(UFU - 2016 - 1ª FASE)
As nuvens, por onde pisamos distraídos, quase tocando nos astros, sempre foram um lugar para não estar à exceção dos poetas, dos nefelibatas e dos aviões. Das nuvens, hoje, é de onde não devemos descer, porque nelas está tudo, mas tudo mesmo as mais belas canções, os livros, as séries de televisão, os filmes, os softwares, o dinheiro no 5 banco. Nuvem ou cloud, em inglês é o nome que se dá ao conjunto de potentes servidores remotos que armazenam todo o conteúdo digital à mão. A velocidade de processamento de dados associada ao aumento exponencial da capacidade de guardar informações mudou para sempre o modo como produzimos e consumimos os alimentos para a alma, para, aí 10 sim, termos o direito de caminhar nas nuvens.
A história dessa aventura tecnológica é jovem demais para ser tão espetacular, daí seu fascínio. Quando a internet começou a se popularizar, nos anos 1990, ela era uma obra aberta, com poucas certezas e muitas apostas erradas, sabemos hoje. Uma das crenças anunciava um mundo 15 virtual povoado exclusivamente de amadorismo e pirataria. Era assim há vinte anos. Pela rede circulavam pencas de filmes roubados, misturados a pornografia e a um ou outro arquivo particular de gatinhos adoráveis. Acreditava-se que a única forma de achar conteúdo de qualidade seria ligando a televisão, indo ao cinema ou alugando um VHS, objeto tão 20 ancestral quanto a pedra lascada. Cortemos para o presente. Sim, há vídeos de gatos, pornografia e pirataria. Mas a rede nos trouxe também o iTunes, o Netflix, o Spotify e, com eles, conteúdo de excelência e legalizado. O que ocorreu entre o amadorismo dos anos 90 e o profissionalismo a que chegamos? A peça-chave foi o avanço acelerado 25 da tecnologia atrelada à internet. É o alicerce do mundo on demand (sob demanda), onde todos podem ver o que quiserem, onde estiverem e na hora que escolherem.
VILICIC, Filipe; BEER, Raquel; NERI, Gabriela. Tá caindo música do céu... Veja, 6 de maio de 2015, p. 80-87 (fragmento)
De acordo com as ideias desenvolvidas no texto, assinale a alternativa INCORRETA.
No segundo parágrafo, a sequência narrativa cumpre a função de sustentar a tese defendida pelo produtor do texto.
A pergunta “O que ocorreu entre o amadorismo dos anos 1990 e o profissionalismo a que chegamos? ” (linhas 24 e 25) introduz uma opinião a respeito do assunto que já vinha sendo tratado.
O item lexical “daí” (linha 13) cumpre a função de estabelecer relação de explicação com o que lhe antecede.
Em “A história dessa aventura tecnológica é jovem demais para ser tão espetacular, daí seu fascínio.” (linhas 12 e 13), infere-se que espetacular não é um termo geralmente empregado para qualificar o que é jovem demais.
Gabarito:
A pergunta “O que ocorreu entre o amadorismo dos anos 1990 e o profissionalismo a que chegamos? ” (linhas 24 e 25) introduz uma opinião a respeito do assunto que já vinha sendo tratado.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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