(UEL - 2012)
O desenvolvimento não é um mecanismo cego que age por si. O padrão de progresso dominante descreve a trajetória da sociedade contemporânea em busca dos fins tidos como desejáveis, fins que os modelos de produção e de consumo expressam. É preciso, portanto, rediscutir os sentidos. Nos marcos do que se entende predominantemente por desenvolvimento, aceita-se rever as quantidades (menos energia, menos água, mais eficiência, mais tecnologia), mas pouco as qualidades: que desenvolvimento, para que e para quem?
(LEROY, Jean Pierre. Encruzilhadas do Desenvolvimento. O Impacto sobre o meio ambiente. Le Monde Diplomatique Brasil. jul. 2008, p.9.)
Tendo como referência a relação entre desenvolvimento e progresso presente no texto, é correto afirmar que, em Kant, tal relação, contida no conceito de Aufklärung (Esclarecimento), expressa:
A tematização do desenvolvimento sob a égide da lógica de produção capitalista.
A segmentação do desenvolvimento tecnocientífico nas diversas especialidades.
A ampliação do uso público da razão para que se desenvolvam sujeitos autônomos.
O desenvolvimento que se alcança no âmbito técnico e material das sociedades.
O desenvolvimento dos pressupostos científicos na resolução dos problemas da filosofia prática.
Gabarito:
A ampliação do uso público da razão para que se desenvolvam sujeitos autônomos.
c) Correta. A ampliação do uso público da razão para que se desenvolvam sujeitos autônomos.
O esclarecimento (aufklätrung) é um termo cunhado por Kant para expressar a saída do homem de uma menoridade, isto é, o processo de autonomia do ser humano por sua potencialidade racional, postulado do Iluminismo. A menoridade indica a incapacidade do indivíduo de usar da sua própria razão; as causas disso são a covardia e preguiça. O uso privado é aquele “que alguém pode fazer da sua razão num certo cargo público ou função a ele confiado”, isto é, o exercício de um papel definido acerca de algo, em que o indivíduo se submete aos critérios, sem um juízo crítico sobre isso. O uso público, por sua vez, é exercido por aqueles que possuem domínio de algo, pois Kant queria prevenir a sociedade de que pessoas que não tivessem o conhecimento sobre algum assunto viessem a fazer mera exposição de opiniões irrefletidas e sem sentido. À luz desses conceitos, retomada reflexiva de Jean Pierre Leroy, a sua indicação da necessidade de pensar o sobre para qual a direção que o progresso está se encaminhando, retoma a postura crítica tratada por Kant.
a) Incorreta. A tematização do desenvolvimento sob a égide da lógica de produção capitalista.
Jean opõe a busca cega pelo desenvolvimento econômico e progresso constante ao esclarecimento kantiano.
b) Incorreta. A segmentação do desenvolvimento tecnocientífico nas diversas especialidades.
A segmentação do desenvolvimento tecnocientífico nas diversas especialidades segue apenas a cartilha da razão instrumental, sem a relação com a razão crítica.
d) Incorreta. O desenvolvimento que se alcança no âmbito técnico e material das sociedades.
O desenvolvimento que se alcança no âmbito técnico e material das sociedades segue apenas a cartilha da razão instrumental, sem a relação com a razão crítica.
e) Incorreta. O desenvolvimento dos pressupostos científicos na resolução dos problemas da filosofia prática.
Não é possível usar pressupostos científicos na resolução dos problemas da filosofia prática, como designa o texto, pois a moral não tem um caráter científico, antes filosófico, que exige um embasamento o qual a ciência não pode oferecer.
(Uel 2010) Observe a frase: “Os deputados decidiram errar onde não poderiam” e assinale a alternativa que corresponde ao uso correto do termo “onde”.
O labirinto da internet
Um paradoxo da cultura contemporânea é a incapacidade da maioria dos políticos de entender a comunicação política. Essa disfunção provoca, muitas vezes, resultados trágicos. É o caso da lei votada pela Câmara dos Deputados para regular o uso da internet nas eleições. Se aprovada sem mudanças pelo Senado, vai provocar um forte retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo – sua legislação de comunicação eleitoral. Sim, a despeito da má vontade de alguns e, a partir daí, de certos equívocos interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas legislações de comunicação eleitoral do mundo. O nosso modelo de propaganda gratuita, via renúncia fiscal, é tão conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns anacronismos da lei, como o excesso de propaganda partidária em anos não eleitorais ou a ridícula proibição de imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde não poderiam. Mas era um erro previsível. A internet é o meio mais perturbador que já surgiu na comunicação. Para nós da área, ela abre fronteiras tão imprevisíveis e desconcertantes como foram a Teoria da Relatividade para a física, a descoberta do código genético para a biologia, o inconsciente para a psicologia ou a atonalidade para a música. Na comunicação política, a internet é rota ainda difícil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expressão política tem dado pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...] Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rádio, pelo cinema e pela TV na forma e no modo de fazer política. Mas nada perto dos efeitos que trará a internet. Não só por ser uma multimídia de altíssima concentração, mas também porque sua capilaridade e interatividade planetária farão dela não apenas uma transformadora das técnicas de indução do voto, mas o primeiro meio na história a mudar a maneira de votar. Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor não vai ser apenas persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele simplesmente vai votar pela internet de forma contínua e constante.
(Adaptado de: SANTANA, João. O labirinto da internet. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009).
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(Uel 2010) Considerando as frases a seguir:
I. “Minha nova bolsa da Luiz Vitão”.
II. “Pelo tamanho, deve caber todos os seus sonhos”.
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(UEL - 2010)
FOLHA – Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a corrupção. O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor. Como explicar? ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.
(Adaptado de: GOIS, Antonio. Mais conscientes, menos mobilizados. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br//fsp/mais/fs2607200914.htm>. Acesso em: 26 jul. 2009)
Considere o trecho:
“Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.”.
As palavras grifadas são
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(Uel 1997) PERTO DE mil pessoas estiveram PRESENTES ao festival DE INVERNO. As expressões em destaque na frase anterior são, respectivamente,
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