(PUC/RS - 2007)
ALCOOLISMO E ADOLESCÊNCIA
A última pesquisa sobre o uso do álcool entre adolescentes desenvolvida pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, da Unifesp, revela que 48,3% dos adolescentes entre 12 e 17 anos já beberam alguma vez na vida (52,2% rapazes; 44,7% moças). Desses, 14,8% bebem regularmente e 6,7% são dependentes do álcool. (...)
1O álcool é considerado particularmente perigoso para o adolescente por motivos diversos. Em primeiro lugar, 2pelo fácil acesso: a lei 9.294/96 proíbe a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, mas 3essa é uma daquelas leis que "não pegam", por incapacidade de fiscalização das autoridades. Em segundo lugar, a bebida é tida como um elemento de socialização, de auto-afirmação e de inclusão no mundo adulto. 4Além do estímulo da propaganda e dos amigos, muitas vezes o contato com o álcool é propiciado pelos próprios familiares do adolescente. Os pais não têm em relação ao etanol, por exemplo, o cuidado que costumam ter com a maconha.
Por outro lado, pesquisa realizada pela Universidade Duke (EUA), em 2000, demonstrou que o uso frequente do álcool na adolescência produz danos ao cérebro, afetando a memória e prejudicando a aprendizagem, além de favorecer o desenvolvimento de problemas familiares e de uma vida sexual promíscua - o que se tornou um comportamento de alto risco na era da AIDS.
5Sendo a adolescência a fase de construção da identidade, é particularmente perigoso que o jovem se habitue .......... experimentar situações específicas como festas, praia e namoro sob o efeito do álcool. Associando o uso de bebidas .......... sensações de prazer, o consumo de álcool torna-se cada vez mais frequente, abrindo caminho .......... dependência, que pode ser tanto física quanto psicológica.
Antonio Carlos Olivieri
http://vestibular.uol.com.br/atualidades/ult1685u271.jhtm
As palavras que preenchem correta e respectivamente as lacunas do último parágrafo estão reunidas em
à - a - à
a - a - a
à - às - à
a - as - a
a - a - à
Gabarito:
a - a - à
A questão solicita que se utilize adequadamente as palavras craseadas ou não craseadas a partir das lacunas apresentadas no seguinte fragmento: "Sendo a adolescência a fase de construção da identidade, é particularmente perigoso que o jovem se habitue .......... experimentar situações específicas como festas, praia e namoro sob o efeito do álcool. Associando o uso de bebidas .......... sensações de prazer, o consumo de álcool torna-se cada vez mais frequente, abrindo caminho .......... dependência, que pode ser tanto física quanto psicológica".
A primeira lacuna, "o jovem se habitue .......... experimentar situações específicas", o correto é inserir o "a" (não craseado), ficando da seguinte maneira "o jovem se habitue a experimentar situações específicas", pois, nesse caso, há necessidade de apenas inserir a preposição "a" (não há viabilidade do uso dos artigos, pois não há presença de um substantivo, mas sim de um verbo).
A segunda lacuna, "Associando o uso de bebidas .......... sensações de prazer, o consumo de álcool torna-se cada vez mais frequente" é correto inserir o "a" (não craseado), fica da seguinte maneira: "Associando o uso de bebidas a (não craseado e na forma singular) sensações de prazer, o consumo de álcool torna-se cada vez mais frequente", pois o "a" que completa a segunda lacuna é uma preposição. Como a palavra sensações está no plural, não é possível o uso do artigo no singular.
A terceira lacuna, " abrindo caminho .......... dependência" é explícito o uso da crase, ficando da seguinte forma: "abrindo caminho à dependência". A crase, nesse caso, é usada quando há uma contração/fusão da preposição "a", exigida pela regência do verbo, com o artigo feminino "a", fazendo referência ao substantivo também feminino "dependência". A crase é justificada devido a transitividade do verbo "abrindo" (sendo um VTI: implica o uso da preposição "a"), fazendo a pergunta clássica para o verbo: "quem abre um caminho, abre para algum lugar: "a dependência").
(PUC-SP-2001)
A QUESTÃO É COMEÇAR
Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.
No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar. Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais.
Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo.
Não me deixe falando sozinho.” Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.
(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).
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Observe a seguinte afirmação feita pelo autor:
“Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.”
Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”.
Indique a alternativa que explicita essa função.
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(Pucpr 2004)
"Aula de Português"
A linguagem na ponta da língua,
tão fácil de falar e de entender.
A linguagem na superfície estrelada das estrelas,
sabe lá o que ela quer dizer?
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo. In: "Poesia e Prosa". Rio: Nova Aguilar,1988.)
Em relação às duas estrofes do poema "Aula de Português", de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA:
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(Puccamp 2016) Comenta-se corretamente sobre o que se tem no trecho.
A questão a seguir refere-se ao trecho do capítulo 2 da obra Ginástica doce e yoga para crianças: método La Douce.
CAPÍTULO 2 (O CORPO)
Conhecer bem o corpo para fazê-lo trabalhar melhor
Cinco extremidades: a cabeça, as mãos, os pés
Para comunicar-se com tudo que a cerca, a criança usa a cabeça, as duas mãos e os dois pés. A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis. Sede do cérebro, ela fornece os recursos necessários para bem compreender seu ambiente. É igualmente através desta parte do corpo que penetram duas fontes de energia: o ar e o alimento. A cabeça se articula através do pescoço. Corredor estreito entre o cérebro e a parte inferior do corpo, o pescoço deve ser flexível para facilitar a qualidade das trocas. As mãos e os pés são verdadeiras antenas. Sua riqueza em terminações nervosas e vasos sanguíneos, assim como a possibilidade das inúmeras articulações, fazem deles instrumentos de extraordinária precisão.
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(Puccamp 2016)
Editorial
Na rotina de mãe de quatro filhos, a escritora israelense Ayelet Waldman começou a detectar em si mesma e em outras mães que conhecia uma ansiedade persistente, disparada pela frustração de não corresponder às próprias expectativas em relação à maternidade. Para piorar seu tormento, 1aonde quer que fosse, encontrava mulheres sempre prontas a apontar o dedo para seus defeitos, numa espécie de polícia materna, onipresente e onisciente. Em uma conversa deliciosa com a Revista em Dia, Ayelet discorre sobre as agruras das mães ruins, categoria na qual hoje se encaixa, e com orgulho. 2E ajuda a dissipar, com humor, o minhocário que não raro habita a cabeça das mães. Minhocário que, aliás, se não for bem administrado, pode levar a problemas muito mais sérios. 3É o que você verá na reportagem da página 14, que traz o foco para a depressão durante a gravidez. Poucos sabem, mas a doença pode ser deflagrada nessa fase e é bom que tanto as gestantes como outras pessoas ao redor fiquem atentas para que as mulheres nessa situação possam receber o apoio necessário. A revista também traz temas para quem a maternidade já é assunto menos relevante 4nesse momento da vida. Se você é daquelas que entraram ou consideram entrar na onda da corrida, terá boas dicas na página 18. 5Caso já esteja reduzindo o ritmo, quem sabe encontre inspiração para espantar a monotonia na crônica da página 8. Esperamos, com um grãozinho aqui, outro ali, poder contribuir um pouco para as várias facetas que compõem uma mulher saudável e de bem consigo mesma.
Comenta-se com correção:
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