Questão 37863

(UNICAMP - 2019 - 2 FASE)

 

REDAÇÃO
PROPOSTA 2

 

       Sua professora de Geografia abriu um fórum no ambiente virtual da disciplina para discutir o tópico “IDH e crescimento do PIB como indicadores de desenvolvimento” e propôs as seguintes questões: a) Observe a classificação do Brasil nos rankings apresentados nos gráficos 1 e 2; b) Interprete os textos 3, 4 e 5; e c) Indique se haveria diferenças no desenvolvimento social do Brasil caso o país optasse por uma política econômica que tenha como consequência uma melhor classificação no ranking do IDH ou no ranking do crescimento do PIB.

       Publique uma postagem nesse fórum, na qual, a partir da leitura dos textos indicados abaixo, você deve: a) apontar em qual ranking o Brasil subiria se privilegiasse os aspectos qualidade de vida e igualdade no desenvolvimento social; b) apresentar as consequências de priorizar o consumo para o desenvolvimento social; e c) argumentar em favor do seu ponto de vista.

1. 2.

    PIB significa Produto Interno Bruto, medida que representa a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região, durante um determinado período.

    IDH significa Índice de Desenvolvimento Humano, medida concebida pela ONU (Organização das Nações Unidas) para avaliar a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico de uma população.

 

3. Um breve conjunto de informações para nos fazer repensar as relações de consumo:

• A indústria da moda é a segunda maior consumidora de água no mundo. Só perde para a do petróleo.

• Estima-se que 17% a 20% da poluição da água industrial vem de tingimento e tratamento têxtil.

• Cerca de 15% a 20% de tecido é desperdiçado a cada peça cortada. E tecido não é reciclável.

• Estima-se que 10% das emissões de gases de efeito estufa provêm da indústria da moda.

• As fábricas de moda consomem mais de 130 milhões de toneladas de carvão/ano para gerar energia.

• Para suprir a demanda do consumo, quase toda matéria-prima utilizada na moda resulta em problema: do algodão, cheio de pesticidas, ao poliéster, oriundo da exploração do petróleo.

• Operários da indústria têxtil em países como China, Índia e Bangladesh trabalham mais de 12 horas por dia e ganham menos do que 100 dólares por mês.

• Cerca de 80% da mão de obra deste mercado são mulheres. E menos de 2% ganham o suficiente para viver em condições dignas. Para ganhar mais, elas chegam a trabalhar mais de 75 horas por semana. E tem quem ache que o consumismo é um problema individual que só diz respeito à própria conta bancária… (Adaptado de Nina Guimarães, O consumismo destrói o meio ambiente e incentiva o trabalho escravo. Metrópoles, 19/04/2017.)

4. As principais redes de varejo de moda do país associadas à ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil) já notam a melhora no ânimo dos consumidores. “O cenário é mais favorável, a partir do momento em que há maior disponibilidade de crédito; a inflação está abaixo do esperado, com aumento no poder de compra; e há uma leve redução do desemprego. Esses fatores somados ajudam a elevar a intenção de compra”, aponta Lima, diretor executivo da ABVTEX. A FGV estima que, em 2018, o PIB cresça 2,5%. Esse crescimento deve permanecer liderado pelo consumo. (Adaptado de Em 2018, crescimento permanecerá liderado pelo consumo, diz FGV. Disponível em http://www.abvtex.org.br/. Acessado em 04/05/ 2018.)

5. Pelo 12º ano consecutivo, só deu ela: a Noruega foi novamente eleita pela ONU como o melhor país do mundo para se viver. Segundo Jens Wandel, diretor do departamento administrativo do Programa de Desenvolvimento da ONU, o sucesso do país consiste em combinar o crescimento de renda com um elevado nível de igualdade. “Ao longo do tempo, a Noruega conseguiu aumentar sua renda e, ao mesmo tempo, garantir que os rendimentos sejam distribuídos de modo uniforme”. (Adaptado de Índice de Desenvolvimento Humano: o que faz da Noruega o melhor lugar para se viver? Huffpost Brasil, 17/12/2015.)

Gabarito:

Resolução:

Na proposta 2, a banca pediu para o candidato(a) fazer uma postagem em um fórum levando em consideração três aspectos:

  • apontar em qual ranking o Brasil subiria se privilegiasse os aspectos qualidade de vida e igualdade no desenvolvimento social;

  • apresentar as consequências de priorizar o consumo para o desenvolvimento social;

  •  argumentar em favor do seu ponto de vista.

O gênero fórum tem como fundamento o compartilhamento de opiniões para a discussão de um determinado assunto, no caso, todos os três aspectos apontados acima. É primordial que o(a) candidato(a) tenha, primeiramente, um planejamento sobre o ponto de vista que irá defender e, para isto, utilizar a argumentação dada.  O gênero é, geralmente, escrito com uma linguagem mais coloquial, devido a sua origem no debate, porém, neste caso, como trata-se de um texto científico, é sempre interessante utilizar de uma linguagem formal, mas coesa e simples.

No primeiro tópico (letra a), o(a) candidato(a) deveria apontar que o Brasil subiria no ranking do IDH ao privilegiar aspectos como qualidade de vida e desenvolvimento social (textos 1 e 2 - gráficos sobre o PIB e o IDH de alguns países). No segundo tópico (letra b), deveria apresentar as consequências de priorizar o consumo (os textos tratam, principalmente, da indústria têxtil, para se pensar as relações de consumo) visando o desenvolvimento social. Para isso, deveria apresentar argumentos, baseados nos textos motivadores, a favor de seu ponto de vista (letra c), a fim de justificar sua opinião.

É claro, é necessário, também, se valer dos textos 34 e 5. O texto 3 é retirado do jornal Metrópoles é uma crítica ao consumo, se valendo de argumentos contundentes para dizer que o consumo não é um medidor para a qualidade de vida. No 4, é um texto retirado do próprio site da ABVTEX (Associação brasileira de Varejo Têxtil) que argumenta sobre o consumo, com ênfase, é claro, no mercado da moda, e suas possibilidades para a economia, contrapondo, de certa maneira, o texto 3. E, finalmente, o texto 5, traz informações importantes sobre o índice da Noruega (que é peça chave para a interpretação dos gráficos). Para Jens Wandel, o segredo do país é unir o crescimento de renda com a igualdade social, os dois como base para o crescimento econômico em larga escala, levando em consideração todos os aspectos.

 



Questão 2440

(Unicamp 2016)

Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas.

(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)

Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que:

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Questão 2558

(UNICAMP - 2016 - 1ª fase)

É possível fazer educação de qualidade sem escola

É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).

Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.

O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”

Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.

Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro”  biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.

Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as  erramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.

"Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala,  recisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os  nstrumentos possíveis que levem o menino a aprender.”

Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se  entir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política e  governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.

(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.)

 

A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que:

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Questão 2559

(Unicamp 2016)

 

Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar

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Questão 2560

(Unicamp 2015)

 

Dados numéricos e recursos linguísticos colaboram para a construção dos sentidos de um texto.

Leia os títulos de notícias a seguir sobre as vendas do comércio no último Dia dos Pais.

 

Venda para o Dia dos Pais cresceu 2% em relação ao ano passado.

Adaptado de O Diário Online, 15/08/2014. Disponível em http://www.odiarioonline.com.br/noticia/26953/. Acessado em 20/08/2014.

 

Só 4 em cada 10 brasileiros compraram presentes no Dia dos Pais.

Época São Paulo, 17/08/2014. Disponível em http://epoca.globo.com/regional/sp/Consumo. Acessado em 20/08/2014.

 

 

Podemos afirmar que:

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