Questão 33156

(ENEM PPL - 2017) A crítica é uma questão de distância certa. O olhar hoje mais essencial, o olho mercantil que penetra no coração das coisas, chama-se propaganda. Esta arrasa o espaço livre da contemplação e aproxima tanto as coisas, coloca-as tão debaixo do nariz quanto o automóvel que sai da tela de cinema e cresce, gigantesco, tremeluzindo em direção a nós. E, do mesmo modo que o cinema não oferece móveis e fachadas a uma observação crítica completa, mas dá apenas a sua espetacular, rígida e repentina proximidade, também a propaganda autêntica transporta as coisas para primeiro plano e tem um ritmo que corresponde ao de um bom filme.

 

BENJAMIN, W. Rua de mão única: infância berlinense – 1900. Belo Horizonte: Autêntica, 2013 (adaptado).

 

 

O texto apresenta um entendimento do filósofo Walter Benjamin, segundo o qual a propaganda dificulta o procedimento de análise crítica em virtude do(a)

A

caráter ilusório das imagens.   

B

evolução constante da tecnologia.   

C

aspecto efêmero dos acontecimentos.    

D

conteúdo objetivo das informações.    

E

natureza emancipadora das opiniões.

Gabarito:

caráter ilusório das imagens.   



Resolução:

Segundo Benjamin, a propaganda dificulta o procedimento de análise crítica em virtude do caráter ilusório das imagens.

O texto trata da análise crítica da propaganda, em comparação à postura crítica no cinema: "do mesmo modo que o cinema não oferece móveis e fachadas a uma observação crítica completa, [...] também a propaganda autêntica transporta as coisas para primeiro plano e tem um ritmo que corresponde ao de um bom filme."

Tanto a propaganda quanto o cinema impõem sua mensagem sem abrir espaço para a reflexão, na medida em que aproximam a imagem do observador, apresentando suas ideias em primeiro plano de forma atrativa. Eliminando o espaço entre a ideia e o sujeito, não há lugar para a contemplação, a reflexão e a crítica, o que denota um caráter coercitivo desses meios de comunicação. 

A propaganda visa estabelecer uma conexão, uma relação de proximidade com o observador, que é um potencial consumidor, e não busca uma avaliação crítica-racional dele. O cinema, da mesma forma, aproxima o espectador da narrativa, buscando prender sua atenção. Essa proximidade se deve ao caráter ilusório das imagens e é devido a ele que existe a dificuldade da análise crítica da propaganda.

 

A questão se fundamenta na comparação entre propaganda e cinema para elucidar a dificuldade no procedimento de análise crítica.

B e C: O texto não cita a tecnologia ou a efemeridade dos acontecimentos. A evolução constante da tecnologia na propaganda não dificulta o processo de análise crítica (B). O aspecto efêmero dos acontecimentos também não constitui impedimento à análise crítica (C).

D: O texto não aborda o conteúdo objetivo das informações, mas o caráter ilusório das imagens, devido à proximidade que a propaganda busca criar com o consumidor. 

E: A natureza emancipadora das opiniões é fruto da reflexão, do pensamento crítico, que são dificultados na comunicação visual das propagandas e do cinema. Não poderia ser um dificultador da análise crítica.

 



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

Ver questão

Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

Ver questão

Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

Ver questão

Questão 3051

(Enem PPL 2015)

Ver questão