Questão 40142

(PUC/PR - 2018)  Considere o texto a seguir.

Jean Delumeau, em sua obra História do medo no ocidente 1300-1800: uma cidade sitiada, escreve acerca da peste negra no continente europeu:

“Até o final do século XIX, ignoraram-se as causas da peste que a ciência de outrora atribuía à população do ar, ela própria ocasionada seja por funestas conjunções astrais, seja por emanações pútridas vindas do solo ou do subsolo. Daí as precauções, aos nossos olhos inúteis, quanto se aspergia com vinagre cartas e moedas, quando se acendiam fogueiras purificadoras nas encruzilhadas de uma cidade contaminada, quando se desinfetavam indivíduos, roupas velhas e casas por meio de perfumes violentos e de enxofre, quando se saía para a rua em período de contágio com uma máscara em forma de cabeça de pássaro cujo bico era preenchido com substâncias odoríferas.”

DELUMEAU, Jean. História do medo no ocidente 1300-1800: uma cidade sitiada. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 159.

Podemos deduzir por meio do texto e da história da Baixa Idade Média que

A

sua forma de transmissão, exclusivamente pelas fezes dos ratos, era desconhecida, por isso, mesmo evitando as casas em que havia doentes, o fato de continuarem circulando normalmente nas ruas infestadas fez com que a doença continuasse a se espalhar.

B

a peste negra chegou do Oriente até a Europa com os ratos e produtos por eles contaminados, fato comprovado pelos comerciantes de Gênova e Veneza, logo após o início da epidemia, com grande incidência da doença nas cidades portuárias.

C

o local onde a peste se originou foi provavelmente a China, onde não se tornou epidêmica até meados do século XVI, contudo, devido a condições mais propícias à contaminação, como a grande quantidade de lixo e esgoto a céu aberto, ela se desenvolveu como surto no continente europeu.

D

devido à grande mortandade causada pela epidemia, houve grande número de pessoas que se isolaram em feudos, fortalecendo senhores feudais e as obrigações a serem pagas, devido à proteção que a vida no campo passou a representar.

E

os medievos atuavam de maneira a tentar evitar sua propagação com medidas como o isolamento de doentes, uso de ervas e perfumes para evitar os maus odores, e muitos chegaram a fugir para longe das grandes cidades.   

Gabarito:

os medievos atuavam de maneira a tentar evitar sua propagação com medidas como o isolamento de doentes, uso de ervas e perfumes para evitar os maus odores, e muitos chegaram a fugir para longe das grandes cidades.   



Resolução:

O texto do historiador faz referência a “Peste Negra” que dizimou praticamente um terço da população europeia no século XIV contribuindo para o esgotamento do regime feudal. A população, desesperada, tentava de diversas formas evitar a contaminação da doença adotando medidas como o isolamento, ervas, perfumes, entre outras.  

a) sua forma de transmissão, exclusivamente pelas fezes dos ratos, era desconhecida, por isso, mesmo evitando as casas em que havia doentes, o fato de continuarem circulando normalmente nas ruas infestadas fez com que a doença continuasse a se espalhar.

Incorreta. A transmissão da Peste Negra era por meio das pulgas, presentes principalmente nos ratos. Quando atingiu um estágio extremamente avançado também foi transmitida por meio de secreções.

b) a peste negra chegou do Oriente até a Europa com os ratos e produtos por eles contaminados, fato comprovado pelos comerciantes de Gênova e Veneza, logo após o início da epidemia, com grande incidência da doença nas cidades portuárias.

Incorreta. Os produtos não eram afetados pela peste; está atingia apenas animais e humanos, os comerciantes contraiam a doença em suas viagens, além disso, ao transportarem alimentos a presença de ratos era inevitável e estes abrigavam as pulgas (as verdadeiras transmissoras); ao chegarem nas cidades europeias já contaminados e com muitos transmissores a peste se alastrava, isto também era facilitado devido às condições insalubres das cidades do período.  

c) o local onde a peste se originou foi provavelmente a China, onde não se tornou epidêmica até meados do século XVI, contudo, devido a condições mais propícias à contaminação, como a grande quantidade de lixo e esgoto a céu aberto, ela se desenvolveu como surto no continente europeu.

