Questão 32674

(ENEM PPL - 2012)  De um ponto de vista político, achávamos que a ditadura militar era a antessala do socialismo e a última forma de governo possível às classes dominantes no Brasil. Diante de nossos olhos apocalípticos, ditadura e sistema capitalista cairiam juntos num único e harmonioso movimento. A luta especificamente política estava esgotada.

GABEIRA, F. Carta sobre a anistia: a entrevista do Pasquim. Conversação sobre 1968. Rio de Janeiro: Ed. Codecri, 1980.

Compartilhando da avaliação presente no texto, vários grupos de oposição ao Regime Militar, nos anos 1960 e 1970, lançaram-se na batalha política seguindo a estratégia de  

A

aliança com os sindicatos e incitação de greves.

B

organização de guerrilhas no campo e na cidade.  

C

apresentação de acusações junto à Anistia Internacional.  

D

conquista de votos para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).    

E

mobilização da imprensa nacional a favor da abertura do sistema partidário.

Gabarito:

organização de guerrilhas no campo e na cidade.  



Resolução:

a) aliança com os sindicatos e incitação de greves.

Incorreto. Após o golpe militar a CGT foi fechada e seus 17 dirigentes presos, torturados e condenados a prisão. Os sindicatos ficaram sob intervenção estatal e a imprensa sindical proibida. Apenas alguns anos após o golpe a organização sindical iniciou a reação por meio da organização de greves, o movimento voltou a apresentar uma força significativa apenas a partir de 1977 no ABC paulista, período posterior ao limitado pela questão. 

b) organização de guerrilhas no campo e na cidade.  

Correta. "Na década de 1960, não só os jovens, mas também muitos líderes revolucionários mais maduros e politicamente experientes optaram pela luta armada para combater o capitalismo e as ditaduras. Eram convictos de que esse era o único caminho, era quase uma obrigação moral “pegar em armas” e ir para o combate. A luta armada no Brasil aconteceu durante um regime ditatorial e autoritário, em que não havia liberdade de expressão e que, além disso, proibia reuniões, prendia, torturava e matava seus opositores. Assim, a oposição armada era planejada e executada pelos partidos e organizações clandestinas que tinham uma forma de funcionamento específica. Cada grupo se organizava em “células”, pequenos grupos de militantes, coordenadas pelas lideranças. Essas lideranças se reuniam com as lideranças de outras células, até chegar ao comitê central da organização. Esses grupos se dedicavam a estudos e longos processos de discussão teórica, pautados em textos dos antigos revolucionários e teóricos do marxismo. Cada organização foi tomando um rumo próprio e os militantes faziam suas opções. Todos eram muito apegados a suas concepções, seus princípios e suas estratégias. Qualquer diferença teórica ou organizativa, por menor que fosse, poderia gerar um “racha”, o que fazia nascer uma nova organização armada. Escolhido o caminho da luta armada e definido o caráter da revolução, era preciso passar às tarefas que podiam ser organizativas, logísticas, informativas, de propaganda ou armadas. Para fazer tudo isso, os militantes rompiam os laços com o mundo civil e com a família, escolhiam um nome falso e passavam à “clandestinidade”. Viviam e se reuniam em locais que chamavam de “aparelhos”, na maioria das vezes precisavam mudar sistematicamente para não dar pistas sequer para os vizinhos que podiam desconfiar e avisar a polícia. Quando precisavam se comunicar marcavam um “ponto” como era chamado o local de encontro e trocavam informações rápidas e de forma disfarçada. Muitos militantes das várias organizações tinham uma vida civil normal, trabalhavam e estudavam, para fornecer apoio às organizações clandestinas. E quanto mais a ditadura avançava nas técnicas de repressão e intimidação, mais difícil era viver na clandestinidade. Caso um companheiro fosse preso, os outros tinham que mudar imediatamente, pois sob tortura o prisioneiro poderia “abrir”, isto é, contar o endereço do aparelho para cessar as terríveis seções de tortura.Entre 1967 e 1974, dezenas de organizações, compostas por milhares de pessoas, fizeram essa opção. Acreditavam que era possível derrotar o Exército e derrubar um regime solidamente instalado no Estado e apoiado por vários setores influentes da população." Fonte: http://memoriasdaditadura.org.br/grupos-da-luta-armada/

c) apresentação de acusações junto à Anistia Internacional.  

Incorreto.  A Anistia Internacional apresenta um relatório sobre a tortura no Brasil em 1972, período posterior ao apresentado pela questão. 

d) conquista de votos para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).    

Incorreto. Durante o período da ditadura no Brasil há apenas dois partidos a partIr do AI-2: um de apoio ao governo, que seria a Aliança Renovadora Nacional (Arena), e o outro, de oposição “responsável”, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Entretanto, a oposição do MDB foi algo mais simbólico do que efetivo e a Arena dominou o período. O MDB ganhar força apenas no período da abertura política. 

e) mobilização da imprensa nacional a favor da abertura do sistema partidário.

Incorreto. Isto ocorre apenas a partir do início da abertura política e do processo de redemocratização na década de 80.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

Ver questão

Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

Ver questão

Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

Ver questão

Questão 3051

(Enem PPL 2015)

Ver questão