(ENEM PPL - 2017)
XI. Jamais, a respeito de coisa alguma, digas: “Eu a perdi”, mas sim: “eu a restituí”. O filho morreu? Foi restituído. A mulher morreu? Foi restituída. “A propriedade me foi subtraída”, então também foi restituída. “Mas quem a subtraiu é mau”. O que te importa por meio de quem aquele que te dá a pede de volta? Na medida em que ele der, faz uso do mesmo modo de quem cuida das coisas de outrem. Do mesmo modo como fazem os que se instalam em uma hospedaria.
EPICTETO. Encheirídion. In: DINUCCI, A. Introdução ao Manual de Epicteto. São Cristóvão: UFS, 2012 (adaptado).
A característica do estoicismo presente nessa citação do filósofo grego Epicteto é
explicar o mundo com números.
identificar a felicidade com o prazer.
aceitar os sofrimentos com serenidade.
questionar o saber científico com veemência.
considerar as convenções sociais com desprezo.
Gabarito:
aceitar os sofrimentos com serenidade.
c) Correta. aceitar os sofrimentos com serenidade.
A característica do estoicismo presente na citação do filósofo Epicteto é a aceitação dos sofrimentos da vida com serenidade; trata-se de buscar entender as perdas com tranquilidade, sem maiores agitações e perturbações da alma. Os bens, tanto os males, são identificados como passageiros, nada é permanente, e, por isso, nada pertence ao homem para que ele possa se apoiar. Logo, a doutrina tem como finalidade afirmar um tipo de serenidade diante do mal e do bem, que não se prenda a essas circunstâncias.
A filosofia estoica designa o termo amor-fati, que caracteriza o sofrimento como algo a ser aceito, pois é parte da vida e da vontade de uma força maior: as coisas materiais e as pessoas são, naturalmente, efêmeras e podem ser perdidas e a morte, que consiste na ausência de sentidos, é inevitável. Epiteto foi um escravo que, mesmo sendo escravo, aprendeu a ser feliz exercendo a sua função social. Mesmo que lhe tenha sido imposta uma condição de inferioridade perante um cidadão ateniense, "ele abraçou o seu destino". Segundo ele, o "querer" e o "poder" são, muitas vezes, incompatíveis e é necessário, na busca pela felicidade, estar preparado para o pior.
a) Incorreta. explicar o mundo com números.
Não há qualquer menção no trecho de uma explicação matemática do mundo, mas algo relacionado a questões mais práticas, não teoréticas
b) Incoreta. identificar a felicidade com o prazer.
O trecho expressa justamente o contrário dessa afirmativa, que identifica a felicidade com coisas passageiras e o domínio destas, o que, para o estoicismo, é impossível. A felicidade está vinculada a uma noção de paz interior, a tranquilidade da alma tanto na bonança quanto na dor.
d) Incorreta. questionar o saber científico com veemência.
Não há qualquer menção a uma crítica do saber científico no trecho, pois não se refere a questões sobre a ciência, mas o mundo da práxis.
e) Incorreta. considerar as convenções sociais com desprezo.
Tanto o trecho não se refere a esse problema, quanto o estoicismo não visava meramente à denúncia dessas convenções, embora as perturbações da alma pudessem ser causadas, muitas vezes, pelas tais. A atitude de desprezo quanto a convenções sociais era um traço títpico dos cínicos.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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