Questão 40552

(UEL - 2011)

Leia o texto a seguir.

Certamente, a brusca mudança de direção que encontramos nas reflexões de Maquiavel, em comparação com os humanistas anteriores, explica-se em larga medida pela nova realidade política que se criara em Florença e na Itália, mas também pressupõe uma grande crise de valores morais que começava a grassar.

Ela não apenas constatava a divisão entre “ser” e “dever ser”, mas também elevava essa divisão a princípio e a colocava como base da nova visão dos fatos políticos.

(REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia. São Paulo: Paulinas, 1990. V. II, p. 127.)

Dentre as contribuições de Maquiavel à Filosofia Política, é correto afirmar:

A

Inaugurou a reflexão sobre a constituição do Estado ideal.

B

Estabeleceu critérios para a consolidação de um governo tirânico e despótico.

C

Consolidou a tábua de virtudes necessárias a um bom homem.

D

Fundou os procedimentos de verificação da correção das normas.

E

Rompeu o vínculo de dependência entre o poder civil e a autoridade religiosa.

Gabarito:

Rompeu o vínculo de dependência entre o poder civil e a autoridade religiosa.



Resolução:

e) Correta. Rompeu o vínculo de dependência entre o poder civil e a autoridade religiosa.
Maquiavel é considerado o fundador do pensamento político moderno, inaugurando uma moderna concepção sobre o Estado e o governante no Renascimento. Na obra O Príncipe, elenca o que é essencial para que um Estado seja forte e longevo diante da centralização em torno da figura do governante. Definiu que, em caso de necessidade, para manter seu poder e a estabilidade de seu reinado, o governante pode ser tirânico: "os fins justificam os meios" é uma de suas principais ideias e aponta para a racionalidade das ações, fundamentando o poder do rei no contexto do Absolutismo Monárquico.
Ao deixar de lado preocupações excessivamente filosóficas da política da Antiguidade e afastar as noções cristãs da Idade Média (fé e moral), Maquiavel atribuiu autonomia à ciência política. Foi um dos primeiros pensadores a entender o mundo político, descrevendo-o como ele realmente é e não como deveria ser: a reflexão política tradicional, herdada da filosofia grega (antiga), pretendia apresentar regras a serem seguidas por um governante ideal para atingir o bom governo. Ou seja, antes de Maquiavel, a reflexão política buscava definir o bom governo em termos ideais (como deveria ser, e não como é); ele constata, de forma objetiva e implacável, como os homens de fato governam. A partir disso, define que a lógica da força prevalece na política e que, por isso, seria impossível exercer o poder sem tal recurso. Sua obra política, enfim, trata "das condições nas quais se vive e não das condições segundo as quais se deve viver".
Uma das principais inovações do pensamento de Maquiavel em relação às ideias anteriores é a separação entre o Estado e a Igreja: a política deveria ter autonomia em relação à religião e esta não deveria interferir em assuntos do Estado. Assim, pode-se afirmar que uma das principais contribuições do pensador para a filosofia foi a ruptura do vínculo de dependência entre o poder civil e a autoridade religiosa.

 

a) Incorreta. Inaugurou a reflexão sobre a constituição do Estado ideal.
Inaugurou o pensamento político moderno, que se relaciona ao Estado de fato e não à idealização deste.

b) Incorreta. Estabeleceu critérios para a consolidação de um governo tirânico e despótico.
Estabeleceu critérios para a consolidação de um governo centralizado, forte e estável.

c) Incorreta. Consolidou a tábua de virtudes necessárias a um bom homem.
Consolidou a tábua de virtudes necessárias a um bom governante. Para ele não interessavam as virtudes éticas ou morais do "bom homem".

d) Incorreta. Fundou os procedimentos de verificação da correção das normas.
Essa alternativa se refere ao método científico (experimentação para verificar a validade das hipóteses, de enunciados). Maquiavel não buscava uma metodologia de comprovação e correção de normas. 



Questão 1841

(Uel 2010) Observe a frase: “Os deputados decidiram errar onde não poderiam” e assinale a alternativa que corresponde ao uso correto do termo “onde”.

 

O labirinto da internet

 

Um paradoxo da cultura contemporânea é a incapacidade da maioria dos políticos de entender a comunicação política. Essa disfunção provoca, muitas vezes, resultados trágicos. É o caso da lei votada pela Câmara dos Deputados para regular o uso da internet nas eleições. Se aprovada sem mudanças pelo Senado, vai provocar um forte retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo – sua legislação de comunicação eleitoral. Sim, a despeito da má vontade de alguns e, a partir daí, de certos equívocos interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas legislações de comunicação eleitoral do mundo. O nosso modelo de propaganda gratuita, via renúncia fiscal, é tão conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns anacronismos da lei, como o excesso de propaganda partidária em anos não eleitorais ou a ridícula proibição de imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde não poderiam. Mas era um erro previsível. A internet é o meio mais perturbador que já surgiu na comunicação. Para nós da área, ela abre fronteiras tão imprevisíveis e desconcertantes como foram a Teoria da Relatividade para a física, a descoberta do código genético para a biologia, o inconsciente para a psicologia ou a atonalidade para a música. Na comunicação política, a internet é rota ainda difícil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expressão política tem dado pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...] Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rádio, pelo cinema e pela TV na forma e no modo de fazer política. Mas nada perto dos efeitos que trará a internet. Não só por ser uma multimídia de altíssima concentração, mas também porque sua capilaridade e interatividade planetária farão dela não apenas uma transformadora das técnicas de indução do voto, mas o primeiro meio na história a mudar a maneira de votar. Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor não vai ser apenas persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele simplesmente vai votar pela internet de forma contínua e constante.

(Adaptado de: SANTANA, João. O labirinto da internet. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009).

 

 

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Questão 1842

(Uel 2010) Considerando as frases a seguir:

I. “Minha nova bolsa da Luiz Vitão”.

II. “Pelo tamanho, deve caber todos os seus sonhos”.

 

 

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Questão 1854

(UEL - 2010) 

FOLHA – Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a corrupção. O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor. Como explicar? ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.

(Adaptado de: GOIS, Antonio. Mais conscientes, menos mobilizados. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br//fsp/mais/fs2607200914.htm>. Acesso em: 26 jul. 2009)

Considere o trecho:

“Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.”.

As palavras grifadas são

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Questão 1859

(Uel 1997) PERTO DE mil pessoas estiveram PRESENTES ao festival DE INVERNO. As expressões em destaque na frase anterior são, respectivamente,

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