ORIENTAÇÃO GERAL
DEIXE DEMARCADO NA SUA FOLHA DE REDAÇÃO QUAL A SITUAÇÃO QUE ESCOLHEU. (CASO CONTRÁRIO NÃO SERÁ POSSÍVEL REVISÃO)
Leia com atenção todas as instruções.
SITUAÇÃO A
Leia atentamente os textos abaixo.
A competição olímpica é o grande laboratório dos limites do corpo humano. No universo dos superatletas, o tempo tem um significado diferente do que representa para o resto da humanidade. O homem mais rápido do mundo na atualidade, o jamaicano Asafa Powell corre 100 metros em 9s77. Mas ele é apenas um segundo mais veloz do que o primeiro atleta a bater o recorde da prova, em 1912: o americano Donald Lippincott. Powell alcançou a marca pela primeira vez em 2005, quase um século depois. Incontáveis atletas dedicaram a carreira a ampliar essa marca. Powell, com apenas um segundo à frente, é uma máquina poderosa. Para produzir atletas desse porte, o homem teve de saber como tirar proveito da natureza. Aqui, é preciso recorrer ao darwinismo. As formulações sobre o processo de seleção natural e a transmissão de características genéticas de uma geração para a outra ajudam a entender o surgimento de indivíduos com natural aptidão para as diferentes modalidades.
O desafio do esporte nos próximos anos será conhecer o verdadeiro limite do corpo. O ser humano preponderou no planeta graças a um cérebro privilegiado, ao domínio da linguagem e a sua consequente capacidade de organização. Se dependesse apenas de seus músculos, não teria conseguido sobreviver à vida na floresta. Capaz de alcançar uma velocidade média de 36 quilômetros por hora, o homem é menos veloz até do que os elefantes, que chegam a 40 quilômetros por hora. Portanto, cada centímetro, cada segundo conquistado no mundo dos recordes foi um empreendimento fabuloso. Ocorre que estamos próximos do limite.
As projeções dos cientistas mostram que o homem está perto de chegar à fronteira final da capacidade do corpo. O recorde mundial do atletismo na prova de 800 metros masculino, de 1min41s11, está muito perto do tempo que se considera intransponível, de 1min40s. Já nos 1.500 metros feminino, esse limite já teria sido atingido: 3min50s46. Há um ponto em que o homem, sem recursos como implantes mecânicos, se torna limitado”, diz João Paulo Dubas, coordenador do Laboratório de Fisiologia do Exercício da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). É esse limite cada vez mais próximo que faz com que as competições, como a que está por vir, sejam oportunidades históricas de ver a máquina humana em ação.
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/130607/p_074.shtml>. Acesso em: 15 de abril de 2010.
O esporte está cada vez mais ligado à tecnologia e às inovações, que se fazem necessárias no mundo moderno. Atletas, treinadores, juízes e todos aqueles que estão ligados ao assunto, seja diretamente, ou indiretamente, como torcedores, só têm a ganhar com os novos aparatos que vieram para ajudar no crescimento dos eventos esportivos.
Mas será que ciência e tecnologia fazem realmente com que as práticas desportivas alcancem maiores facilidades? Os mais novos experimentos na pesquisa relacionada ao tema se baseiam na busca por uma melhor performance por parte dos atletas. Também, principalmente no caso do futebol, aparelhos como televisões e rádios, na hora do jogo, influenciam e auxiliam as pessoas a esclarecerem suas dúvidas, e a comunicação entre as comissões técnicas, via rádio, é mais uma novidade que se torna mais comum a cada dia.
Não se pode dizer, com isso, que o uso de recursos como esses, poderão, no futuro, substituir o julgamento humano. Nas várias áreas sociais presentes no mundo, a tecnologia está embutida como objeto útil para o homem, e no esporte não poderia ser diferente. No caso da natação, um utensílio vem ganhando notoriedade, principalmente depois dos últimos jogos olímpicos de Pequim, na China. As roupas de banho que fazem com que os nadadores cheguem ao final da prova mais rápido são feitas de tecidos especiais, que evoluíram com o tempo.
Com o alto nível de competição que se tem hoje, existe uma necessidade de colocar à disposição dos competidores, locais de treinamento que possuam equipamentos modernos e de boa qualidade, e isso vale para qualquer esporte. Mas uma coisa é certa. A tecnologia não está presente só durante os jogos e competições em si. Também antes, e depois dos eventos esportivos, principalmente dos que tem mais repercussão diante do público, a mídia vem fazendo um importante papel. Na última Copa do Mundo, na Alemanha, os jogos eram acompanhados durante todos os dias, o dia todo. Antes mesmo de um jogo começar, já era possível obter várias informações, em tempo real, sobre cada detalhe, cada mudança nos times.
