Questão 3130

(UERJ - 2008) Observe the fragment:

MEET THE BRAZILIAN  BEATLES (AGAIN)

Os Mutantes, magical tropicalistas, back to blow your mind.

1In this era of nationally televised talent shows and test-tube-baby bands, magic is surely lacking in pop. Yet Sérgio Dias, 55, guitarist and founding member of influential Brazilian ensemble Os Mutantes, uses that word - "magic" - repeatedly, apropos of the group's decision to re-form after three decades.

An air of the unexpected always surrounded Os Mutantes. In the late 60's, the band - Dias, brother Arnaldo Baptista, and Rita Lee - were seminal figures in the Tropicalia movement. Os Mutantes fused psychedelic rock with elements of bossa nova, and the mere use of electric guitars found them branded heretics at home; 2the inclusion of such oddities as a can of aerosol bug spray for percussion on their eponymous 1968 debut intensified their aura of weirdness. 3But that experimental spirit ensured their place in history, with Beck, David Byrne and Kurt Cobain ranking among their fans.

Such endorsements were not lost on Dias, who has continued playing solo since Os Mutantes' final dissolution in 1978. "When you see the people who shape opinions, 4listening to music that you made 30 years ago, and praising it, that is when you know the music doesn't really belong to you. It has a life of its own". As to Os Mutantes' sustained popularity, he attributes it primarily to their youthful exuberance, and "the freedom that we had, the freshness of not being held by any preconceived ideas or A-B-A music forms. We were very, very free... and we still are".

In 2006, Os Mutantes performed live for the first time since 1973, at the Barbican in London, as part of a Tropicalia retrospective. Yet, according to Dias, at first he and Baptista were as surprised as anyone else to hear of Os Mutantes' involvement. "Suddenly I started to receive news from the theater administrator that I was going to play again in London", he recalls.

Initially, the brothers denied the rumors. But then they began to consider the possibility, and roped original Os Mutantes drummer Ronaldo "Dinho" Leme into the discussion. "Dinho is a very serious, down-to-earth person", insists Dias. 5"When he said, 'if they want us to play, I can play', I knew this was the real thing".

Dias attributes heightened excitement within the group to new addition Zélia Duncan. "When we restarted Os Mutantes, we were thinking of a girl", says Dias. The guitarist remembered Duncan, whom he'd met and immediately liked when both of them were participating in a mutual friend's recording project. "I thought of Zélia, and I told the guys. And they said, 'Wow... but her voice is so different.' But the most important thing in a band is not the quality of the voice, in terms of texture, but the interaction between the people. Zélia is so strong and alive. When she got into the rehearsals, and started to sing, the energy of the band doubled".

That electricity manifested itself at the Barbican and, one hopes, will continue through the band's handful of U.S. summer dates. A DVD and CD of that show are currently in production. And that may be only the beginning of a new era for Os Mutantes.

KURT B. REIGHLEY. Available in: www.thestranger.com

"When HE said, 'if THEY want..." (ref. 5). The pronouns in capital letters refer, respectively, to:

A
Dias and the rumors
B
the drummer and news
C
the group and the brothers
D
Dinho and people at Barbican

Gabarito: Dinho and people at Barbican

Resolução:

Nessa questão, devemos achar a referência correta dos pronomes HE e THEY que aparecem no seguinte trecho: "When HE said, 'if THEY want..." (ref. 5)

Para isso, teremos que ver o contexto em que esse trecho aparece. 

O texto traz um pouco da história da banda Os Mutantes. No primeiro parágrafo, entendemos que Sergio Dias é o guitarrista e membro fundador da banda e que depois de três décadas,  a banda está pensando em se juntar novamente. Concluímos, então, que a banda havia se separado em algum momento. 

No quarto parágrafo, temos a seguinte informação: "In 2006, Os Mutantes performed live for the first time since 1973, at the Barbican in London, as part of a Tropicalia retrospective". Ou seja, em 2006, Os Mutantes tocaram ao vivo pela primeira vez desde 1973 no Barbican, em Londres. 

No mesmo parágrafo, temos uma fala de Sergio Dias ("Suddenly I started to receive news from the theater administrator that I was going to play again in London", he recalls), em que ele diz que  começou a receber informações da administração do local de que ele tocaria novamente com seu grupo em Londres.

Foi nese momento que Dias e seu irmão começaram a considerar a reunião da Banda. É nesse contexto que eles entram em contato com o baterista Dinho Leme ( "But then they began to consider the possibility, and roped original Os Mutantes drummer Ronaldo "Dinho" Leme into the discussion"). 

Dentro disso, Dias diz:  "Dinho is a very serious, down-to-earth person", insists Dias. 5"When he said, 'if they want us to play, I can play', I knew this was the real thing".

