(UFU - 2016 - 1ª FASE)
Quero ensinar aos homens o sentido do seu ser: o qual é o super-homem [Übermensch], o raio vindo da negra nuvem homem.
NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra. Tradução de Paulo César de Sousa. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 21.
No fragmento, o filósofo propõe algo que possa fazer com que as pessoas ultrapassem as convenções sociais que tornam os homens submissos à moral do escravo e ao espírito de rebanho.
Assinale a alternativa que expressa a tarefa a ser realizada para a superação da submissão humana.
Ensinar o sentido do ser significa admitir que há uma verdade secreta e superior ao homem que o torna pequeno e submisso à moral vigente, mas que lhe promete recompensas em uma vida além deste mundo.
Ensinar o sentido do ser equivale ao estabelecimento do critério para a transvaloração de todos os valores sociais, o que dará ao homem a prerrogativa para formar os seus próprios valores.
Ensinar o sentido do ser significa descobrir o Deus da tradição como o fundamento que faz de cada indivíduo um escravo que deve se sentir feliz com a sua situação, pois só assim obterá uma felicidade eterna.
Ensinar o sentido do ser significa promover o espírito de rebanho que acolhe o superhomem e o faz entender que a virtude está na subordinação da vida aos ditames da moral do escravo que faz da fraqueza a maior virtude.
Gabarito:
Ensinar o sentido do ser equivale ao estabelecimento do critério para a transvaloração de todos os valores sociais, o que dará ao homem a prerrogativa para formar os seus próprios valores.
b) Correta: O super homem é aquele que vai além dessas noções históricas e vigentes de moral, e constrói suas próprias noções de moral.
a) Incorreta: A filosofia de Nietzsche busca, justamente, o inverso dessa proposição, pois ele se empenha em desconstruir toda ideia de verdade e de afirmações transcendentes, as quais, segundo ele, o tornam pequeno e submisso à moral vigente, e reafirmar o sentido da terra em detrimento de qualquer recompensa em uma vida além deste mundo.
c) Incorreta: Nietzsche defende, também, o contrário dessa alternativa, pois dele provém a famosa frase "Deus está morto". Ele, na verdade, busca idealizar um projeto de ser humano baseado na vontade de poder e na afirmação da excelência humana, contra o que ele compreende como uma moral subserviente e dos fracos.
d) Incorreta: Nietzsche compreende justamente o contrário dessa alternativa também, pois compreende que uma moral acerca da fraqueza humana envenena-o e é, antes, baseada no ressentimento. Por isso, ele defende uma noção de transvaloração que leve o super homem para além da moral do rebanho.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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