Questão 25375

(UFU - 2015 - 1ª FASE)

A partir de 1750-60, a produção mineradora começou a declinar. Tal mudança, articulada a outros elementos, determinou uma revisão da política mercantilista durante a administração do Marquês de Pombal, secretário de Estado de D. José I.

                                                       ALBUQUERQUE, Manuel Maurício de. Pequena História da Formação Social Brasileira. 2.ed. Rio de Janeiro: Graal, 1981, p.100. (Adaptado).

A crise econômica da segunda metade do século XVIII abriu caminho para as reformas pombalinas, vistas como inevitáveis para a recuperação econômica do reino de Portugal e que se caracterizavam, entre outras medidas,

A

pelo estreitamento das relações comerciais com a Inglaterra, país que era visto como mercado seguro dos produtos primários das colônias portuguesas.

B

pelo estreitamento das relações com a Igreja, com o aumento da presença dos jesuítas, vistos como agentes importantes da modernização educacional

C

pelo incentivo à produção manufatureira na colônia, com o objetivo de diminuir a dependência econômica em relação aos produtos primários.

D

pelo surgimento dos primeiros projetos de abolição de escravos, com o objetivo de formar um mercado consumidor para as indústrias da colônia.

Gabarito:

pelo incentivo à produção manufatureira na colônia, com o objetivo de diminuir a dependência econômica em relação aos produtos primários.



Resolução:

a) pelo estreitamento das relações comerciais com a Inglaterra, país que era visto como mercado seguro dos produtos primários das colônias portuguesas.

Incorreta. Nas relações econômicas a colônia buscava alcançar certa autonomia nas produções manufatureiras.

b) pelo estreitamento das relações com a Igreja, com o aumento da presença dos jesuítas, vistos como agentes importantes da modernização educacional

Incorreta. As relações com a Igreja passaram por diversos rompimentos, em especial com os jesuítas, expulsos do território brasileiro no período.

c) pelo incentivo à produção manufatureira na colônia, com o objetivo de diminuir a dependência econômica em relação aos produtos primários.

Correta. Pombal visava o desenvolvimento manufatureiro na colônia para garantir certa autonomia - ele destinou investimentos à construção de diques e estaleiros com a finalidade de aumentar o desenvolvimento da indústria naval, e consequentemente o comércio com os portugueses (já que o Pacto Colonial ainda existia). Quando D. José morreu e Pombal foi minado do cargo de primeiro-ministro, houve uma "viradeira", em que a regente D. Maria emitiu um alvará de proibição das manufaturas no Brasil, que só voltariam a ser então estabelecidas no Brasil sob o Período Joanino. 

d) pelo surgimento dos primeiros projetos de abolição de escravos, com o objetivo de formar um mercado consumidor para as indústrias da colônia.

Incorreta. Tais projetos somente começaram a se efetivar ao longo do segundo reinado no Brasil.



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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