Incorreta. O primeiro foco e epidemia da peste bubônica é na China por volta de 1330.

d) devido à grande mortandade causada pela epidemia, houve grande número de pessoas que se isolaram em feudos, fortalecendo senhores feudais e as obrigações a serem pagas, devido à proteção que a vida no campo passou a representar.

Incorreta. A peste foi um dos motivos que levaram ao fim o regime feudal. A peste causou uma grande número de mortes o que acarretou uma falta de mão de obra, neste cenário, os senhores feudais tornaram os regimes de trabalho cada vez mais rígidos e os impostos foram aumentando cada vez mais o que gerou intensas insatisfações e revoltas camponesas.

e) os medievos atuavam de maneira a tentar evitar sua propagação com medidas como o isolamento de doentes, uso de ervas e perfumes para evitar os maus odores, e muitos chegaram a fugir para longe das grandes cidades.   

Correta.



Questão 1817

(PUC-SP-2001)

A QUESTÃO É COMEÇAR

Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.

No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar. Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais.

Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo.

Não me deixe falando sozinho.” Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.

 

(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).

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Observe a seguinte afirmação feita pelo autor:

“Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.”

Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”.

Indique a alternativa que explicita essa função.

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Questão 1833

(Pucpr 2004)

"Aula de Português"

 

A linguagem na ponta da língua,

tão fácil de falar e de entender.

A linguagem na superfície estrelada das estrelas,

sabe lá o que ela quer dizer?

 

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo. In: "Poesia e Prosa". Rio: Nova Aguilar,1988.) 

 

 

Em relação às duas estrofes do poema "Aula de Português", de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA: 

 

 

 

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Questão 1838

(Puccamp 2016) Comenta-se corretamente sobre o que se tem no trecho.

 

A questão a seguir refere-se ao trecho do capítulo 2 da obra Ginástica doce e yoga para crianças: método La Douce.

 

CAPÍTULO 2 (O CORPO)

Conhecer bem o corpo para fazê-lo trabalhar melhor

Cinco extremidades: a cabeça, as mãos, os pés

Para comunicar-se com tudo que a cerca, a criança usa a cabeça, as duas mãos e os dois pés. A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis. Sede do cérebro, ela fornece os recursos necessários para bem compreender seu ambiente. É igualmente através desta parte do corpo que penetram duas fontes de energia: o ar e o alimento. A cabeça se articula através do pescoço. Corredor estreito entre o cérebro e a parte inferior do corpo, o pescoço deve ser flexível para facilitar a qualidade das trocas. As mãos e os pés são verdadeiras antenas. Sua riqueza em terminações nervosas e vasos sanguíneos, assim como a possibilidade das inúmeras articulações, fazem deles instrumentos de extraordinária precisão.

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Questão 1868

(Puccamp 2016)

Editorial

Na rotina de mãe de quatro filhos, a escritora israelense Ayelet Waldman começou a detectar em si mesma e em outras mães que conhecia uma ansiedade persistente, disparada pela frustração de não corresponder às próprias expectativas em relação à maternidade. Para piorar seu tormento, 1aonde quer que fosse, encontrava mulheres sempre prontas a apontar o dedo para seus defeitos, numa espécie de polícia materna, onipresente e onisciente. Em uma conversa deliciosa com a Revista em Dia, Ayelet discorre sobre as agruras das mães ruins, categoria na qual hoje se encaixa, e com orgulho. 2E ajuda a dissipar, com humor, o minhocário que não raro habita a cabeça das mães. Minhocário que, aliás, se não for bem administrado, pode levar a problemas muito mais sérios. 3É o que você verá na reportagem da página 14, que traz o foco para a depressão durante a gravidez. Poucos sabem, mas a doença pode ser deflagrada nessa fase e é bom que tanto as gestantes como outras pessoas ao redor fiquem atentas para que as mulheres nessa situação possam receber o apoio necessário. A revista também traz temas para quem a maternidade já é assunto menos relevante 4nesse momento da vida. Se você é daquelas que entraram ou consideram entrar na onda da corrida, terá boas dicas na página 18. 5Caso já esteja reduzindo o ritmo, quem sabe encontre inspiração para espantar a monotonia na crônica da página 8. Esperamos, com um grãozinho aqui, outro ali, poder contribuir um pouco para as várias facetas que compõem uma mulher saudável e de bem consigo mesma.

Comenta-se com correção:

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