(UNICENTRO - 2019)
De acordo com M. L. A. ARANHA e M. H. P. MARTINS, na obra Filosofando: introdução à Filosofia (p. 45), “Se a ciência tende cada vez mais para a especialização, a filosofia, no sentido inverso, quer superar essa fragmentação do real, para que o homem seja resgatado na sua integridade e não sucumba à alienação do saber parcelado”. Segundo essa concepção, podemos entender que:
Filosofia e ciência são diferentes formas do conhecimento humano, sendo que a primeira é superior à segunda, pois trata do homem integrado à sociedade como um todo.
Filosofia e ciência se confundem pois ambas tratam do ser humano em sua integralidade.
Nos primórdios, a ciência era ligada à filosofia, razão pela qual ser filósofo era ser um cientista dedicado à experimentação para a comprovação dos fenômenos estudados.
Filosofia não é ciência pois, como afirmou Kant, “não há filosofia que possa aprender; só se pode aprender a filosofar”. Nesse sentido, o filósofo se ocupa de discutir a ciência e apontar as suas fragilidades a respeito do conhecimento sobre a natureza.
Filosofia e ciência são diferentes formas do conhecimento humano que se valem de diferentes métodos de abordagem: enquanto a ciência é um saber que tende à especialização, a filosofia não abre mão de se constituir como uma visão de totalidade, exercitando sempre a crítica dos fundamentos de todo o saber.
Gabarito:
Filosofia e ciência são diferentes formas do conhecimento humano que se valem de diferentes métodos de abordagem: enquanto a ciência é um saber que tende à especialização, a filosofia não abre mão de se constituir como uma visão de totalidade, exercitando sempre a crítica dos fundamentos de todo o saber.
e) Correta. Filosofia e ciência são diferentes formas do conhecimento humano que se valem de diferentes métodos de abordagem: enquanto a ciência é um saber que tende à especialização, a filosofia não abre mão de se constituir como uma visão de totalidade, exercitando sempre a crítica dos fundamentos de todo o saber.
A questão opõe ciência e filosofia no que tange a particularização do conhecimento. Enquanto a ciência tende a formar um conhecimento cada vez mais especializado, detalhado e delimitado dentro de sua área, a filosofia busca encontrar ideias mais gerais, que se aplicam não a um fenômeno ou outro, nem a uma sociedade ou outra, mas ao ser humano enquanto ser pensante, que reflete e questiona a existência como um todo. A filosofia elabora suas questões não apenas em um âmbito (como a biologia ou física), mas abrange a totalidade do real em seus questionamentos, com uma visão geral sobre essas ideias. A filosofia é uma visão da totalidade, baseada em questionamentos acerca da realidade que permitem exercitar a crítica sobre os fundamentos do saber. Ou seja, é uma forma de enxergar a realidade que se fundamenta na observação crítica, e não se constitui apenas como uma simples visão de mundo.
a) Incorreta. Filosofia e ciência são diferentes formas do conhecimento humano, sendo que a primeira é superior à segunda, pois trata do homem integrado à sociedade como um todo.
O texto não propõe que a filosofia seja uma forma de conhecimento superior à ciência, porém diferente.
b) Incorreta. Filosofia e ciência se confundem pois ambas tratam do ser humano em sua integralidade.
As duas formas de conhecimento, segundo o texto, não se confundem, pois não tratam ambas do ser humano em sua integralidade; apenas a filosofia faz isso, enquanto que a ciência analise o ser humano a partir de um aspecto particular.
c) Incorreta. Nos primórdios, a ciência era ligada à filosofia, razão pela qual ser filósofo era ser um cientista dedicado à experimentação para a comprovação dos fenômenos estudados.
Embora de fato, no início, a filosofia era mais ligada à ciência, não o era no sentido contemporâneo de ciência, isto é, de que o filósofo se utilizava da experimentação para a comprovação dos fenômenos estudados, pois esse método de conhecimento foi elaborado a partir da modernidade, separando a ciência da filosofia.
d) Incorreta. Filosofia não é ciência pois, como afirmou Kant, “não há filosofia que possa aprender; só se pode aprender a filosofar”. Nesse sentido, o filósofo se ocupa de discutir a ciência e apontar as suas fragilidades a respeito do conhecimento sobre a natureza.
