(Uel 2009)
Texto XI
"A ação política pressupõe a possibilidade de decidir, através da palavra, sobre o bem comum. Esta acepção do termo ‘política’, somente válida enquanto ideal aceito, guarda uma estreita relação com a concepção de política defendida por Habermas. Em particular, com o modelo normativo de democracia que este desenvolveu no início dos anos de 1990 e que inclui um procedimento ideal de deliberação e tomada de decisões: a chamada política deliberativa."
VELASCO ARROYO, J. C. Para leer a Habermas. Madrid: Alianza, 2003, p. 93.
Sobre o pensamento de Habermas, é correto afirmar que, no modelo da democracia deliberativa, a noção de cidadania enfatiza
os direitos e as liberdades metafísicas.
as liberdades individuais e a heteronomia.
os direitos objetivos e o cerceamento da sociedade civil.
os direitos subjetivos e as liberdades cidadãs.
os direitos naturais originários e a submissão à autoridade.
Gabarito:
os direitos subjetivos e as liberdades cidadãs.
Habermas desenvolveu seus estudos em um momento histórico de complexificação das sociedades e de crescente atenção à multiculturalidade. Diante de tais questões, se propôs a pensar um modelo político que atendesse às sociedades contemporâneas, em que estas deveriam estar voltadas para as três dimensões da pessoa: individual, cultural e cidadã.
O pensador aponta os dois modelos políticos principais, o liberalismo clássico e o comunitarismo, e não se mostra satisfeito com nenhum deles, pois ambos apresentam falhas: o liberalismo clássico traz a conquista da individualidade, mas não reconhece a comunidade (privilegia a dimensão individual da pessoa); o comunitarismo traz o senso de pertencimento a uma comunidade, mas deixa de fora quem não se adequa (privilegia a dimensão cultural da pessoa). Habermas questiona como respeitar o indivíduo e sua liberdade e, ao mesmo tempo, reconhecer os diferentes grupos de uma mesma comunidade. Propõe, então, a democracia deliberativa, com o aproveitamento dos aspectos positivos de cada modelo.
A democracia deliberativa conta com a participação popular da comunidade política na tomada de decisões em relação aos princípios que orientam tal comunidade. Enfatiza, então, a dimensão cidadã da pessoa, sem afastar as outras duas: a cidadania é o elo entre as dimensões individual e cultural. A dimensão da cidadania é dotada de uma identidade política que une os variados grupos culturais e, ainda, determina um elo de identificação entre os indivíduos de uma mesma comunidade (que Habermas denomina patriotismo constitucional, em oposição ao nacionalismo).
A noção de cidadania, na teoria habermasiana, enfatiza os direitos subjetivos (em oposição aos direitos individuais), que existem para diferentes grupos e minorias políticas, e as liberdades cidadãs, que existem para aqueles que são cidadãos na sociedade democrática. São, portanto, elementos fundamentais para a teoria da democracia deliberativa de Habermas.
A ideia de liberdades metafísicas, os direitos naturais e a submissão à autoridade não têm nenhuma relação com as questões trabalhadas por Habermas. Além disso, o pensamento habermasiano não defende as liberdades individuais, a heteronomia ou o cerceamento da sociedade civil, pois são elementos antidemocráticos.
(Uel 2010) Observe a frase: “Os deputados decidiram errar onde não poderiam” e assinale a alternativa que corresponde ao uso correto do termo “onde”.
O labirinto da internet
Um paradoxo da cultura contemporânea é a incapacidade da maioria dos políticos de entender a comunicação política. Essa disfunção provoca, muitas vezes, resultados trágicos. É o caso da lei votada pela Câmara dos Deputados para regular o uso da internet nas eleições. Se aprovada sem mudanças pelo Senado, vai provocar um forte retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo – sua legislação de comunicação eleitoral. Sim, a despeito da má vontade de alguns e, a partir daí, de certos equívocos interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas legislações de comunicação eleitoral do mundo. O nosso modelo de propaganda gratuita, via renúncia fiscal, é tão conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns anacronismos da lei, como o excesso de propaganda partidária em anos não eleitorais ou a ridícula proibição de imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde não poderiam. Mas era um erro previsível. A internet é o meio mais perturbador que já surgiu na comunicação. Para nós da área, ela abre fronteiras tão imprevisíveis e desconcertantes como foram a Teoria da Relatividade para a física, a descoberta do código genético para a biologia, o inconsciente para a psicologia ou a atonalidade para a música. Na comunicação política, a internet é rota ainda difícil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expressão política tem dado pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...] Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rádio, pelo cinema e pela TV na forma e no modo de fazer política. Mas nada perto dos efeitos que trará a internet. Não só por ser uma multimídia de altíssima concentração, mas também porque sua capilaridade e interatividade planetária farão dela não apenas uma transformadora das técnicas de indução do voto, mas o primeiro meio na história a mudar a maneira de votar. Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor não vai ser apenas persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele simplesmente vai votar pela internet de forma contínua e constante.
(Adaptado de: SANTANA, João. O labirinto da internet. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009).
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(Uel 2010) Considerando as frases a seguir:
I. “Minha nova bolsa da Luiz Vitão”.
II. “Pelo tamanho, deve caber todos os seus sonhos”.
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(UEL - 2010)
FOLHA – Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a corrupção. O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor. Como explicar? ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.
(Adaptado de: GOIS, Antonio. Mais conscientes, menos mobilizados. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br//fsp/mais/fs2607200914.htm>. Acesso em: 26 jul. 2009)
Considere o trecho:
“Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.”.
As palavras grifadas são
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(Uel 1997) PERTO DE mil pessoas estiveram PRESENTES ao festival DE INVERNO. As expressões em destaque na frase anterior são, respectivamente,
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