(Uel 2010) Observe a tira e leia o texto a seguir:
O ponto de vista moral, a partir do qual podemos avaliar imparcialmente as questões práticas, é seguramente interpretado de diferentes maneiras. Mas ele não está livre e arbitrariamente à nossa disposição, já que releva a forma comunicativa do discurso racional. Impõe-se intuitivamente a todos os que estejam abertos a esta forma reflexiva da ação orientada para a comunicação.
(HABERMAS, J. Comentários à Ética do Discurso. Tradução de Gilda Lopes Encarnação. Lisboa: Instituto Piaget, 1999. p. 101-102.)
Com base na tira e no texto, é correto afirmar que a ética do discurso de Habermas
baseia-se em argumentos de autoridade prescritos universalmente e assegurados, sobretudo, pelo lastro tradicional dos valores partilhados no mundo da vida.
pauta-se em argumentos de utilidade, os quais impõe o dever de proporcionar, enquanto benefício, o maior bem ou a maior felicidade aos envolvidos.
funda-se em argumentos racionais sob condições simétricas de interação, amparados em pretensões de validade, tais como verdade, sinceridade e correção.
constrói-se no uso de argumentos que visam o aconselhamento e a prudência, salientando a necessidade de ações retas do ponto de vista do caráter a da virtude.
realiza-se por meio de argumentos intuicionistas, fazendo respeitar o que cada pessoa carrega em sua biografia quanto à compreensão do que é certo ou errado.
Gabarito:
funda-se em argumentos racionais sob condições simétricas de interação, amparados em pretensões de validade, tais como verdade, sinceridade e correção.
c) Correta. funda-se em argumentos racionais sob condições simétricas de interação, amparados em pretensões de validade, tais como verdade, sinceridade e correção.
O texto está relacionando a perspectiva de Habermas sobre a relação entre ética e comunicação. A moralidade ou a ética — noções e ideias básicas a partir das quais nos avaliamos e damos valor às coisas, realizamos nossas escolhas, por critérios do que é certo e errado, traz muitas concepções distintas. Há várias noções de moralidade, vários pontos de vista sobre o que é certo e errado. A opinião moral não se submete às nossas condições, da maneira que queremos, pois precisamos expressaraquilo que consideramos correto. Nenhuma perspectiva ética é realizada, segundo Habermas, sem uma forma comunicativa, sem um discurso racional sobre essas concepções morais, pois a racionalidade também está ligada ao discurso e a linguagem, às palavras. A opinião moral das pessoas são construídas em intuições quando essas mesmas pessoas são abertas a reflexão sobre a ação, de modo que suas reflexões são construídas com base na linguagem, comunicando suas perspectivas consigo mesmas e com os outros. Portanto, a ética implica numa autoconsciência, numa reflexão racional sobre a ação, e isso implica na comunicação. Logo, para Habermas, a ação comunicativa surge como uma interação de, no mínimo dois sujeitos, capazes de falar e agir, que estabelecem relações interpessoais com o objetivo de alcançar uma compreensão sobre a situação em que ocorre a interação e sobre os respectivos planos de ação com vistas a coordenar suas ações pela via do entendimento, o que demonstra que a ética do discurso funda-se em argumentos racionais sob condições simétricas de interação, amparados em pretensões de validade, tais como verdade, sinceridade e correção.
a) Incorreta. baseia-se em argumentos de autoridade prescritos universalmente e assegurados, sobretudo, pelo lastro tradicional dos valores partilhados no mundo da vida.
A ética do discurso não se baseia em argumentos de autoridade prescritos universalmente e assegurados, mas na interação entre dois sujeitos.
b) Incorreta. pauta-se em argumentos de utilidade, os quais impõe o dever de proporcionar, enquanto benefício, o maior bem ou a maior felicidade aos envolvidos.
Habermas não defende que os interlocutores se instrumentalizem reciprocamente em prol de interesses particulares. Utilizar os seres humanos como meios para atingir um fim é aderir justamente à razão instrumental, objeto de crítica de Habermas, o qual propõe que valhamos da razão comunicativa - esta, que considera os indivíduos como um fim em si mesmos. Nesse sentido, manipular opiniões de outras pessoas seria um meio para atingir um fim (benefícios pessoais, por exemplo) impediria o consenso uma vez que a opinião estaria sendo manipulada, ou seja, a lógica racional impressa seria a instrumental.
d) Incorreta. constrói-se no uso de argumentos que visam o aconselhamento e a prudência, salientando a necessidade de ações retas do ponto de vista do caráter a da virtude.
Habermas não se fundamenta numa ética das virtudes, como Aristóteles.
e) Incorreta. realiza-se por meio de argumentos intuicionistas, fazendo respeitar o que cada pessoa carrega em sua biografia quanto à compreensão do que é certo ou errado.
A ética do discurso impõe-se intuitivamente, mas os argumentos devem ser expressos racionalmente, com justificação e validade.
(Uel 2010) Observe a frase: “Os deputados decidiram errar onde não poderiam” e assinale a alternativa que corresponde ao uso correto do termo “onde”.
O labirinto da internet
Um paradoxo da cultura contemporânea é a incapacidade da maioria dos políticos de entender a comunicação política. Essa disfunção provoca, muitas vezes, resultados trágicos. É o caso da lei votada pela Câmara dos Deputados para regular o uso da internet nas eleições. Se aprovada sem mudanças pelo Senado, vai provocar um forte retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo – sua legislação de comunicação eleitoral. Sim, a despeito da má vontade de alguns e, a partir daí, de certos equívocos interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas legislações de comunicação eleitoral do mundo. O nosso modelo de propaganda gratuita, via renúncia fiscal, é tão conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns anacronismos da lei, como o excesso de propaganda partidária em anos não eleitorais ou a ridícula proibição de imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde não poderiam. Mas era um erro previsível. A internet é o meio mais perturbador que já surgiu na comunicação. Para nós da área, ela abre fronteiras tão imprevisíveis e desconcertantes como foram a Teoria da Relatividade para a física, a descoberta do código genético para a biologia, o inconsciente para a psicologia ou a atonalidade para a música. Na comunicação política, a internet é rota ainda difícil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expressão política tem dado pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...] Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rádio, pelo cinema e pela TV na forma e no modo de fazer política. Mas nada perto dos efeitos que trará a internet. Não só por ser uma multimídia de altíssima concentração, mas também porque sua capilaridade e interatividade planetária farão dela não apenas uma transformadora das técnicas de indução do voto, mas o primeiro meio na história a mudar a maneira de votar. Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor não vai ser apenas persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele simplesmente vai votar pela internet de forma contínua e constante.
(Adaptado de: SANTANA, João. O labirinto da internet. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009).
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(Uel 2010) Considerando as frases a seguir:
I. “Minha nova bolsa da Luiz Vitão”.
II. “Pelo tamanho, deve caber todos os seus sonhos”.
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(UEL - 2010)
FOLHA – Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a corrupção. O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor. Como explicar? ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.
(Adaptado de: GOIS, Antonio. Mais conscientes, menos mobilizados. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br//fsp/mais/fs2607200914.htm>. Acesso em: 26 jul. 2009)
Considere o trecho:
“Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.”.
As palavras grifadas são
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(Uel 1997) PERTO DE mil pessoas estiveram PRESENTES ao festival DE INVERNO. As expressões em destaque na frase anterior são, respectivamente,
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