A santidade Jaguaripe (Bahia) foi uma espécie de antecessora, à moda
indígena, do que seria Palmares no século XVII. Ela fez tremer o recôncavo,
incendiando engenhos e aldeamentos jesuíticos, prometendo a seus adeptos a
iminente alforria na “terra sem mal”, paraíso tupi, e a morte ou escravização
futura dos portugueses pelos mesmos índios submetidos ao colonialismo. Na
santidade baiana predominavam especialmente os tupinambás, mas havia ainda
uns cristãos, outros pagãos e ainda rebeldes africanos, assim como em
Palmares haveria índios.
VAINFAS, Ronaldo. Deus contra Palmares: representações senhoriais e ideias jesuíticas. In: REIS,
João Jose & GOMES, Flávio dos Santos. Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil.
São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p.61-62 (adaptado).
Os movimentos conduzidos por indígenas e negros no Brasil colonial representaram
a resistência frente aos aldeamentos jesuíticos que buscavam impor aos colonizados a
religião cristã em detrimento das crenças tradicionais, sendo Palmares, localizado na
Serra da Barriga, o maior e mais duradouro símbolo dessa luta no século XVII.
a busca por reconstruir sociedades existentes antes do contato com os europeus, sendo
que tanto na santidade Jaguaripe como no Quilombo de Palmares foi a religiosidade
tupinambá e banto, respectivamente, revivida sem a presença de elementos cristãos.
a luta contra o colonialismo e a escravidão, sendo que Palmares entrou para a história
não pelo nome português cristão, a exemplo da santidade dos tupis, senão como
quilombo, vocábulo de origem banto (kilombo), alusivo a acampamento ou fortaleza.
a batalha pela manutenção de elementos culturais de seus antepassados, sendo a
santidade de Jaguaripe e o Quilombo de Palmares formas de negar o colonialismo
europeu, caracterizadas pela recusa ao enfrentamento direto dos senhores e das tropas
portuguesas, visando os acordos.
Gabarito:
a luta contra o colonialismo e a escravidão, sendo que Palmares entrou para a história
não pelo nome português cristão, a exemplo da santidade dos tupis, senão como
quilombo, vocábulo de origem banto (kilombo), alusivo a acampamento ou fortaleza.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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