Questão 41040

(PUC-PR/2018)

Leia o texto a seguir.

 

Esta é a situação básica do homem. O mundo é criado por mãos humanas para servir de casa aos humanos durante um tempo limitado. Porque o mundo é feito por mortais, ele é perecível. Porque os seus habitantes estão continuamente a mudar, o mundo corre o risco de se tornar tão mortal como eles. Para preservar o mundo contra a mortalidade dos seus criadores e habitantes, é necessário constantemente restabelecê-los de novo. O problema é saber como educar de forma a que essa recolocação continue a ser possível, ainda que, de forma absoluta, nunca possa ser assegurada.

ARENDT, Hannah. A crise na educação. In: Entre o passado e o futuro. Tradução Mauro W. Barbosa de Almeida. 5ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.

 

No trecho extraído do texto A Crise na Educação, a filósofa Hannah Arendt tece considerações sobre o que ela considera como uma das razões do problema educacional moderno. Para a autora, essa questão passa por noções de conservadorismo, renovação, autoridade e tradição.

Com base no trecho apresentado e nos seus conhecimentos sobre o texto, assinale a resposta CORRETA.

A

Para Hannah Arendt, é preciso um mínimo de conservadorismo para se garantir a produção de uma educação capaz de formar bem as crianças, pois todo ensino baseia-se em apelo a uma tradição que deve servir como base para o aparecimento do novo e do revolucionário.

B

Segundo considera a filósofa, a tradição não tem nenhuma função na produção da educação, sendo que todo ensino deve ser, por essência, revolucionário e inovador e os professores devem auxiliar os estudantes a criar novos conteúdos sem cuidado com o passado.

C

Conforme pontua Hannah Arendt, o domínio da educação tem de ser estritamente vinculado aos outros domínios públicos, sobretudo com relação à vida política. O aprendizado só é possível por meio do emprego de autoridade, sendo que o uso da autoridade deve servir como uma ligação entre o meio educacional e o meio político.

D

A educação deve ter esperança na novidade de cada nova geração. O respeito pelo passado não tem nenhuma utilidade para a fundamentação de uma educação formadora e a tradição deve servir apenas como uma oposição que deve ser combatida com vistas ao futuro.

E

A crise na educação é decorrência de uma crise da tradição, sendo que os valores sociais do passado devem ser impostos às crianças por meio do uso da autoridade, buscando, assim, assegurar a conservação das verdades já alcançadas nos tempos passados

Gabarito:

Para Hannah Arendt, é preciso um mínimo de conservadorismo para se garantir a produção de uma educação capaz de formar bem as crianças, pois todo ensino baseia-se em apelo a uma tradição que deve servir como base para o aparecimento do novo e do revolucionário.



Resolução:

A: Segundo Hannah Arendt, o apelo irrestrito ao novo e a ausência de um elemento de conservação são pontos centrais da crise na educação, uma vez que a formação das crianças depende, em certa medida, de uma relação com a noção de tradição para que se possa desenvolver um senso crítico e uma abertura de renovação. Observe o trecho: "Para preservar o mundo contra a mortalidade dos seus criadores e habitantes, é necessário constantemente restabelecê-los de novo." 

As demais alternativas apresentam perspectivas muito extremas, evidenciadas pelo uso de certas expressões:

B: "a tradição não tem nenhuma função"; 

C: "o domínio da educação tem de ser estritamente vinculado aos outros domínios públicos";

D: "O respeito pelo passado não tem nenhuma utilidade" "a tradição deve servir apenas como uma oposição";

Normalmente, no vestibular, as alternativas que são generalizantes assim (e fazem uso de termos como sempre, tudo, nunca, exclusivamente, e muitos outros) são incorretas.

E: Esta alternativa poderia gerar mais dúvida. No entanto, pelo texto, percebe-se que não há uma menção direta ao uso da autoridade na educação; a autora não afirma que os valores do passado devem ser impostos às crianças através da autoridade.



Questão 1817

(PUC-SP-2001)

A QUESTÃO É COMEÇAR

Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.

No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar. Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais.

Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo.

Não me deixe falando sozinho.” Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.

 

(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).

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Observe a seguinte afirmação feita pelo autor:

“Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.”

Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”.

Indique a alternativa que explicita essa função.

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Questão 1833

(Pucpr 2004)

"Aula de Português"

 

A linguagem na ponta da língua,

tão fácil de falar e de entender.

A linguagem na superfície estrelada das estrelas,

sabe lá o que ela quer dizer?

 

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo. In: "Poesia e Prosa". Rio: Nova Aguilar,1988.) 

 

 

Em relação às duas estrofes do poema "Aula de Português", de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA: 

 

 

 

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Questão 1838

(Puccamp 2016) Comenta-se corretamente sobre o que se tem no trecho.

 

A questão a seguir refere-se ao trecho do capítulo 2 da obra Ginástica doce e yoga para crianças: método La Douce.

 

CAPÍTULO 2 (O CORPO)

Conhecer bem o corpo para fazê-lo trabalhar melhor

Cinco extremidades: a cabeça, as mãos, os pés

Para comunicar-se com tudo que a cerca, a criança usa a cabeça, as duas mãos e os dois pés. A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis. Sede do cérebro, ela fornece os recursos necessários para bem compreender seu ambiente. É igualmente através desta parte do corpo que penetram duas fontes de energia: o ar e o alimento. A cabeça se articula através do pescoço. Corredor estreito entre o cérebro e a parte inferior do corpo, o pescoço deve ser flexível para facilitar a qualidade das trocas. As mãos e os pés são verdadeiras antenas. Sua riqueza em terminações nervosas e vasos sanguíneos, assim como a possibilidade das inúmeras articulações, fazem deles instrumentos de extraordinária precisão.

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Questão 1868

(Puccamp 2016)

Editorial

Na rotina de mãe de quatro filhos, a escritora israelense Ayelet Waldman começou a detectar em si mesma e em outras mães que conhecia uma ansiedade persistente, disparada pela frustração de não corresponder às próprias expectativas em relação à maternidade. Para piorar seu tormento, 1aonde quer que fosse, encontrava mulheres sempre prontas a apontar o dedo para seus defeitos, numa espécie de polícia materna, onipresente e onisciente. Em uma conversa deliciosa com a Revista em Dia, Ayelet discorre sobre as agruras das mães ruins, categoria na qual hoje se encaixa, e com orgulho. 2E ajuda a dissipar, com humor, o minhocário que não raro habita a cabeça das mães. Minhocário que, aliás, se não for bem administrado, pode levar a problemas muito mais sérios. 3É o que você verá na reportagem da página 14, que traz o foco para a depressão durante a gravidez. Poucos sabem, mas a doença pode ser deflagrada nessa fase e é bom que tanto as gestantes como outras pessoas ao redor fiquem atentas para que as mulheres nessa situação possam receber o apoio necessário. A revista também traz temas para quem a maternidade já é assunto menos relevante 4nesse momento da vida. Se você é daquelas que entraram ou consideram entrar na onda da corrida, terá boas dicas na página 18. 5Caso já esteja reduzindo o ritmo, quem sabe encontre inspiração para espantar a monotonia na crônica da página 8. Esperamos, com um grãozinho aqui, outro ali, poder contribuir um pouco para as várias facetas que compõem uma mulher saudável e de bem consigo mesma.

Comenta-se com correção:

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