Questão 26267

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

As nuvens, por onde pisamos distraídos, quase tocando nos astros, sempre foram um lugar para não estar  à exceção dos poetas, dos nefelibatas e dos aviões. Das nuvens, hoje, é de onde não devemos descer, porque nelas está tudo, mas tudo mesmo  as mais belas canções, os livros, as séries de televisão, os filmes, os softwares, o dinheiro no 5 banco. Nuvem ou cloud, em inglês  é o nome que se dá ao conjunto de potentes servidores remotos que armazenam todo o conteúdo digital à mão. A velocidade de processamento de dados associada ao aumento exponencial da capacidade de guardar informações mudou para sempre o modo como produzimos e consumimos os alimentos para a alma, para, aí 10 sim, termos o direito de caminhar nas nuvens.

A história dessa aventura tecnológica é jovem demais para ser tão espetacular, daí seu fascínio. Quando a internet começou a se popularizar, nos anos 1990, ela era uma obra aberta, com poucas certezas e muitas apostas erradas, sabemos hoje. Uma das crenças anunciava um mundo 15 virtual povoado exclusivamente de amadorismo e pirataria. Era assim há vinte anos. Pela rede circulavam pencas de filmes roubados, misturados a pornografia e a um ou outro arquivo particular de gatinhos adoráveis. Acreditava-se que a única forma de achar conteúdo de qualidade seria ligando a televisão, indo ao cinema ou alugando um VHS, objeto tão 20 ancestral quanto a pedra lascada. Cortemos para o presente. Sim, há vídeos de gatos, pornografia e pirataria. Mas a rede nos trouxe também o iTunes, o Netflix, o Spotify e, com eles, conteúdo de excelência  e legalizado. O que ocorreu entre o amadorismo dos anos 90 e o profissionalismo a que chegamos? A peça-chave foi o avanço acelerado 25 da tecnologia atrelada à internet. É o alicerce do mundo on demand (sob demanda), onde todos podem ver o que quiserem, onde estiverem e na hora que escolherem.

 
VILICIC, Filipe; BEER, Raquel; NERI, Gabriela. Tá caindo música do céu... Veja, 6 de maio de 2015, p. 80-87 (fragmento) 


De acordo com as ideias desenvolvidas no texto, assinale a alternativa INCORRETA.  

A

No segundo parágrafo, a sequência narrativa cumpre a função de sustentar a tese defendida pelo produtor do texto. 

B

A pergunta “O que ocorreu entre o amadorismo dos anos 1990 e o profissionalismo a que chegamos? ” (linhas 24 e 25) introduz uma opinião a respeito do assunto que já vinha sendo tratado. 

C

O item lexical “daí” (linha 13) cumpre a função de estabelecer relação de explicação com o que lhe antecede. 

D

Em “A história dessa aventura tecnológica é jovem demais para ser tão espetacular, daí seu fascínio.” (linhas 12 e 13), infere-se que espetacular não é um termo geralmente empregado para qualificar o que é jovem demais.   

Gabarito:

A pergunta “O que ocorreu entre o amadorismo dos anos 1990 e o profissionalismo a que chegamos? ” (linhas 24 e 25) introduz uma opinião a respeito do assunto que já vinha sendo tratado. 



Resolução:



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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