes para a ciência, pois não enriquecem o conhecimento.

III. Correta. O conhecimento puro, a priori, é um juízo pensado com universalidade rigorosa, de modo que tal juízo não aceita nenhuma exceção.
O conhecimento puro, a priori, deve se orientar pela necessidade e universalidade, ou seja, um conhecimento, para sê-lo, deve ser universal (em todas as situações) e necessário (deve ocorrer como ocorre).

IV. Incorreta. O conhecimento empírico, a posteriori, é um juízo analítico, pois ele só é possível por intermédio de um conhecimento analítico dos conceitos.
O conhecimento empírico, a posteriori, é um juízo sintético, pois ele é possibilitado mediante a experiência.

 



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

Ver questão

Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

Ver questão

Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

Ver questão

Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

Ver questão