Quando se fala em esporte, também se fala em saúde. E a modernidade não fica de lado nessa junção. Os atletas de hoje, ao contrário daqueles que atuavam trinta anos atrás, têm um suporte muito maior com relação às questões de saúde, e podem trabalhar com mais segurança e com melhor desempenho. É o esporte participando de um processo do qual o ser humano precisa passar. O avanço. A colaboração desportiva na comunidade científica está legitimada, e até pode se dizer que as atividades esportivas, podem sim, ser consideradas como novas modalidades de tecnologia. A principal motivação é a busca por soluções que se enquadrem melhor aos desafios que a sociedade precisa ultrapassar. A modernidade enriquece, e os atletas agradecem, pois menos erros são cometidos, e aumenta o nível de competitividade entre eles.
Disponível em: http://blogs.universia.com.br/esportes/2008/12/03/a-tecnologia-a-favor-do-esporte/. Acesso em 15 de abril de 2010
Redija um texto de opinião sobre a seguinte questão:
Pode a tecnologia auxiliar o homem a superar seus limites?
SITUAÇÃO B
Os trechos I e II constituem inícios diferentes de editoriais. Leia-os atentamente.
(I)
No Império Romano quando o momento era de crise, tudo era escasso, para o povo se acalmar, não reclamar e não se revoltar contra o poder dominante da época, era utilizada a política do “pão e circo”, ou seja, eram construídas enormes arenas, nas quais se realizavam os sangrentos espetáculos dos gladiadores. Muitos gladiadores tombavam diante da multidão sedenta de sangue. Mas alguns, mais hábeis ou de mais sorte, sobreviviam, ganhavam a liberdade e por vezes passavam a organizar os combates como os craques de futebol de hoje que se tornam treinadores.
Não é preciso muito esforço para notar que a “cultura do espetáculo”, existente no Império Romano, permaneceu e se diversificou no mundo moderno, envolvendo todos os segmentos sociais. Na verdade, existem várias “opções de circo” e deve haver motivos para isso. É provável que possamos encontrar algumas pistas se examinarmos os eventos contemporâneos que mais se aproximam das lutas de gladiadores — as competições esportivas.
Você tem duas opções para redigir o editorial.
1ª - Se você concorda com a afirmação de que as competições esportivas atuais devem ser consideradas como desenvolvimento da política do pão e circo, dê sequência ao trecho I, argumentando a favor dessa ideia.
2ª - Em caso contrário, dê sequência ao trecho II, argumentando a favor da ideia de que os eventos esportivos podem ser considerados como metáforas do mundo atual.
(II)
No Império Romano quando o momento era de crise, tudo era escasso, para o povo se acalmar, não reclamar e não se revoltar contra o poder dominante da época, era utilizada a política do “pão e circo”, ou seja, eram construídas enormes arenas, nas quais se realizavam os sangrentos espetáculos dos gladiadores. Muitos consideram que a “cultura do espetáculo”, existente no Império Romano, permaneceu e se diversificou no mundo moderno, envolvendo todos os segmentos sociais e, principalmente as competições esportivas.
Entretanto, os eventos esportivos, hoje, não devem ser considerados como uma política do “pão e circo”, devem, sim, ser considerados como uma metáfora do mundo atual, em que se desvelam várias metáforas, entre elas: a metáfora da guerra em que se atribui a um jogo a conotação de uma batalha e a cada jogador a de um soldado que busca, persegue e extermina o inimigo , a metáfora religiosa, em que os atletas são considerados deuses.
Você tem duas opções para redigir o editorial.
1ª - Se você concorda com a afirmação de que as competições esportivas atuais devem ser consideradas como desenvolvimento da política do pão e circo, dê sequência ao trecho I, argumentando a favor dessa ideia.
2ª - Em caso contrário, dê sequência ao trecho II, argumentando a favor da ideia de que os eventos esportivos podem ser considerados como metáforas do mundo atual.
SITUAÇÃO C
Os cronistas esportivos chamam a cena que abre uma partida de futebol como “pontapé inicial”. Não parece emblemático que um espetáculo comece com um pontapé? Já houve um tempo, que infelizmente não é mais o nosso, em que o locutor anunciava: “Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo.” Parece mesmo sintomático que a abertura de uma partida seja o tal pontapé. E olha que, ao pé da letra, o lance inicial nem é lá um pontapé; é um toquezinho leve, simples, singelo até, um passe curtinho de um atleta para outro, de pé em pé, como se fosse de mão em mão.
Pergunte-se a jornalistas, narradores, repórteres, cronistas esportivos e todos que militam nesse esporte: por que não chamam esse ato de “abertura”? Por que não “toque inicial”? Ou “primeiro ato”? Ou “ato inicial”? Por que tem que ser pontapé? Reflitamos: se o toque inaugural, tão leve e inofensivo, carrega toda essa carga negativa, toda essa simbologia de violência, o que se esperar de outros lances, de outras cenas, de outros atos relacionados ao futebol?