A filosofia não é ciência e discute-a, de fato, porém não busca apontar as suas fragilidades a respeito do conhecimento sobre a natureza, e, sim, demonstrar a unidade do conhecimento, das ciências e contemplar o homem em sua totalidade.
(Unicentro 2012) A passagem do Mito ao Logos na Grécia antiga foi fruto de um amadurecimento lento e processual. Por muito tempo, essas duas maneiras de explicação do real conviveram sem que se traçasse um corte temporal mais preciso. Com base nessa afirmativa, é correto afirmar:
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(Unicentro 2010)
“Os poemas homéricos têm por fundamento uma visão de mundo clara e coerente. Manifestam-na quase a cada verso, pois colocam em relação com ela tudo quanto cantam de importante – é, antes de mais nada, a partir dessa relação que se define seu caráter particular. Nós chamamos de religiosa essa cosmovisão, embora ela se distancie muito da religião de outros povos e tempos. Essa cosmovisão da poesia homérica é clara e coerente. Em parte alguma ela enuncia fórmulas conceituais à maneira de um dogma; antes se exprime vivamente em tudo que sucede, em tudo que é dito e pensado. E embora no pormenor muitas coisas resultem ambíguas, em termos amplos e no essencial, os testemunhos não se contradizem. É possível, com rigoroso método, reuni-los, ordená-los, fazer lhes o cômputo, e assim eles nos dão respostas explícitas às questões sobre a vida e a morte, o homem e Deus, a liberdade e o destino (...).”
OTTO. Os deuses da Grécia: a imagem do divino na visão do espírito grego. 1ª Ed., trad. [e prefácio] de Ordep Serra. – São Paulo: Odysseus Editora, 2005 - p. 11.
Com base no texto, e em seus conhecimentos sobre a função dos mitos na Grécia arcaica, assinale a alternativa correta.
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(Unicentro 2010) Leia o fragmento de um texto pré-socrático:
“Ainda outra coisa te direi. Não há nascimento para nenhuma das coisas mortais, como não há fim na morte funesta, mas somente composição e dissociação dos elementos compostos: nascimento não é mais do que um nome usado pelos homens”.
(EMPÉDOCLES. Apud ARANHA/ MARTINS. Filosofando: Introdução à Filosofia. 3ª Ed., São Paulo: Moderna, 2006 - p. 86.)
A respeito da relação entre mythos e logos (razão) no início da filosofia grega, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.
I. O fragmento acima denota a “luta de forças” opostas na massa dos membros humanos, que ora unem-se pelo amor – no início todos os membros que atingiram a corporeidade da vida florescente –, ora divididos pela força da discórdia, erram separados nas linhas da vida. Assim ocorre também com todos os outros seres na natureza.
II. A verdade filosófica apresenta-se no pensamento de Empédocles através de uma estrutura lógica muito distante da “verdade” expressa nos relatos míticos dos gregos arcaicos.
III. Nascimento e morte, no texto de Empédocles, são apresentados por meio de representações míticas que o filósofo retira de uma tradição religiosa presente ainda em seu tempo. Essas imagens, consequentemente, se transpõem, sem deixarem de ser místicas, em uma filosofia que quer captar a verdadeira essência da realidade física.
IV. O fragmento denota continuidade do pensamento mítico no início da filosofia, pois estão presentes ainda o uso de certas estruturas comuns de explicação.
(UNICENTRO - 2012)
Sobre o pensamento socrático, analise as afirmativas e marque com V, as verdadeiras e com F, as falsas.
( ) Sócrates é autor da obra Ética a Nicômaco.
( ) O pensamento socrático está escrito em hebraico.
( ) A ironia e a maiêutica são as bases de sua filosofia.
( ) Sócrates não criticou o saber dogmático, sendo, por isso, conselheiro dos governantes de Atenas.
( ) Os diálogos platônicos são importantes textos filosóficos que relatam, na maioria, o pensamento de Sócrates.
A partir da análise dessas afirmativas, a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é a
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