Questão 38277

(ENEM PPL - 2012)  

TEXTO I

A canção do africano 

Lá na úmida senzala. 
Sentado na estreita sala, 
Junto ao braseiro, no chão, 
entoa o escravo o seu canto, 
E ao cantar correm-lhe em pranto 
Saudades do seu torrão... 

De um lado, uma negra escrava 
Os olhos no filho crava, 
Que tem no colo a embalar... 
E à meia-voz lá responde 
Ao canto, e o filhinho esconde, 
Talvez p’ra não o escutar! 

“Minha terra é lá bem longe, 
Das bandas de onde o sol vem; 
Esta terra é mais bonita. 
Mas à outra eu quero bem.” 

ALVES, C. Poesias completas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995 (fragmento).

TEXTO lI

No caso da Literatura Brasileira, se é verdade que prevalecem as reformas radicais, elas têm acontecido mais no âmbito de movimentos literários do que de gerações literárias. A poesia de Castro Alves em relação à de Gonçalves Dias não é a de negação radical, mas de superação, dentro do mesmo espírito romântico. 

MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003 (fragmento)

O fragmento do poema de Castro Alves exemplifica a afirmação de João Cabral de Melo Neto porque 

A

exalta o nacionalismo, embora lhe imprima um fundo ideológico retórico.

B

canta a paisagem local, no entanto, defende ideais do liberalismo.

C

mantém o canto saudosista da terra pátria, mas renova o tema amoroso.

D

explora a subjetividade do eu lírico, ainda que tematize a injustiça social.

E

inova na abordagem de aspecto social, mas mantém a visão lírica da terra pátria.

Gabarito:

inova na abordagem de aspecto social, mas mantém a visão lírica da terra pátria.



Resolução:

a) Alternativa incorreta. Percebe-se que o autor enfatiza uma questão de abordagem social, destacando o contexto do negro na sociedade brasileira.

b) Alternativa incorreta​​​​​​​. Em nenhum momento Castro Alves ou João Cabral de Melo Neto abordam a questão do liberalismo, a partir da análise dos dois fragmentos acima. Conforme a resolução, nos últimos quatro versos do poema de Castro Alves, percebe-se a visão do eu lírico relativamente à sua pátria (“Minha terra é lá bem longe, /Das bandas de onde o sol vem; /Esta terra é mais bonita. /Mas à outra eu quero bem”). No entanto, logo no início, é também patente a condição social do escravo sujeito às mais duras provações (“Junto ao braseiro, no chão, /entoa o escravo o seu canto, /E ao cantar correm-lhe em pranto /Saudades do seu torrão”).

c) Alternativa incorreta​​​​​​​. Há um aspecto saudosista, porém não uma renovação do tema amoroso.

d) Alternativa incorreta​​​​​​​. Se a ordem estivesse inversa, a resposta estaria correta,uma vez que o poema trata de uma questão social de forma subjetiva, características do Romantismo.

e) Alternativa correta​​​​​​​. Nos últimos quatro versos do poema de Castro Alves, percebe-se a visão do eu lírico relativamente à sua pátria (“Minha terra é lá bem longe, /Das bandas de onde o sol vem; /Esta terra é mais bonita. /Mas à outra eu quero bem”). No entanto, logo no início, é também patente a condição social do escravo sujeito às mais duras provações (“Junto ao braseiro, no chão, /entoa o escravo o seu canto, /E ao cantar correm-lhe em pranto /Saudades do seu torrão”).



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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