Questão 29699

O dicromato de potássio (K2Cr2O7) pode ser utilizado para a determinação do teor de carbono orgânico do solo. A reação não balanceada está representada a seguir:

Cr_{2}O_{7}^{2-}+CH_{2}O+H^{+}
ightarrow Cr^{3+}+CO_{2}+H_{2}O

Sobre esse processo foram feitas algumas afirmações:

I. O ânion dicromato é o agente oxidante, possibilitando a oxidação da matéria orgânica a dióxido de carbono.

II. É necessário 0,5 L de solução aquosa de dicromato de concentração 0,20 mol·L-1 para oxidar completamente, em meio ácido, 4,50 g de matéria orgânica presente no solo.

III. Na reação para cada mol de dicromato (Cr2O7-2) que reage são consumidos 8 mol de cátions H+.

Sobre essas sentenças pode-se afirmar que

A

apenas a I é verdadeira.   

B

apenas a II é verdadeira.   

C

apenas a I e a III são verdadeiras.   

D

apenas a II e a III são verdadeiras.   

E

todas são verdadeiras.   

Gabarito:

todas são verdadeiras.   



Resolução:

O primeiro passo para resolver essa questão é fazer o balanceamento. Para isso será utilizada o método por oxirredução.

• Analisando o nox dos elementos:

• Invertendo o nox da redução e da oxidação e associando como coeficiente estequiométrico:

• Substituindo esses valores na equação:

4 Cr2O7-2 + 6 CH2O + H+ → Cr3+ + CO2 + H2O

• Prosseguindo com o balanceamento por tentativa:

» 8 átomos de cromo nos reagentes e 1 nos produtos ⇒ multiplica o Cr+3 por 8.

4 Cr2O7-2 + 6 CH2O + H+ → Cr3+ + CO2 + H2O

» 6 átomos de carbono nos reagentes e 1 nos produtos ⇒ multiplica o CO2 por 6.

4 Cr2O7-2 + 6 CH2O + H+ → Cr3+ + CO2 + H2O

» 34 átomos de oxigênio nos reagentes e 12 nos produtos ⇒ multiplica o H2O por 22.

4 Cr2O7-2 + 6 CH2O + H+ → Cr3+ + CO222 H2O

» 44 átomos de hidrogênio nos produtos e 13 nos reagentes ⇒ multiplica o H+ por 32.

4 Cr2O7-2 + 6 CH2O + 32 H+ → Cr3+ + CO222 H2O

» Dividindo todas as espécies por 2 para chegar nos menores valores inteiros:

2 Cr2O7-2 + 3 CH2O + 16 H+ → Cr3+ + CO211 H2O

Analisando cada uma das afirmativas:

I. O ânion dicromato é o agente oxidante, possibilitando a oxidação da matéria orgânica a dióxido de carbono.

Correta. O ânion dicromato (Cr2O7-2) reduz, portanto é o agente oxidante.

II. É necessário 0,5 L de solução aquosa de dicromato de concentração 0,20 mol·L-1 para oxidar completamente, em meio ácido, 4,50 g de matéria orgânica presente no solo.

Correta. A proporção estequiométrica entre dicromato (Cr2O7-2) e matéria orgânica (CH2O) é 2 mol de Cr2O7-2 : 3 mol de CH2O. Então é preciso calcular a quantidade de dicromato para reagir com 4,50g de CH2O. Para isso, vamos converter a massa de matéria orgânica para quantidade de matéria:

1 mol de CH2O --------- 30 g

x mol de CH2O ---------- 4,50g

x = 0,15 mol de CH2O

Como a proporção é 2 mol de Cr2O7-2 : 3 mol de CH2O, a quantidade de matéria de dicromato necessária para reagir com 0,15 mol de CH2O:

2 mol de Cr2O7-2 ----------- 3 mol de CH2O

y mol de Cr2O7-2 ----------- 0,15 mol de CH2O

y = 0,1 mol de Cr2O7-2 

Por fim, calculamos a quantidade de matéria presente em 0,50 L de uma solução 0,20 mol·L-1 de dicromato:

0,20 mol de Cr2O7-2 ------- 1 L

z mol de Cr2O7-2 ----------- 0,50 L

z = 0,1 mol de Cr2O7-2 

Então a quantidade de matéria de dicromato presente em 0,5 L de uma solução 0,2 mol/L é igual à quantidade necessária para reagir com 4,50 g de matéria orgânica.

