(UFU 2014 - meio do ano) Dentre as teorias que explicam o nascimento da filosofia na Grécia Antiga, há uma que enfatiza o seu surgimento político. Qual característica da polis grega teria contribuído para o nascimento da filosofia?
A proeminência, no espaço público, do pensamento e da reflexão sobre a palavra.
Com a polis advém uma revolução social na Grécia: o surgimento da nova classe dirigente dos sábios ou Reis filósofos.
A existência de um discurso público e dialogado, baseado na troca de opiniões e no desenvolvimento de argumentos persuasivos.
A fundação de um cosmo social laico, expulsando, dos domínios da polis, a religião, o sagrado e os sacerdotes.
Gabarito:
A existência de um discurso público e dialogado, baseado na troca de opiniões e no desenvolvimento de argumentos persuasivos.
c) Correta. A existência de um discurso público e dialogado, baseado na troca de opiniões e no desenvolvimento de argumentos persuasivos.
No contexto da Grécia Antiga, formava-se e organizava-se as pólis, fundamentais para a filosofia, pois acarreta na queda no número de conflitos, que possibilitou condições melhores para que os gregos tivessem tempo para pensar e desenvolver teorias diversas sobre o surgimento do mundo e explicar os fenômenos naturais e sociais. Surgira, na pólis, a figura dos sofistas, cuja perspectiva se fundava a partir da persuasão e da troca de opiniões, um pensamento baseado no poder da palavra, que implicou nas críticas de Sócrates contra o relativismo sofista. A filosofia surge nesse contexto de debate e de formulação de teorias diversas, no espaço da ágora, onde aconteciam as discussões sobre diversos temas.
a) Incorreta. A proeminência, no espaço público, do pensamento e da reflexão sobre a palavra.
No contexto da pólis, não havia sempre a proeminência da reflexão e do pensamento acerca da palavra, atitude investigativa que era traço de alguns pensadores, porém não de um modo geral, pois o que predominava era o espaço para diálogo e debate sobre ideias, que não pressupõe essa atividade investigativa no âmbito público e, sim, a persuasão.
b) Incorreta. Com a polis advém uma revolução social na Grécia: o surgimento da nova classe dirigente dos sábios ou Reis filósofos.
Essa é uma formulação teórica construída na obra A República de Platão e, como uma constituição teórica, não implica em um valor histórico real, apesar de ser discutível alguns exemplos reais de reis-filósofos. Porém, o conceito platônico tem mais um valor utópico, de uma república ideal governada pela sabedoria, e nunca se constituiu como uma revolução social na Grécia, um dado histórico relevante que fora presenciado de fato.
d) Incorreta. A fundação de um cosmo social laico, expulsando, dos domínios da polis, a religião, o sagrado e os sacerdotes.
A religião grega, com os seus ritos e práticas sobre o sagrado, sempre fizera parte do âmbito público da sociedade grega, inclusive de seu plano político.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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