(UFU - 2015 - 1ª FASE)
Como é usual no desenvolvimento de novas tecnologias, os drones também brotaram de centros militares. Mas no Exército eles têm outro nome: veículos aéreos não tripulados (os vants). São aeronaves autônomas, guiadas a distância por pilotos ou que navegam sozinhas, e que podem medir de poucos centímetros a dezenas de metros de comprimento. No começo dos anos 2000, passaram a ser utilizadas regularmente em missões do governo americano, e gradualmente substituem pilotos no campo de batalha. Se em 2009 3% da tropa da Força Aérea dos Estados Unidos guiava os vants, agora a parcela é de ao menos 10%, e há queixas de que não é o suficiente. E se no início eles substituíam soldados em tarefas arriscadas, agora solucionam até dilemas morais típicos de situações de guerra, e que antes só humanos conseguiam resolver. Às máquinas foram atribuídas decisões deontológicas. Quando foram concebidos, os vants eram totalmente guiados por um controle remoto. Tudo que a máquina fazia era responder aos comandos de um humano. Mas cada vez mais o homem se mostra dispensável. Os drones militares da década de 2010 contam com softwares dotados de algoritmos capazes de não só guiá-los, mas de identificar alvos e decidir se é preciso abatê-los. Um ex-operador de drones militares dos Estados Unidos revelou recentemente que as aeronaves rastreavam, sozinhas, o celular de um inimigo e indicavam se era necessário executá-lo, mesmo que ele não fosse o dono do aparelho, e com risco real de matar civis ao redor. Israel também divulgou a realização de testes com um programa que fará com que drones solucionem dilemas éticos. Exemplo: se o dano colateral, a morte de civis, for matematicamente mais prejudicial do que a execução de um alvo de menor relevância, a máquina cancela o ataque. Fórmulas matemáticas, em vez de humanos, podem passar a reger o campo de batalha.
THOMAS, Jennifer Ann. Veja, 14 de fevereiro, 2015, p. 173. (Fragmento)
No fragmento, uma das relações de coesão se estabelece por meio de
meronímia, o termo drones (linha 1) constitui uma parte de vants (linha 3).
hiperonímia, a relação existente entre um termo mais genérico, máquinas (linha 10) e um mais específico, drones (linha 15).
catáfora, o termo aeronaves (linha 16) substitui o termo máquina (linha 12).
anáfora, o termo drones (linha 1) aponta para o termo aparelho (linha 17).
Gabarito:
hiperonímia, a relação existente entre um termo mais genérico, máquinas (linha 10) e um mais específico, drones (linha 15).
Para responder a essa questão, vamos nos atentar aos conceitos necessários para desenvolvê-la:
Vamos partir agora para as alternativas;
a) meronímia, o termo drones (ref. 1) constitui uma parte de vants (ref. 2).
Drones não constitui uma parte de VANTS, na verdade eles se referem a mesma entidade.
b) hiperonímia, a relação existente entre um termo mais genérico, máquinas (ref. 3) e um mais específico, drones (ref. 5).
Correto, drones é um significado mais específico que engloba o significado mais geral de máquina.
c) catáfora, o termo aeronaves (ref. 6) substitui o termo máquina (ref. 4).
A relação é anafórica pois "aeronaves" faz referência a "máquina", que aparece antes no texto.
d) anáfora, o termo drones (ref. 1) aponta para o termo aparelho (ref. 7).
Incorreto, a palavra que faz correspondência com "aparelho" é "celular".
Dessa maneira, a alternativa correta é a letra [b].
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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