Questão 23571

A santidade Jaguaripe (Bahia) foi uma espécie de antecessora, à moda
indígena, do que seria Palmares no século XVII. Ela fez tremer o recôncavo,
incendiando engenhos e aldeamentos jesuíticos, prometendo a seus adeptos a
iminente alforria na “terra sem mal”, paraíso tupi, e a morte ou escravização
futura dos portugueses pelos mesmos índios submetidos ao colonialismo. Na
santidade baiana predominavam especialmente os tupinambás, mas havia ainda
uns cristãos, outros pagãos e ainda rebeldes africanos, assim como em
Palmares haveria índios.
VAINFAS, Ronaldo. Deus contra Palmares: representações senhoriais e ideias jesuíticas. In: REIS,
João Jose & GOMES, Flávio dos Santos. Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil.
São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p.61-62 (adaptado).
Os movimentos conduzidos por indígenas e negros no Brasil colonial representaram

A

a resistência frente aos aldeamentos jesuíticos que buscavam impor aos colonizados a
religião cristã em detrimento das crenças tradicionais, sendo Palmares, localizado na
Serra da Barriga, o maior e mais duradouro símbolo dessa luta no século XVII.

B

a busca por reconstruir sociedades existentes antes do contato com os europeus, sendo
que tanto na santidade Jaguaripe como no Quilombo de Palmares foi a religiosidade
tupinambá e banto, respectivamente, revivida sem a presença de elementos cristãos.

C

a luta contra o colonialismo e a escravidão, sendo que Palmares entrou para a história
não pelo nome português cristão, a exemplo da santidade dos tupis, senão como
quilombo, vocábulo de origem banto (kilombo), alusivo a acampamento ou fortaleza.

D

a batalha pela manutenção de elementos culturais de seus antepassados, sendo a
santidade de Jaguaripe e o Quilombo de Palmares formas de negar o colonialismo
europeu, caracterizadas pela recusa ao enfrentamento direto dos senhores e das tropas
portuguesas, visando os acordos.

Gabarito:

a luta contra o colonialismo e a escravidão, sendo que Palmares entrou para a história
não pelo nome português cristão, a exemplo da santidade dos tupis, senão como
quilombo, vocábulo de origem banto (kilombo), alusivo a acampamento ou fortaleza.



Resolução:



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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