Isto é: "Dinho é uma pessoa bem séria e pé-no-chão"; Dias insiste. "Quando ele (Dinho) disse 'Se eles (as pessoas do Barbican) querem que a gente toque, eu posso tocar', eu sabia que isso era algo real"

Por conta de todo esse contexto, no trecho  "When HE said, 'if THEY want..." (ref. 5):

  • . HE se refere a Dinho
  • . THEY se refere as pessoas do Barbican

 

A alternativa correta dessa questão será a letra [D], portanto. 



Questão 1795

(Uerj 2015)

SEPARAÇÃO

Voltou-se e mirou-a como se fosse pela última vez, como quem repete um gesto imemorialmente irremediável. 1No íntimo, preferia não tê-lo feito; mas ao chegar à porta 2sentiu que 14nada poderia evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é a história do mundo. 10Ela o olhava com um olhar intenso, onde existia uma incompreensão e um anelo1, 15como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que não fosse e que não deixasse de ir, por isso que era tudo impossível entre eles.
(...)
Seus olhares 4fulguraram por um instante um contra o outro, depois se 5acariciaram ternamente e, finalmente, se disseram que não havia nada a fazer. 6Disse-lhe adeus com doçura, virou-se e cerrou, de golpe, a porta sobre si mesmo numa tentativa de secionar2 aqueles dois mundos que eram ele e ela. Mas 16o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as folhas de madeira o espesso tecido da vida, e ele ficou retido, sem se poder mover do lugar, 11sentindo o pranto formar-se muito longe em seu íntimo e subir em busca de espaço, como um rio que nasce.
17Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do momento, mas o fato de sabê-la ali ao lado, e dele separada por imperativos categóricos3 de suas vidas, 12não lhe dava forças para desprender-se dela. 8Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca. Sabia, também, que o primeiro passo que desse colocaria em movimento sua máquina de viver e ele teria, mesmo como um autômato, de sair, andar, fazer coisas, 9distanciar-se dela cada vez mais, cada vez mais. 18E no entanto ali estava, a poucos passos, sua forma feminina que não era nenhuma outra forma feminina, mas a dela, a mulher amada, aquela que ele 7abençoara com os seus beijos e agasalhara nos instantes do amor de seus corpos. Tentou 3imaginá-la em sua dolorosa mudez, já envolta em seu espaço próprio, perdida em suas cogitações próprias − um ser desligado dele pelo limite existente entre todas as coisas criadas.
13De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas, correu para a rua e pôs-se a andar sem saber para onde...

MORAIS, Vinícius de. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1986.

nada poderia evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é a história do mundo. (ref. 14)
O trecho sublinhado reformula uma expressão anterior.

Essa reformulação explicita a seguinte relação de sentido:

Ver questão

Questão 1796

(UERJ - 2015)

SEPARAÇÃO

Voltou-se e mirou-a como se fosse pela última vez, como quem repete um gesto imemorialmente irremediável. 1No íntimo, preferia não tê-lo feito; mas ao chegar à porta 2sentiu que 14nada poderia evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é a história do mundo. 10Ela o olhava com um olhar intenso, onde existia uma incompreensão e um anelo1, 15como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que não fosse e que não deixasse de ir, por isso que era tudo impossível entre eles.
(...)
Seus olhares 4fulguraram por um instante um contra o outro, depois se 5acariciaram ternamente e, finalmente, se disseram que não havia nada a fazer. 6Disse-lhe adeus com doçura, virou-se e cerrou, de golpe, a porta sobre si mesmo numa tentativa de secionar2 aqueles dois mundos que eram ele e ela. Mas 16o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as folhas de madeira o espesso tecido da vida, e ele ficou retido, sem se poder mover do lugar, 11sentindo o pranto formar-se muito longe em seu íntimo e subir em busca de espaço, como um rio que nasce.
17Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do momento, mas o fato de sabê-la ali ao lado, e dele separada por imperativos categóricos3 de suas vidas, 12não lhe dava forças para desprender-se dela. 8Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca. Sabia, também, que o primeiro passo que desse colocaria em movimento sua máquina de viver e ele teria, mesmo como um autômato, de sair, andar, fazer coisas, 9distanciar-se dela cada vez mais, cada vez mais. 18E no entanto ali estava, a poucos passos, sua forma feminina que não era nenhuma outra forma feminina, mas a dela, a mulher amada, aquela que ele 7abençoara com os seus beijos e agasalhara nos instantes do amor de seus corpos. Tentou 3imaginá-la em sua dolorosa mudez, já envolta em seu espaço próprio, perdida em suas cogitações próprias − um ser desligado dele pelo limite existente entre todas as coisas criadas.
13De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas, correu para a rua e pôs-se a andar sem saber para onde...

