Questão 40340

(PUC/Camp - 2016)  Os homens reunidos em sociedade (relevem-me este tom meio pedante) estão virtual e tacitamente obrigados a obedecer às leis formuladas por eles mesmos para a conveniência comum. Há, porém, leis que eles não impuseram, que acharam feitas, que precederam as sociedades, e que se hão de cumprir não por uma determinação de jurisprudência humana, mas por uma necessidade divina e eterna. Entre essas, e antes de todas, figura a da luta pela vida (...)

(ASSIS, Machado de. Obra completa. Rio de janeiro: Nova Aguilar, 1986, p. 432)

A imposição, pelas metrópoles, de leis severas às populações de suas colônias, contribuiu para acirrar movimentos pela independência nas Américas. Isso pode ser constatado ao examinarmos o impacto

A

da aprovação da Reforma Bourbônica nas colônias hispânicas, instituindo leis que reforçavam o pacto colonial e o poder da igreja, por meio da Companhia de Jesus, causando, assim, revoltas populares cujo alvo era a figura do Rei da Espanha.

B

da imposição da Lei do Chá, nas Treze Colônias (atuais Estados Unidos), coroando uma sequência de leis consideradas intoleráveis pelos colonos por restringirem a liberdade de comércio e aumentarem a taxação de impostos.

C

da instituição de uma monarquia independente na Nova Espanha (atual México) por sua própria metrópole, a fim de manter elos coloniais sob nova roupagem e sem a interferência da Igreja, causando violenta reação popular.

D

de medidas segregacionistas de cunho racista em Saint Domingue (atual Haiti) pela França, cujo governo censurou os ideais da Revolução Francesa nessa sua colônia caribenha. 

E

da aplicação da Devassa no Brasil colonial, cobrança coletiva aplicada reiteradamente para completar a quota de ouro devida à Coroa portuguesa que despertou, na população colonial, fortes sentimentos antilusitanos.

Gabarito:

da imposição da Lei do Chá, nas Treze Colônias (atuais Estados Unidos), coroando uma sequência de leis consideradas intoleráveis pelos colonos por restringirem a liberdade de comércio e aumentarem a taxação de impostos.



Resolução:

a) da aprovação da Reforma Bourbônica nas colônias hispânicas, instituindo leis que reforçavam o pacto colonial e o poder da igreja, por meio da Companhia de Jesus, causando, assim, revoltas populares cujo alvo era a figura do Rei da Espanha.

Incorreta. A Reforma Bourbônica promoveu um maior controle da Espanha sobre suas colônias, contudo, não por meio da Companhia de Jesus.

b) da imposição da Lei do Chá, nas Treze Colônias (atuais Estados Unidos), coroando uma sequência de leis consideradas intoleráveis pelos colonos por restringirem a liberdade de comércio e aumentarem a taxação de impostos.

Correta. Após a Guerra dos Sete Anos, a Inglaterra passou a exigir de suas colônias uma carga maior de impostos e obrigações, como a Lei do Chá. Nesse contexto as colônias não aceitaram esse aumento abusivo e dão início ao movimento de independência.  

c) da instituição de uma monarquia independente na Nova Espanha (atual México) por sua própria metrópole, a fim de manter elos coloniais sob nova roupagem e sem a interferência da Igreja, causando violenta reação popular.

Incorreta. A Nova Espanha não se tornou uma monarquia independente por uma demanda da metrópole.

d) de medidas segregacionistas de cunho racista em Saint Domingue (atual Haiti) pela França, cujo governo censurou os ideais da Revolução Francesa nessa sua colônia caribenha.

Incorreta. O governo não censurou formalmente os ideais da Revolução Francesa em Saint Domingue (atual Haiti).

e) da aplicação da Devassa no Brasil colonial, cobrança coletiva aplicada reiteradamente para completar a quota de ouro devida à Coroa portuguesa que despertou, na população colonial, fortes sentimentos antilusitanos.

Incorreta. Esta seria a definição da Derrama. A Devassa são os autos de condenação dos inconfidentes.



Questão 1817

(PUC-SP-2001)

A QUESTÃO É COMEÇAR

Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.

No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar. Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais.

Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo.

Não me deixe falando sozinho.” Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.

 

(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).

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Observe a seguinte afirmação feita pelo autor:

“Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.”

Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”.

Indique a alternativa que explicita essa função.

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Questão 1833

(Pucpr 2004)

"Aula de Português"

 

A linguagem na ponta da língua,

tão fácil de falar e de entender.

A linguagem na superfície estrelada das estrelas,

sabe lá o que ela quer dizer?

 

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo. In: "Poesia e Prosa". Rio: Nova Aguilar,1988.) 

 

 

Em relação às duas estrofes do poema "Aula de Português", de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA: 

 

 

 

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Questão 1838

(Puccamp 2016) Comenta-se corretamente sobre o que se tem no trecho.

 

A questão a seguir refere-se ao trecho do capítulo 2 da obra Ginástica doce e yoga para crianças: método La Douce.

 

CAPÍTULO 2 (O CORPO)

Conhecer bem o corpo para fazê-lo trabalhar melhor

Cinco extremidades: a cabeça, as mãos, os pés

Para comunicar-se com tudo que a cerca, a criança usa a cabeça, as duas mãos e os dois pés. A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis. Sede do cérebro, ela fornece os recursos necessários para bem compreender seu ambiente. É igualmente através desta parte do corpo que penetram duas fontes de energia: o ar e o alimento. A cabeça se articula através do pescoço. Corredor estreito entre o cérebro e a parte inferior do corpo, o pescoço deve ser flexível para facilitar a qualidade das trocas. As mãos e os pés são verdadeiras antenas. Sua riqueza em terminações nervosas e vasos sanguíneos, assim como a possibilidade das inúmeras articulações, fazem deles instrumentos de extraordinária precisão.

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Questão 1868

(Puccamp 2016)

Editorial

Na rotina de mãe de quatro filhos, a escritora israelense Ayelet Waldman começou a detectar em si mesma e em outras mães que conhecia uma ansiedade persistente, disparada pela frustração de não corresponder às próprias expectativas em relação à maternidade. Para piorar seu tormento, 1aonde quer que fosse, encontrava mulheres sempre prontas a apontar o dedo para seus defeitos, numa espécie de polícia materna, onipresente e onisciente. Em uma conversa deliciosa com a Revista em Dia, Ayelet discorre sobre as agruras das mães ruins, categoria na qual hoje se encaixa, e com orgulho. 2E ajuda a dissipar, com humor, o minhocário que não raro habita a cabeça das mães. Minhocário que, aliás, se não for bem administrado, pode levar a problemas muito mais sérios. 3É o que você verá na reportagem da página 14, que traz o foco para a depressão durante a gravidez. Poucos sabem, mas a doença pode ser deflagrada nessa fase e é bom que tanto as gestantes como outras pessoas ao redor fiquem atentas para que as mulheres nessa situação possam receber o apoio necessário. A revista também traz temas para quem a maternidade já é assunto menos relevante 4nesse momento da vida. Se você é daquelas que entraram ou consideram entrar na onda da corrida, terá boas dicas na página 18. 5Caso já esteja reduzindo o ritmo, quem sabe encontre inspiração para espantar a monotonia na crônica da página 8. Esperamos, com um grãozinho aqui, outro ali, poder contribuir um pouco para as várias facetas que compõem uma mulher saudável e de bem consigo mesma.

Comenta-se com correção:

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