(ENEM PPL - 2016)
O adolescente
A vida é tão bela que chega a dar medo.
Não o medo que paralisa e gela,
estátua súbita,
mas
esse medo fascinante e fremente de curiosidade que faz
o jovem felino seguir para frente farejando o vento
ao sair, a primeira vez, da gruta.
Medo que ofusca: luz!
Cumplicentemente,
as folhas contam-te um segredo
velho como o mundo:
Adolescente, olha! A vida é nova...
A vida é nova e anda nua
– vestida apenas com o teu desejo!
QUINTANA, M. Nariz de vidro. São Paulo: Moderna, 1998.
Ao abordar uma etapa do desenvolvimento humano, o poema mobiliza diferentes estratégias de composição. O principal recurso expressivo empregado para a construção de uma imagem da adolescência é a
hipérbole do medo.
metáfora da estátua.
personificação da vida.
antítese entre juventude e velhice.
comparação entre desejo e nudez.
Gabarito:
personificação da vida.
A) INCORRETA: Na referência ao medo presente na adolescência ("esse medo fascinante e fremente de curiosidade") não há um exagero, um aumento da verdadeira sensação. Os adjetivos "fascinante" e "fremente" revelam a associação feita entre medo e curiosidade, sem que esse sentimento seja exorbitante e desproporcional, como supõe a hipérbole;
B) INCORRETA: A metáfora da estátua não está na representação da adolescência, e sim de seu contrário: "Não o medo que paralisa e gela,/ estátua súbita". O medo metaforizado na estátua é contrário ao "medo-curiosidade" que marca a experiência da juventude;
C) CORRETA: Enquanto que as quatro primeiras estrofes expressam as sensações que o adolescente sente ao descobrir a vida, como o medo, que é caracterizado detalhadamente, as duas últimas exortam o adolescente à satisfação do desejo, enfrentando a vida, retratada com a forma de uma mulher jovem e nua. Assim é correta a opção [C], pois o recurso expressivo empregado para a construção de uma imagem da adolescência é a personificação da vida: “A vida é nova e anda nua/– vestida apenas com o teu desejo!”
D) INCORRETA: A velhice não é mencionada como contraponto à juventude. O segredo "velho como o mundo" de que a vida é bela faz parte da descoberta da adolescência, e não é colocado em posição de antítese (contraste absoluto);
E) INCORRETA: O desejo é comparado às roupas da vida, que são a única coisa que o adolescente é capaz de projetar em seu corpo nu. A vida se veste e reveste do desejo, das vontades que o jovem coloca diante dela. O desejo não desnuda, e sim cobre a vida de sentidos e sensações.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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