Questão 37230

(UNICAMP - 2015) Entre os produtos comerciais engarrafados, aquele cujo consumo mais tem aumentado é a água mineral. Simplificadamente, pode-se dizer que há dois tipos de água mineral: a gaseificada e a não gaseificada. A tabela abaixo traz informações simplificadas sobre a composição de uma água mineral engarrafada.

a) Na coluna relativa à quantidade não está especificada a respectiva unidade. Sabe-se, no entanto, que o total de cargas positivas na água é igual ao total de cargas negativas. Levando em conta essa informação e considerando que apenas os íons da tabela estejam presentes no produto, você escolheria, como unidade de quantidade, miligramas ou milimol? Justifique sua resposta.

 

b) Levando em conta os dados da tabela e sua resposta ao item a, identifique o sal em maior concentração nessa amostra de água mineral, dando seu nome e fórmula. Justifique sua resposta.

Gabarito:

Resolução:

a)

• Hipótese 1

O único ânion em solução é o hidrogenocarbonato. Se os valores estiverem na unidade milimol, a soma da quantidade de matéria de cargas positivas deve ser igual ao valor da tabela referente ao hidrogenocarbonato.

• Cálculo da quantidade de cargas positivas:

q_{negativas} = q_{HCO_{3}^{-}}

q_{negativas} = n_{HCO_{3}^{-}}

q_{negativas} = 1,200

• Cálculo da quantidade de cargas positivas:

A quantidade de cargas positivas é a soma das quantidades de carga de cada um dos cátions

q_{positivas} = q_{Ca^{2+}} +q_{Mg^{2+}}+q_{Na^{+}}

Como cada catíon tem o módulo da carga diferente, a carta total de cada cátion é a multiplicação entre a quantidade desse cátion pelo módulo da carga:

q_{positivas} = 2 cdot n_{Ca^{2+}} +2cdot n_{Mg^{2+}}+n_{Na^{+}}

q_{positivas} = 2 cdot 0,310 +2cdot 0,100+0,380

q_{positivas} =1,200

Como a quantidade de cargas positivas e negativas é igual, a unidade dos valores da tabela é milimol.

• Hipótese 2

Também é possível calcular as quantidades de matéria de cada um dos íons considerando que o valor da tabela está em miligrama. Esse cálculo é feito a partir da equação

n = frac{m}{MM}

A tabela abaixo relaciona as quantidades de matéria, massa e massas molares de todos os íons:

  HCO3- Ca2+ Mg2+ Na+
m (miligrama) 1,200 0,310 0,100 0,380
MM (g/mol) 61 40 24 23
n (milimol) 0,0197 0,0078 0,0042 0,0165

Pelo mesmo raciocínio feito na hipótese 1, a soma da quantidade de cargas positivas deve ser igual a de cargas negativas para que a unidade seja miligrama.

• Cálculo da quantidade de cargas positivas:

q_{positivas} = 2 cdot n_{Ca^{2+}} +2cdot n_{Mg^{2+}}+n_{Na^{+}}

q_{positivas} = 2 cdot 0,0078 +2cdot 0,0042+0,0165

q_{positivas} = 0,0405

Como as quantidades de cargas positivas e negativas são diferentes, os valores apresentados na tabela não estão na unidade miligrama.

 

b) Considerando que os valores apresentados na tabela têm unidade milimol, o cátion em maior concentração molar é o Na+, então o sal em maior concentração é o NaHCO3. A nomenclatura deste sal é hidrogenocarbonato de sódio ou bicarbonato de sódio.



Questão 2440

(Unicamp 2016)

Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas.

(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)

Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que:

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Questão 2558

(UNICAMP - 2016 - 1ª fase)

É possível fazer educação de qualidade sem escola

É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).

Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.

O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”

Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.

Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro”  biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.

Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as  erramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.

"Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala,  recisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os  nstrumentos possíveis que levem o menino a aprender.”

Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se  entir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política e  governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.

(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.)

 

A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que:

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Questão 2559

(Unicamp 2016)

 

Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar

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Questão 2560

(Unicamp 2015)

 

Dados numéricos e recursos linguísticos colaboram para a construção dos sentidos de um texto.

Leia os títulos de notícias a seguir sobre as vendas do comércio no último Dia dos Pais.

 

Venda para o Dia dos Pais cresceu 2% em relação ao ano passado.

Adaptado de O Diário Online, 15/08/2014. Disponível em http://www.odiarioonline.com.br/noticia/26953/. Acessado em 20/08/2014.

 

Só 4 em cada 10 brasileiros compraram presentes no Dia dos Pais.

Época São Paulo, 17/08/2014. Disponível em http://epoca.globo.com/regional/sp/Consumo. Acessado em 20/08/2014.

 

 

Podemos afirmar que:

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