Desde cedo, muito cedo, o futebol nos impõe a supervalorização da macheza e da virulência. Antes de a criança entrar na escola, antes mesmo de aprender a ler e a escrever, ela já ouviu (e repetiu) que “futebol não é pra moça, futebol é pra macho”. Crescemos sob chutes, chutões, petardos, pontapés, pancadas, canhões, pauladas. No campo de jogo, seja numa pelada ou em jogo profissional, cospe-se a torto e a direito, xinga-se o juiz, o bandeirinha, o adversário e até mesmo o companheiro.
“Futebol é assim mesmo!”, dizem todos, ou quase todos, nos rádios, nas TVs, nos jornais, nas revistas, nos portais da internet. E essa frase ecoa nas arquibancadas, nas gerais, nas cadeiras, nas esquinas, nas barbearias, em todos os lugares. “Futebol é assim mesmo!” é a desculpa ampla, geral e irrestrita. Já estamos todos (ou quase todos) acostumados, conformados, resignados, doutrinados, catequizados por essas justificativas, essas desculpas, as tais “coisas do futebol”. E ai de quem se insurge contra as tais coisas do futebol. Pode-se questionar o celibato clerical, pode-se duvidar da palavra presidencial, pode-se questionar o voto obrigatório. Só não se pode querer mudar as tais “coisas do futebol”.
Resignados, fazemos ouvidos moucos a mil coisas do futebol, entre elas os cânticos de guerra, os xingamentos, as agressões verbais e um palavrório infestado de preconceitos. Que cronista esportivo se posiciona firmemente contra os xingamentos do campo e da arquibancada? O que se vê, o que se ouve, o que se lê é sempre a justificativa esfarrapada: “Isso é do jogo, é do calor da disputa, cabeça quente.” Quando a seleção nacional está jogando e um atleta brasileiro “mostra a caixa de ferramentas” (tem revólver lá dentro?), locutores e repórteres exaltam a jogada violenta.
Nós já nos acostumamos com as “coisas do futebol’. Achamos “normal” que todos xinguem uns aos outros. O que não pode, sob pena de prisão, é um argentino vir aqui chamar um jogador brasileiro negro de negrito. No cotidiano, porém, de domingo a domingo, a torcida pode insultar os árbitros, os assistentes e os atletas adversários. No campo, se pés e bocas são armas de guerra, as mãos não ficam atrás. Mesmo fazendo o sinal da cruz na entrada de campo ou apontando o dedo indicador para os céus, mãos bobas agarram, seguram, prendem, derrubam e dão tapas, socos e gravatas.
Quase sempre criado e disseminado pela crônica esportiva, o palavreado do futebol é carregado de termos e expressões de violência. Tem retranca, time defensivo, time ofensivo, time agressivo. E ela, a violência, se sentindo a dona do pedaço, toda onipotente e onipresente. Até a regra traz expressões que evocam violência! Tem-se tiro livre, tiro livre direto, tiro livre indireto, tiro de meta, tiro de canto. É tanto tiro que mais parece um tiroteio, um grande bombardeio. Chutador, artilharia, atirador, artilheiro, matador, confronto direto, eliminação, time ofensivo, campo inimigo, guerra, combate, duelo e ela, a expressão das expressões dessa batalha, o “mata-mata” (que significa jogo eliminatório).
Atos, fatos, cenas, enredos, papéis, personagens, palcos, plateias... quase tudo no mundo da bola gira em torno de um cenário que parece ser de guerra, de violência, combate, batalha. O estádio e seu entorno viram uma zona de conflito, uma Faixa de Gaza a separar duas equipes, duas torcidas, dois exércitos. Há táticas e técnicas, hinos e bandeiras, escudos e uniformes, heróis e vilões. O palco (campo de jogo) é chamado campo de batalha; praça esportiva é praça de guerra. E o papel principal desse filme é destinado ao artilheiro, orgulhosamente intitulado de herói, ídolo, endeusado como matador (outrora chamado goleador).
E as torcidas de futebol? Essas formam um capítulo à parte, a começar pelos nomes: Fúria, Mancha, Comando, Facção, Gangue, Falange. Com elas, drogas, cânticos de guerra, bombas caseiras, armas de fogo, caveiras como símbolos. São pequenos exércitos preparados para a guerra de todo domingo.
O universo do futebol é um produto com “defeito de fabricação”, um universo cheio de pecados originais, uma metáfora de guerra. O futebol é sangue, suor e violência – seja dentro ou fora dos gramados. É uma loucura, uma cachaça, um vício. E nós somos os culpados – por atos, gestos, palavras e omissões.
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=526FDS013
Redija uma carta argumentativa ao Presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, propondo formas de combater a violência no futebol e argumentando a favor de suas propostas.
Gabarito:
Resolução:
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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