Questão 40257

(PUC/Campinas - 2018) Tiradentes era alguém com todas as características e ressentimentos de um revolucionário. Além do mais, ele se apresentava para o martírio ao proclamar sua responsabilidade exclusiva pela inconfidência. Era óbvia a sedução que o enforcamento do alferes representava para o governo português: pouca gente levaria a sério um movimento chefiado por um simples Tiradentes (e as autoridades lusas, depois de outubro de 1790, invariavelmente se referiam ao alferes por seu apelido de Tiradentes).

MAXWELL, Kenneth. A devassa da devassa. A Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal 1750-1808. São Paulo: Paz e Terra, 1995, p. 216.

Pode-se afirmar que, a partir da metade do século XVIII, a

A

expansão do movimento de autonomia da colônia debilitou os fundamentos do Antigo Regime europeu, estimulou o surgimento do nacionalismo e produziu desdobramentos de cunho político em todo território americano.

B

tentativa portuguesa de impedir o desenvolvimento de relações comerciais diretas entre a colônia e os países europeus levou a Inglaterra a auxiliar os inconfidentes mineiros nos movimentos pela libertação da colônia.

C

cominação colonial começou a apresentar sintomas de esgotamento, e entrou em fase de reformas que não conseguiram resolver a crise, gerada pela emergência do capitalismo industrial.

D

intensa participação popular nos movimentos de libertação colonial, inspirados pelos ideais do despotismo esclarecido, promoveu uma violenta repressão, aos líderes dos revoltosos, pelos exércitos enviados pela metrópole portuguesa.

E

elite colonial, que até então pôde enriquecer e participar do desenvolvimento colonial, teve seus interesses obstaculizados pelos resultados da guerra portuguesa na região platina e exigia ressarcimento do ônus da guerra.

Gabarito:

cominação colonial começou a apresentar sintomas de esgotamento, e entrou em fase de reformas que não conseguiram resolver a crise, gerada pela emergência do capitalismo industrial.



Resolução:

a) expansão do movimento de autonomia da colônia debilitou os fundamentos do Antigo Regime europeu, estimulou o surgimento do nacionalismo e produziu desdobramentos de cunho político em todo território americano.

Incorreta. É problemático falar em "movimento de autonomia da colônia" no contexto das Reformas Pombalinas. O arrocho, a tentativa de fortalecer cada vez mais as relações do pacto colonial juntamente como o acesso aos ideias iluministas que gera a insatisfação e as revoltas. Ademais, “estimulou o surgimento do nacionalismo” colocar essa frase logo após utilizar apenas o termo “colônia”, no geral, dá a ideia de uma nacionalismo geral, brasileiro e dentro do contexto da Inconfidência Mineira isto é errado uma que vez anseiam apenas pela independência de Minas Gerais.

b) tentativa portuguesa de impedir o desenvolvimento de relações comerciais diretas entre a colônia e os países europeus levou a Inglaterra a auxiliar os inconfidentes mineiros nos movimentos pela libertação da colônia.

Incorreta. A Inconfidência Mineira não contou com o apoio da Inglaterra.

c) cominação colonial começou a apresentar sintomas de esgotamento, e entrou em fase de reformas que não conseguiram resolver a crise, gerada pela emergência do capitalismo industrial.

Correta. Por comunicação colonial devemos entender o colonialismo, o pacto colonial que com a crise do Ciclo do Ouro já começou a apresentar o seu esgotamento. As reformas aqui citadas são as Reformas Pombalinas que tentaram recuperar a economia portuguesa em momento de crise por meio do incentivo de manufaturas na metrópole e o arrocho colonial: mais impostos para colônia, expulsão dos jesuítas, maior tentativa de conter o comércio dentro da colônia e exclusividade de importação dos produtos manufaturados portugueses.

d)  intensa participação popular nos movimentos de libertação colonial, inspirados pelos ideais do despotismo esclarecido, promoveu uma violenta repressão, aos líderes dos revoltosos, pelos exércitos enviados pela metrópole portuguesa.