III. Na reação para cada mol de dicromato (Cr2O7-2) que reage são consumidos 8 mol de cátions H+.

Correta. A proporção estequiométrica entre Cr2O7-2 e H+ é 2 mol de Cr2O7-2 : 16 mol de H+. Então, na reação de 1 mol de Cr2O7-2 serão consumidos:

2 mol de Cr2O7-2 -------- 16 mol de H+ 

1 mol de Cr2O7-2 -------- x mol de H+ 

x = 8 mol de H+

Então, para cada mol de Cr2O7-2 são consumidos 8 mol de H+.

Como todas estão corretas, o gabarito é letra E.



Questão 1817

(PUC-SP-2001)

A QUESTÃO É COMEÇAR

Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.

No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar. Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais.

Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo.

Não me deixe falando sozinho.” Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.

 

(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).

__________________________________________________________________________________________________________________________________________

Observe a seguinte afirmação feita pelo autor:

“Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.”

Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”.

Indique a alternativa que explicita essa função.

Ver questão

Questão 1833

(Pucpr 2004)

"Aula de Português"

 

A linguagem na ponta da língua,

tão fácil de falar e de entender.

A linguagem na superfície estrelada das estrelas,

sabe lá o que ela quer dizer?

 

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo. In: "Poesia e Prosa". Rio: Nova Aguilar,1988.) 

 

 

Em relação às duas estrofes do poema "Aula de Português", de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA: 

 

 

 

Ver questão

Questão 1838

(Puccamp 2016) Comenta-se corretamente sobre o que se tem no trecho.

 

A questão a seguir refere-se ao trecho do capítulo 2 da obra Ginástica doce e yoga para crianças: método La Douce.

 

CAPÍTULO 2 (O CORPO)

Conhecer bem o corpo para fazê-lo trabalhar melhor

Cinco extremidades: a cabeça, as mãos, os pés

Para comunicar-se com tudo que a cerca, a criança usa a cabeça, as duas mãos e os dois pés. A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis. Sede do cérebro, ela fornece os recursos necessários para bem compreender seu ambiente. É igualmente através desta parte do corpo que penetram duas fontes de energia: o ar e o alimento. A cabeça se articula através do pescoço. Corredor estreito entre o cérebro e a parte inferior do corpo, o pescoço deve ser flexível para facilitar a qualidade das trocas. As mãos e os pés são verdadeiras antenas. Sua riqueza em terminações nervosas e vasos sanguíneos, assim como a possibilidade das inúmeras articulações, fazem deles instrumentos de extraordinária precisão.

Ver questão

Questão 1868

(Puccamp 2016)

Editorial

Na rotina de mãe de quatro filhos, a escritora israelense Ayelet Waldman começou a detectar em si mesma e em outras mães que conhecia uma ansiedade persistente, disparada pela frustração de não corresponder às próprias expectativas em relação à maternidade. Para piorar seu tormento, 1aonde quer que fosse, encontrava mulheres sempre prontas a apontar o dedo para seus defeitos, numa espécie de polícia materna, onipresente e onisciente. Em uma conversa deliciosa com a Revista em Dia, Ayelet discorre sobre as agruras das mães ruins, categoria na qual hoje se encaixa, e com orgulho. 2E ajuda a dissipar, com humor, o minhocário que não raro habita a cabeça das mães. Minhocário que, aliás, se não for bem administrado, pode levar a problemas muito mais sérios. 3É o que você verá na reportagem da página 14, que traz o foco para a depressão durante a gravidez. Poucos sabem, mas a doença pode ser deflagrada nessa fase e é bom que tanto as gestantes como outras pessoas ao redor fiquem atentas para que as mulheres nessa situação possam receber o apoio necessário. A revista também traz temas para quem a maternidade já é assunto menos relevante 4nesse momento da vida. Se você é daquelas que entraram ou consideram entrar na onda da corrida, terá boas dicas na página 18. 5Caso já esteja reduzindo o ritmo, quem sabe encontre inspiração para espantar a monotonia na crônica da página 8. Esperamos, com um grãozinho aqui, outro ali, poder contribuir um pouco para as várias facetas que compõem uma mulher saudável e de bem consigo mesma.

Comenta-se com correção:

Ver questão