Questão 29859

(UFU - 2016 - 2ª FASE) 

REDAÇÃO 
 
ORIENTAÇÃO GERAL 
 

Leia com atenção todas as instruções. 
 
- Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação que você pretende abordar. - Se a estrutura do gênero exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ ou JOSEFA. - Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. - Utilize trechos dos textos motivadores, parafraseando-os. - Não copie trechos dos textos motivadores.  
 
 
 Leia o texto a seguir.  
 
O lado negro da internet das coisas 
 
Imagine a situação. Você vai ao banheiro. Com pressa, sai sem lavar as mãos. Ao tentar abrir a porta, nota que ela se trancou automaticamente, e um alarme soa. Só então você entende: ou lava as mãos, pressionando a alavanca na saboneteira, ou a porta não se abrirá. Parece ficção, mas produtos assim já existem. O Safegard Germ Alarm é uma saboneteira que faz exatamente isso. Aciona um comando digital (como tocar um alarme ou trancar a porta) se percebe que você está deixando o banheiro sem lavar as mãos. Essa é uma das facetas menos visíveis da chamada "internet das coisas": seu uso para controle social. Agora, objetos comuns irão se conectar à rede. Geladeiras, ventiladores, ferros de passar, fechaduras, carros, cadeiras e até nossas camas ficarão cheios de sensores observando nosso comportamento.  Essa tecnologia não é neutra. Trará visões políticas embutidas. Em artigo no jornal The New York Times, o presidente do Google, Eric Schmidt, sugeriu a criação de "corretores automáticos" para discursos de ódio e assédio na internet. Nas interfaces de voz, esse tipo de corretor já é praxe. Palavras de baixo calão ditas para assistentes virtuais são autocorrigidas e substituídas por caracteres gráficos.  E como ficam os "corretores de comportamento"? Um exemplo são as pulseiras conectadas para atividades físicas, que incentivam exercícios e boa alimentação, combatendo o sedentarismo e a obesidade. Uma delas se chama Pavlok (o nome não poderia ser melhor) e dá choques elétricos no usuário. Três aplicativos vêm de fábrica. Um se chama Wake Up, um despertador na base do choque. Outro tem o nome de Productive e monitora seus hábitos na rede, dando um choque quando você se desvia do trabalho. Há também o Fit, que acompanha sua alimentação e exercícios, punindo o usuário se ele fugir das suas metas. O lema da empresa é: "Pavlok não apenas monitora, mas transforma quem você é".  Esse tipo de arranjo coloca sobre o indivíduo todo o peso e responsabilidade por suas "falhas". Isso nos leva a ignorar as causas mais profundas para várias dessas questões, como pobreza, doenças ou ignorância. Nas palavras do escritor Eugeny Morozov: "A política deixa de ser uma aventura comum para se tornar um espetáculo individualista destinado ao consumidor, no qual confiamos a busca de soluções sociais para os aplicativos". Uma em cada três pessoas que usam banheiros públicos não lava as mãos antes de sair. Pode acreditar: trancar a porta automaticamente, impedindo que saiam dali, não resolve o problema. Muitas tiranias surgem do desejo de fazer o bem. 

 

LEMOS, Roberto. Folha de S. Paulo, 14 de fevereiro de 2015, tec.  
 

 
 
Com base no texto e em seus conhecimentos sobre os avanços tecnológicos, redija um TEXTO DE OPINIÃO, discorrendo sobre as mudanças que esses progressos acarretaram na rotina das pessoas, e posicionando-se a respeito das implicações desses avanços na liberdade e na intimidade dos cidadãos.  
 

Gabarito:

Resolução:



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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