Questão 24657

(UFU 2014 - Meio do ano) 

A representação acima é obtida com a projeção da superfície terrestre, com os paralelos e os meridianos, sobre um cilindro em que o mapa será desenhado. Ao ser desenrolado, apresentará sobre uma superfície plana todas as informações que para ele foram transferidas.  
Nesse tipo de projeção, 

A

 a linha imaginária do Equador é o único paralelo que não tem sua dimensão original alterada. 

B

as latitudes médias são as que apresentam as maiores distorções em relação à dimensão original de suas áreas. 

C

 a superfície terrestre localizada nas altas latitudes não apresenta ampliação em suas áreas. 

D

as áreas localizadas entre os trópicos de Câncer e Capricórnio mantêm sua real forma e dimensão original.   

Gabarito:

 a linha imaginária do Equador é o único paralelo que não tem sua dimensão original alterada. 



Resolução:

Diferentemente das representações cartográficas anteriores, o mapa-múndi de 1569 (Mercator) não usava uma malha de coordenadas aleatórias, mas baseava-se na matematização do real, na qual Mercator concebia a Terra como uma esfera (tridimensional) e não como uma superfície (bidimensional), o que permitiu traçar o sistema de coordenadas em que o nível de distorção estivesse matematicamente (e antecipadamente) controlado. Essa projeção não foi elaborada para simples representação do mundo, mas serviria a finalidades práticas da navegação. O dado é de suma importância para se compreender o mecanismo da projeção, visto que, naquela época, os mapas tinham mais eficiência estética do que finalidade utilitária. Uma das exceções seriam as cartas portulanas. A projeção de Mercator é, tecnicamente, uma projeção cilíndrica em que todos os meridianos são linhas retas perpendiculares ao Equador e às suas linhas de latitude. Entretanto, à medida que se dirigem aos polos, as distorções aumentam drasticamente. Essa geometria faz com que a superfície da Terra se torne deformada na direção leste–oeste, e quanto maior ou menor for a latitude. É acompanhada por idêntica deformação na direção norte-sul e torna-se infinita nos polos,impedindo a sua representação.

A) Correta: A projeção cilíndrica de Mercator fica paralela a linha do Equador e sendo assim, nessa projeção, o Equador é a região que menos sofre distorções em relação às outras. 

B) Incorreta: Na projeção cilíndrica as regiões mais distorcidas do globo são as zonas polares. 

C) Incorreta: Na projeção cilíndrica as altas latitudes, as zonas tropicais, são as mais distorcidas com o aumento de sua área (vide Groenlândia) 

D) Incorreta: As regiões tropicais, mesmo que menos distorcidas, também sofrem alteração e são usadas escalas e não dimensões originais. 



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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