(UFU-MG-2006)
SITUAÇÃO A
Leia atentamente os trechos a seguir.
"Dois aviões com 320 brasileiros deportados chegaram dos Estados Unidos na quarta-feira e desembarcaram em Belo Horizonte, já que 200 deles são mineiros. Esse foi o primeiro voo 'charter' com deportados nesse ano - no ano passado foram quatro. Segundo os dados da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Emigração Ilegal, ao menos 25 mil brasileiros tentaram cruzar a fronteira entre o México e os Estados Unidos neste ano. O número é surpreendentemente maior que o do ano passado, 9 mil. O aumento da emigração se dá em um momento em que os Estados Unidos e a Europa só endurecem com os imigrantes ilegais. A União Europeia já cogita fazer voos 'charter' como fazem os EUA. E o governo americano passou a prender todos os estrangeiros que entram de maneira irregular - antes eles aguardavam o julgamento em liberdade."
"Época" de 08/08/2005.
" 'Para o migrante, a pátria é a terra que lhe dá o pão' , diz o cartaz amarelado na porta do Centro da Pastoral do Migrante, no bairro da Liberdade, em São Paulo. Cerca de 5000 estrangeiros ilegais cruzam por ano a porta do Centro da Pastoral do Migrante, no bairro da Liberdade, em São Paulo, em busca daquilo que a nova pátria ainda não conseguiu lhes provar: ajuda para pôr fim à própria clandestinidade. Para o senso tupiniquim, talvez não seja compreensível que, entre tantos lugares do mundo, um estrangeiro escolha um país reconhecido como socialmente excludente para apostar sua esperança. Estima-se que 1,5 milhão de estrangeiros vivam de forma irregular no Brasil. Das safras migratórias mais recentes, cerca de 80% são bolivianos, seguidos de peruanos, chineses e africanos (principalmente da Nigéria).O Brasil é a América para muitos estrangeiros. É como o brasileiro que vai para os EUA ou o Japão: 'Vou ganhar US$ 2.000 por mês', comemoram. Na visão de americanos, isso não é nada, mas para ele e seu sonho de ajudar a família é muito, compara Luiz Eduardo Machado, chefe do setor de Registro de Estrangeiros na Polícia Federal de São Paulo."
"Folha de S. Paulo" de 20/03/02005.
Como podemos observar nos textos anteriores, há um movimento migratório crescente, tanto do Brasil para outros países quanto de outros países para o Brasil. Faça sua redação, explorando aspectos que expliquem as razões para o avanço dos movimentos migratórios para o Brasil.
SITUAÇÃO B
Leia atentamente os trechos adiante.
"A natureza é cruel. Essa é uma lei universal que pode ser depreendida da simples observação das relações ecológicas entre espécies e indivíduos. Reconhecer esse fato deveria ser um prérequisito para os defensores de direitos dos animais. Infelizmente, não é, e frequentemente surgem reivindicações românticas pelo fim da utilização de animais em pesquisas e no ensino. Ceder a esses apelos pode ser tentador - principalmente para quem queira agradar a um grupo grande e influente de defensores de animais -, mas seria contraproducente para a ciência e a medicina, as quais procuram produzir benefícios para o conjunto da humanidade. (...) Cirurgiões não nascem prontos. É até possível que em breve surjam simuladores realistas o bastante para que se possa prescindir da utilização de animais. Mas, por enquanto, estudantes precisam praticar em organismos vivos. Reconhecer a necessidade de utilizar animais não significa maltratá-los."
"Folha de S. Paulo" de 11/07/2005.
"'Vende-se girafa de bom caráter e temperamento muito doce, criada em cativeiro, 2 anos de idade. Preço: 15000 dólares.' Anúncios como esse, publicado recentemente em sites americanos especializados na venda de bichos de estimação, revelam uma faceta até então pouco conhecida da internet: a comercialização de animais selvagens, especialmente aqueles de espécies ameaçadas de extinção.(...) Sem contar a devastação causada ao animal ao arrancá-lo de seu hábitat (a maioria deles, tratada como bicho de estimação, morre no primeiro ano de vida), a captura de espécies em extinção tem implicações desastrosas para o meio ambiente. Os danos são maiores quando o tráfico de animais tem como objetivo final os mercados de produtos retirados de suas carcaças, como o marfim, no caso dos elefantes, e os testículos dos tigres, consumidos pelos chineses como afrodisíaco."
"Veja" de 24/08/2005.
Os trechos anteriores abordam a questão do uso de animais como cobaias com fins científicos e como bichos de estimação. Faça sua redação, posicionando-se a respeito dos direitos dos animais.
Gabarito:
Resolução:
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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