Incorreta. A maior parte dos movimentos de libertação colonial não contou com intensa participação popular, especialmente a Inconfidência Mineira que a questão faz referência direta, foi um movimento das elites ilustradas.

e) elite colonial, que até então pôde enriquecer e participar do desenvolvimento colonial, teve seus interesses obstaculizados pelos resultados da guerra portuguesa na região platina e exigia ressarcimento do ônus da guerra.

Incorreta. A Guerra na região da Platina é posterior a Inconfidência Mineira. 



Questão 1817

(PUC-SP-2001)

A QUESTÃO É COMEÇAR

Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.

No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar. Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais.

Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo.

Não me deixe falando sozinho.” Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.

 

(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).

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Observe a seguinte afirmação feita pelo autor:

“Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.”

Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”.

Indique a alternativa que explicita essa função.

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Questão 1833

(Pucpr 2004)

"Aula de Português"

 

A linguagem na ponta da língua,

tão fácil de falar e de entender.

A linguagem na superfície estrelada das estrelas,

sabe lá o que ela quer dizer?

 

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo. In: "Poesia e Prosa". Rio: Nova Aguilar,1988.) 

 

 

Em relação às duas estrofes do poema "Aula de Português", de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA: 

 

 

 

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Questão 1838

(Puccamp 2016) Comenta-se corretamente sobre o que se tem no trecho.

 

A questão a seguir refere-se ao trecho do capítulo 2 da obra Ginástica doce e yoga para crianças: método La Douce.

 

CAPÍTULO 2 (O CORPO)

Conhecer bem o corpo para fazê-lo trabalhar melhor

Cinco extremidades: a cabeça, as mãos, os pés

Para comunicar-se com tudo que a cerca, a criança usa a cabeça, as duas mãos e os dois pés. A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis. Sede do cérebro, ela fornece os recursos necessários para bem compreender seu ambiente. É igualmente através desta parte do corpo que penetram duas fontes de energia: o ar e o alimento. A cabeça se articula através do pescoço. Corredor estreito entre o cérebro e a parte inferior do corpo, o pescoço deve ser flexível para facilitar a qualidade das trocas. As mãos e os pés são verdadeiras antenas. Sua riqueza em terminações nervosas e vasos sanguíneos, assim como a possibilidade das inúmeras articulações, fazem deles instrumentos de extraordinária precisão.

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Questão 1868

(Puccamp 2016)

Editorial

Na rotina de mãe de quatro filhos, a escritora israelense Ayelet Waldman começou a detectar em si mesma e em outras mães que conhecia uma ansiedade persistente, disparada pela frustração de não corresponder às próprias expectativas em relação à maternidade. Para piorar seu tormento, 1aonde quer que fosse, encontrava mulheres sempre prontas a apontar o dedo para seus defeitos, numa espécie de polícia materna, onipresente e onisciente. Em uma conversa deliciosa com a Revista em Dia, Ayelet discorre sobre as agruras das mães ruins, categoria na qual hoje se encaixa, e com orgulho. 2E ajuda a dissipar, com humor, o minhocário que não raro habita a cabeça das mães. Minhocário que, aliás, se não for bem administrado, pode levar a problemas muito mais sérios. 3É o que você verá na reportagem da página 14, que traz o foco para a depressão durante a gravidez. Poucos sabem, mas a doença pode ser deflagrada nessa fase e é bom que tanto as gestantes como outras pessoas ao redor fiquem atentas para que as mulheres nessa situação possam receber o apoio necessário. A revista também traz temas para quem a maternidade já é assunto menos relevante 4nesse momento da vida. Se você é daquelas que entraram ou consideram entrar na onda da corrida, terá boas dicas na página 18. 5Caso já esteja reduzindo o ritmo, quem sabe encontre inspiração para espantar a monotonia na crônica da página 8. Esperamos, com um grãozinho aqui, outro ali, poder contribuir um pouco para as várias facetas que compõem uma mulher saudável e de bem consigo mesma.

Comenta-se com correção:

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