MORAIS, Vinícius de. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1986.

 

Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca. (ref. 8)

 

Neste trecho, existe um contraste que busca acentuar o seguinte traço relativo à mulher amada:

Ver questão

Questão 1797

(UERJ - 2015)

SEPARAÇÃO

Voltou-se e mirou-a como se fosse pela última vez, como quem repete um gesto imemorialmente irremediável. 1No íntimo, preferia não tê-lo feito; mas ao chegar à porta 2sentiu que 14nada poderia evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é a história do mundo. 10Ela o olhava com um olhar intenso, onde existia uma incompreensão e um anelo1, 15como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que não fosse e que não deixasse de ir, por isso que era tudo impossível entre eles.
(...)
Seus olhares 4fulguraram por um instante um contra o outro, depois se 5acariciaram ternamente e, finalmente, se disseram que não havia nada a fazer. 6Disse-lhe adeus com doçura, virou-se e cerrou, de golpe, a porta sobre si mesmo numa tentativa de secionar2 aqueles dois mundos que eram ele e ela. Mas 16o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as folhas de madeira o espesso tecido da vida, e ele ficou retido, sem se poder mover do lugar, 11sentindo o pranto formar-se muito longe em seu íntimo e subir em busca de espaço, como um rio que nasce.
17Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do momento, mas o fato de sabê-la ali ao lado, e dele separada por imperativos categóricos3 de suas vidas, 12não lhe dava forças para desprender-se dela. 8Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca. Sabia, também, que o primeiro passo que desse colocaria em movimento sua máquina de viver e ele teria, mesmo como um autômato, de sair, andar, fazer coisas, 9distanciar-se dela cada vez mais, cada vez mais. 18E no entanto ali estava, a poucos passos, sua forma feminina que não era nenhuma outra forma feminina, mas a dela, a mulher amada, aquela que ele 7abençoara com os seus beijos e agasalhara nos instantes do amor de seus corpos. Tentou 3imaginá-la em sua dolorosa mudez, já envolta em seu espaço próprio, perdida em suas cogitações próprias − um ser desligado dele pelo limite existente entre todas as coisas criadas.
13De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas, correu para a rua e pôs-se a andar sem saber para onde...

MORAIS, Vinícius de. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1986.

A hipérbole é uma figura empregada na crônica de Vinícius de Morais para caracterizar o estado de ânimo do personagem.

Esta figura está exemplificada em:

Ver questão

Questão 1798

(Uerj 2015)

SEPARAÇÃO

Voltou-se e mirou-a como se fosse pela última vez, como quem repete um gesto imemorialmente irremediável. 1No íntimo, preferia não tê-lo feito; mas ao chegar à porta 2sentiu que 14nada poderia evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é a história do mundo. 10Ela o olhava com um olhar intenso, onde existia uma incompreensão e um anelo1, 15como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que não fosse e que não deixasse de ir, por isso que era tudo impossível entre eles.
(...)
Seus olhares 4fulguraram por um instante um contra o outro, depois se 5acariciaram ternamente e, finalmente, se disseram que não havia nada a fazer. 6Disse-lhe adeus com doçura, virou-se e cerrou, de golpe, a porta sobre si mesmo numa tentativa de secionar2 aqueles dois mundos que eram ele e ela. Mas 16o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as folhas de madeira o espesso tecido da vida, e ele ficou retido, sem se poder mover do lugar, 11sentindo o pranto formar-se muito longe em seu íntimo e subir em busca de espaço, como um rio que nasce.
17Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do momento, mas o fato de sabê-la ali ao lado, e dele separada por imperativos categóricos3 de suas vidas, 12não lhe dava forças para desprender-se dela. 8Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca. Sabia, também, que o primeiro passo que desse colocaria em movimento sua máquina de viver e ele teria, mesmo como um autômato, de sair, andar, fazer coisas, 9distanciar-se dela cada vez mais, cada vez mais. 18E no entanto ali estava, a poucos passos, sua forma feminina que não era nenhuma outra forma feminina, mas a dela, a mulher amada, aquela que ele 7abençoara com os seus beijos e agasalhara nos instantes do amor de seus corpos. Tentou 3imaginá-la em sua dolorosa mudez, já envolta em seu espaço próprio, perdida em suas cogitações próprias − um ser desligado dele pelo limite existente entre todas as coisas criadas.
13De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas, correu para a rua e pôs-se a andar sem saber para onde...

MORAIS, Vinícius de. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1986.

Uma metáfora pode ser construída pela combinação entre elementos abstratos e concretos.

No texto, um exemplo de metáfora que se constrói por esse tipo de combinação é:

Ver questão