(UFU - 2015 - 1ª FASE)
Em 2006, o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) lançou um estudo intitulado “A jornada de trabalho no Brasil” na qual se pode ler que
[...] com exceção das conquistas obtidas em acordos ou convenções coletivas desde a Constituição de 1988, praticamente todas as alterações nos direitos trabalhistas foram no sentido de diminuir direitos e/ou de intensificar o ritmo de trabalho.
DIEESE. A Jornada de Trabalho no Brasil. Disponível em <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BA5F4B7012BAB0CD8FE72AD/Prod02_2006.pdf>. Acesso em: 22 fev. 2015.
Tomando por base as reflexões de Karl Marx acerca da jornada de trabalho e seus conhecimentos sobre a realidade nacional, é correto afirmar que:
Tal como todo aparato jurídico burguês, a Constituição de 1988 trouxe consigo a redução dos direitos trabalhistas e a ampliação da exploração sobre o trabalho.
A redução de direitos trabalhistas é uma marca presente em todos os Estados de BemEstar Social no centro e na periferia do capitalismo.
Intensificar o ritmo de trabalho significa, em outras palavras, ampliar a extração de mais valia relativa.
Vive-se o paradoxo de a redução dos direitos conviver com um momento especial de crescimento e ofensiva da mobilização sindical.
Gabarito:
Intensificar o ritmo de trabalho significa, em outras palavras, ampliar a extração de mais valia relativa.
c) Correta. Intensificar o ritmo de trabalho significa, em outras palavras, ampliar a extração de mais valia relativa.
O debate marxista acerca do ritmo do trabalho volta-se sobre a noção de mais valia, que analisa a exploração do trabalhador através do processo produtivo e da remuneração do operário. Nesse sentido, a mais valia, nas formas de exploração do trabalho, se diferencia em sua forma absoluta e relativa. A mais valia relativa implica na possibilidade de aumentar a exploração do trabalho por meio da intensificação da atividade produtiva dentro da jornada de trabalho, o que gera um aumento de produção sem o seu respectivo aumento salarial.
a) Incorreta. Tal como todo aparato jurídico burguês, a Constituição de 1988 trouxe consigo a redução dos direitos trabalhistas e a ampliação da exploração sobre o trabalho.
A constituição de 1988 é colocada como uma exceção na redução dos direitos trabalhistas e a ampliação da exploração sobre o trabalho, segundo o texto.
b) Incorreta. A redução de direitos trabalhistas é uma marca presente em todos os Estados de Bem Estar Social no centro e na periferia do capitalismo.
Os Estados de Bem Estar Social não são caracterizados pela redução de direitos trabalhistas, ao contrário, pelo fortalecimento de políticas que garantem-nos.
d) Incorreta. Vive-se o paradoxo de a redução dos direitos conviver com um momento especial de crescimento e ofensiva da mobilização sindical.
Não é algo afirmado por Marx ou que caracterize a sociedade atual, pois a mobilização sindical sempre esteve presente.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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