(UFU - 2005)
“A substância, no sentido o mais fundamental, primeiro e principal do termo, é o que não se afirma de um sujeito, nem ocorre num sujeito; por exemplo, o homem individual ou o cavalo individual.”
ARISTÓTELES. Categorias, V.2 a, p. 11-14.
André é um homem branco, tem dois metros de altura, e hoje se encontra sentado na esquina, lendo um romance que o emociona a cada página.
Considerando os textos acima, é correto afirmar que
o conceito aristotélico de substância expressa uma crítica ao abstracionismo da ideia platônica e, segundo Aristóteles, podemos afirmar que o essencial na descrição de “André” é o fato de que hoje ele se emocionou na sua leitura.
o conceito aristotélico de substância é um outro nome para ideia platônica e, segundo Aristóteles, podemos afirmar que “André” participa da ideia de homem.
o conceito aristotélico de substância expressa uma crítica à teoria das ideias de Platão e, segundo Aristóteles, podemos considerar “André” como substância, homem como sua espécie e os outros atributos da sua descrição como acidentais.
o conceito aristotélico de substância é uma ideia cuja existência encontramos em um mundo inteligível diferente do sensível e, segundo Aristóteles, podemos considerar “André” como uma ideia e os outros atributos da sua descrição como as imagens que o complementam.
Gabarito:
o conceito aristotélico de substância expressa uma crítica à teoria das ideias de Platão e, segundo Aristóteles, podemos considerar “André” como substância, homem como sua espécie e os outros atributos da sua descrição como acidentais.
c) Correta. o conceito aristotélico de substância expressa uma crítica à teoria das ideias de Platão e, segundo Aristóteles, podemos considerar “André” como substância, homem como sua espécie e os outros atributos da sua descrição como acidentais.
O conceito aristotélico de substância, de fato, é uma crítica à teoria das ideias de Platão, pois ele não separa, como este, a forma da matéria, antes, as vincula no conceito de hilemorfismo da substância, a qual possui diversas categorias de compreensão, já que, para ele, o ser se diz de vários modos. Porém, há um sentido principal, a substância, a categoria nuclear, pela qual o ser se diz em si mesmo e da qual as outras categorias são ditas: a substância é o André, do qual é dito outras categorias, como quantidade (tem dois metros de altura), tempo e lugar (e hoje se encontra sentado na esquina), ação (lendo um romance) e paixão (que o emociona a cada página).
a) Incorreta. o conceito aristotélico de substância expressa uma crítica ao abstracionismo da ideia platônica e, segundo Aristóteles, podemos afirmar que o essencial na descrição de “André” é o fato de que hoje ele se emocionou na sua leitura.
De fato, o conceito aristotélico de substância expressa uma crítica ao abstracionismo da ideia platônica, porém o essencial na descrição de “André” não é o fato de que hoje ele se emocionou na sua leitura. Este é apenas um acidente, a categoria da paixão, e é acidental, pois ele pode não ter se emocionado, depende das circunstâncias e do momento.
b) Incorreta. o conceito aristotélico de substância é um outro nome para ideia platônica e, segundo Aristóteles, podemos afirmar que “André” participa da ideia de homem.
Aristóteles se opõe a Platão, pois Aristóteles não separa a forma da matéria, antes, a vincula em seu hilemorfismo no conceito de substância, ao contrário de Platão que as separa quanto ao conceito de participação, já que há uma Ideia perfeita de homem da qual um indivíduo particular apenas participa.
d) Incorreta. o conceito aristotélico de substância é uma ideia cuja existência encontramos em um mundo inteligível diferente do sensível e, segundo Aristóteles, podemos considerar “André” como uma ideia e os outros atributos da sua descrição como as imagens que o complementam.
Essa é uma noção platônica, que concebe os dois mundos. Aristóteles não separa a forma da matéria, portanto não concebe dois mundos, em que a forma das coisas esteja separada da matéria.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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