(Uel 2011) Leia o texto a seguir.
Em Técnica e Ciência como “ideologia”, Habermas apresenta uma reformulação do conceito weberiano de racionalização pela qual lança as bases conceptuais de sua teoria da sociedade. Neste sentido, postula a distinção irredutível entre trabalho ou agir instrumental e interação ou agir comunicativo, bem como a pertinência da conexão dialética entre essas categorias, das quais deriva a diferenciação entre o quadro institucional de uma sociedade e os subsistemas do agir racional com respeito a fins. Segundo Habermas, uma análise mais pormenorizada da primeira parte da Ideologia Alemã revela que “Marx não explicita efetivamente a conexão entre interação e trabalho, mas sob o título nada específico da práxis social reduz um ao outro, a saber, a ação comunicativa à instrumental”.
(Adaptado: HABERMAS, J. Técnica e ciência como “ideologia”. Lisboa: Edições 70, 1994. p.41-42.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Habermas, é correto afirmar:
O crescimento das forças produtivas e a eficiência administrativa conduzem à organização das relações sociais baseadas na comunicação livre de quaisquer formas de dominação.
A liberação do potencial emancipatório do desenvolvimento da técnica e da ciência depende da prevenção das disfuncionalidades sistêmicas que entravam a reprodução material da vida e suas respectivas formas interativas.
O desenvolvimento da ciência e da técnica, enquanto forças produtivas, permite estabelecer uma nova forma de legitimação que, por sua vez, nega as estruturas da ação instrumental, assimilando-as à ação comunicativa.
Com base na irredutibilidade entre trabalho e interação, a luta pela emancipação diz respeito tanto ao agir comunicativo, contra as restrições impostas pela dominação, quanto ao agir instrumental, contra as restrições materiais pela escassez econômica.
A racionalização na dimensão da interação social submetida à racionalização na dimensão do trabalho na práxis social determina o caráter emancipatório do desenvolvimento das forças produtivas e do bem-estar da vida humana.
Gabarito:
Com base na irredutibilidade entre trabalho e interação, a luta pela emancipação diz respeito tanto ao agir comunicativo, contra as restrições impostas pela dominação, quanto ao agir instrumental, contra as restrições materiais pela escassez econômica.
Em seu livro Teoria e Ciência como "ideologia", Habermas reformula o conceito de Weber de racionalização e a partir disso lança as concepções básicas de sua teoria de sociedade. Ele postula as diferenças evidentes (e impossíveis de evitar) entre trabalho (agir instrumental) e interação (agir comunicativo) e a necessidade do diálogo entre esses ramos. Desses ramos deriva a diferenciação entre as instituições sociais, e os sistemas que se formam por meio do agir racional para atingir os fins. De acordo com Habermas, uma análise detalhada da primeira parte do livro de Marx, a Ideologia Alemã, revela que o autor não determina a conexão entre interação e trabalho, mas, usando a generalidade da práxis social, reduz o agir comunicativo ao instrumental.
O texto trabalha, principalmente, com os conceitos postulados por Habermas de ação instrumental (o trabalho) e ação comunicativa (a interação), que se diferenciam e complementam, e devem manter entre si um diálogo. Essas duas estruturas definem a diferenciação entre as instituições dentro da sociedade e, também, os sistemas que se formam quando os indivíduos agem racionalmente para atingir um fim. O autor aponta uma crítica a Marx no sentido de que este reduziu o agir comunicativo ao instrumental, desconsiderando a importância da existência dessa dualidade e a necessidade de diálogo entre elas, e não de subjugar uma à outra.
D: Baseado na impossibilidade de fundir trabalho e interação, a luta pela liberdade se refere tanto às ações comunicativas, que resistem contra as restrições impostas pela dominação, quanto às ações instrumentais, contra as restrições materiais pela escassez econômica.
A: A organização das relações sociais, baseadas na comunicação, não é livre de dominação; o crescimento das forças produtivas e a eficiência administrativa levam ao aumento das relações de poder que se estruturam na dominação, porque esse progressismo econômico alimenta o caráter exploratório do capitalismo.
