(UFU - 2016 - 1ª FASE)
[...] na produção social da própria vida, os homens contraem relações determinadas, necessárias e independentes de sua vontade, relações de produção estas que correspondem a uma etapa determinada de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais.
MARX, K. Para a crítica da economia política. Tradução de José Arthur Giannotti e Edgar Malagodi. In: ______. Marx, volume 1. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 1-157. p. 29. Coleção "Os Pensadores".
Considerando a afirmação apresentada, assinale a alternativa correta acerca da interpretação do pensamento de Marx.
As relações sociais decorrem das relações de produção material estabelecidas entre os indivíduos; elas são as bases da sociedade civil e equivalem à sua estrutura econômica, que determina a superestrutura jurídica e política.
As relações materiais são subordinadas à cultura de um determinado povo, que, graças à sua consciência histórica, é capaz de estabelecer os modos de produção em conformidade com os valores espirituais ditados pela razão absoluta.
A sociedade civil é a expressão jurídica de um povo, cuja realidade é determinada pelo grau de desenvolvimento espiritual que orienta as ações humanas e subordina as forças produtivas aos valores culturais contidos na religião, na arte e na política.
O modo de vida espiritual de um povo condiciona o processo geral da vida, inclusive as relações materiais de produção, por isso a consciência dos homens determina o ser social, e toda mudança depende exclusivamente da consciência.
Gabarito:
As relações sociais decorrem das relações de produção material estabelecidas entre os indivíduos; elas são as bases da sociedade civil e equivalem à sua estrutura econômica, que determina a superestrutura jurídica e política.
a) Correta. As relações sociais decorrem das relações de produção material estabelecidas entre os indivíduos; elas são as bases da sociedade civil e equivalem à sua estrutura econômica, que determina a superestrutura jurídica e política.
A infraestrutura é a base, como o próprio termo infere, isto é, é o fundamento da sociedade. Numa analogia com um edifício, a infraestrutura é aquilo que sustenta e a superestrutura é o que vem por cima, de modo que aquilo que baseia esse edifício o determina diretamente. As relações de produção, isto é, a infraestrutura, são a condição básica determinante de toda a sociedade, marcadas pelas relações desiguais e contraditórias estabelecidas entre as classes sociais na produção social, e fundamentam as suas instituições que se encontram no plano da superestrutura.
b) Incorreta. As relações materiais são subordinadas à cultura de um determinado povo, que, graças à sua consciência histórica, é capaz de estabelecer os modos de produção em conformidade com os valores espirituais ditados pela razão absoluta.
As relações materiais não são subordinadas à cultura de um determinado povo, pois, segundo Marx, são essas relações materiais que embasam toda a sociedade, inclusive a cultura de um determinado povo. Além disso, essas relações contrariam a existência de valores espirituais.
c) Incorreta. A sociedade civil é a expressão jurídica de um povo, cuja realidade é determinada pelo grau de desenvolvimento espiritual que orienta as ações humanas e subordina as forças produtivas aos valores culturais contidos na religião, na arte e na política.
A expressão jurídica de um povo corresponde à superestrutura de uma sociedade, que é fundamentada pela infraestrutura, e, além disso, não é o grau de desenvolvimento espiritual que orienta as ações humanas e subordina as forças produtivas aos valores culturais contidos na religião, na arte e na política, pois, para Marx, a religião é fruto da ideologia que retira a consciência da realidade material de uma sociedade.
d) Incorreta. O modo de vida espiritual de um povo condiciona o processo geral da vida, inclusive as relações materiais de produção, por isso a consciência dos homens determina o ser social, e toda mudança depende exclusivamente da consciência.
Marx se contropõe a esse modo de vida espiritual e não concebe que a mudança dependa exclusivamente da consciência, antes, da práxis.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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