(ENEM PPL - 2016)
Como se vai de São Paulo a Curitiba (1928)
Os tempos mudaram.
O mundo contemporâneo pulsa em ritmos acelerados. Novos fatores revelam conveniência de outros métodos.
Surgem, no decurso dos nossos dias, motivos que nos convencem de que cada município deve levar a sério o problema da circulação rodoviária.
Para facilitar a ação administrativa.
Para uma revisão das suas possibilidades econômicas.
Ritmo de ruralização.
Costurar o país com estradas alegres, desligadas de horários. Livres e cheias de sol como um verso moderno!
BOPP, R. Poesia completa de Raul Bopp. Rio de Janeiro: José Olympio; São Paulo: Edusp, 1998 (fragmento).
Nos anos de 1920, a necessidade de modernizar o Brasil refletiu-se na proposta de renovação estética defendida por artistas modernistas como Raul Bopp. No poema, o posicionamento favorável às transformações da sociedade brasileira aparece diretamente relacionado à experimentação na poesia. A relação direta entre modernização e procedimento estético no poema deve-se à correspondência entre
a discussão de tema técnico e a fragmentação da linguagem.
a afirmação da mudança dos tempos e a inovação vocabular.
a oposição à realidade rural do país e a simplificação da sintaxe.
a adesão ao ritmo de vida urbano e a subjetividade da linguagem.
a exortação à ampla difusão das estradas e a liberdade dos versos.
Gabarito:
a exortação à ampla difusão das estradas e a liberdade dos versos.
A) INCORRETA: não há uma relação direta entre esses dois elementos. Além disso, a linguagem não está sendo fragmentada, mas há uma valorização das pausas e separação dos assuntos.
B) INCORRETA: No poema de Bopp não há o fator da "inovação vocabular", muito pelo contrário. Os versos são marcados por palavras do cotidiano, em um tom até mais jornalístico que poético, evidenciando a racionalidade dos "novos tempos" trazida como elemento estético para o campo de produção literária. Não há neologismos, alterações morfossintáticas e vocábulos desconhecidos, ou diferentes - mas sim uma ressignificação de frases e contextos socioeconômicos para o campo da "mimese" poética.
C) INCORRETA: No poema, vemos que Bopp não se posiciona em oposição à realidade rural, mas sim no sentido de uma realidade integrada - que teria as estradas como meio de integração. Os dois versos finais revelam a afinidade da proposta ideológica e poética com realidades que extrapolam a vivência urbana, propondo um ritmo novo e diverso
D) INCORRETA: por que é dito "adesão ao ritmo urbano". Vemos, no último verso, que o eu lírico faz um chamado justamente ao movimento contrário: "Costurar o país com estradas alegres, desligadas de horários. Livres e cheias de sol [...]". Existe um contraponto entre o ritmo e a proposta de modernização e o ritmo e a proposta das artes naquele momento.
E) CORRETA: O poema de Raul Bopp apresenta, em imagens fragmentadas e versos livres, a técnica telegráfica de representar a experiência moderna de adentrar no país através de uma autoestrada. A alternância de versos curtos com longos reproduz o movimento do automóvel no qual se fez a viagem, demonstrando a preocupação em anotar, de forma inovadora, os fatos e acontecimentos que presenciou ou vivenciou na sua época.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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