B: O desenvolvimento da técnica e da ciência tem potencial de libertar e tornar independente e que, para esse potencial ser liberado, deve-se prevenir as disfuncionalidades do sistema, porque estas entravam a produção de condições para viver (a reprodução material da vida) e suas formas de comunicação. As disfuncionalidades do sistema provêm de embates entre comunicação e trabalho e, também, do subjugo de um à outro, como se se pudesse anular um deles (normalmente, o agir comunicativo). Os problemas no sistema entravam a produção emancipatória (libertadora e independente) de condições para viver (ou seja, a reprodução material da vida), mas não bloqueia as formas interativas da vida.
C: Essa alternativa coloca que "o desenvolvimento da ciência e da técnica, enquanto forças produtivas, permite estabelecer uma nova forma de legitimação", legitimação essa que não reconhece as estruturas da ação instrumental e as assimila à ação comunicativa. No entanto, o autor diz o contrário: o trabalho e a interação são diferentes e complementares, inerentes ao desenvolvimento da ciência e da técnica.
E: Submeter a racionalização no âmbito da interação social à racionalização no âmbito do trabalho na práxis social, leva à determinação do caráter libertador, gerador de independência, do desenvolvimento das forças produtivas e do bem-estar da vida humana. Essa alternativa reduz a ação comunicativa à instrumental, afirmando que submeter a primeira à segunda garante que o desenvolvimento das forças produtivas seja emancipatório e independente de uma divisão entre as duas partes (entendendo-se que uma delas é mais importante e pode subjugar a outra).
(Uel 2010) Observe a frase: “Os deputados decidiram errar onde não poderiam” e assinale a alternativa que corresponde ao uso correto do termo “onde”.
O labirinto da internet
Um paradoxo da cultura contemporânea é a incapacidade da maioria dos políticos de entender a comunicação política. Essa disfunção provoca, muitas vezes, resultados trágicos. É o caso da lei votada pela Câmara dos Deputados para regular o uso da internet nas eleições. Se aprovada sem mudanças pelo Senado, vai provocar um forte retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo – sua legislação de comunicação eleitoral. Sim, a despeito da má vontade de alguns e, a partir daí, de certos equívocos interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas legislações de comunicação eleitoral do mundo. O nosso modelo de propaganda gratuita, via renúncia fiscal, é tão conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns anacronismos da lei, como o excesso de propaganda partidária em anos não eleitorais ou a ridícula proibição de imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde não poderiam. Mas era um erro previsível. A internet é o meio mais perturbador que já surgiu na comunicação. Para nós da área, ela abre fronteiras tão imprevisíveis e desconcertantes como foram a Teoria da Relatividade para a física, a descoberta do código genético para a biologia, o inconsciente para a psicologia ou a atonalidade para a música. Na comunicação política, a internet é rota ainda difícil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expressão política tem dado pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...] Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rádio, pelo cinema e pela TV na forma e no modo de fazer política. Mas nada perto dos efeitos que trará a internet. Não só por ser uma multimídia de altíssima concentração, mas também porque sua capilaridade e interatividade planetária farão dela não apenas uma transformadora das técnicas de indução do voto, mas o primeiro meio na história a mudar a maneira de votar. Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor não vai ser apenas persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele simplesmente vai votar pela internet de forma contínua e constante.
(Adaptado de: SANTANA, João. O labirinto da internet. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009).
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(Uel 2010) Considerando as frases a seguir:
I. “Minha nova bolsa da Luiz Vitão”.
II. “Pelo tamanho, deve caber todos os seus sonhos”.
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(UEL - 2010)
FOLHA – Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a corrupção. O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor. Como explicar? ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.
(Adaptado de: GOIS, Antonio. Mais conscientes, menos mobilizados. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br//fsp/mais/fs2607200914.htm>. Acesso em: 26 jul. 2009)
Considere o trecho:
“Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.”.
As palavras grifadas são
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(Uel 1997) PERTO DE mil pessoas estiveram PRESENTES ao festival DE INVERNO. As expressões em destaque na frase anterior são, respectivamente,
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